Dezembro, 2002 |
16 |
INFORMAÇÕES SIMPLIFICADAS SOBRE CULTIVAR DE TRIGO
Embrapa 16
I - NOMENCLATURA, CRUZAMENTO E INDICAÇÃO PARA CULTIVO
Nome da cultivar: Embrapa 16
Cruzamento: HULHA NEGRA/CNT 7//AMIGO/CNT 7
Ano de cruzamento: 1980 (Passo Fundo)
Desenvolvimento da seleção: F17920-111F-1F-2F-2F-1F-0F
Número de linhagem: PF 86238
Instituição: Embrapa Trigo
Ano e local inicial de indicação para cultivo no Brasil: 1992 (RS)
UF onde está indicada para cultivo no Brasil em 2002: RS, SC, PR
Outras informações: a cultivar passou para a categoria tolerada no RS e em SC a partir de 2000. Para as condições de solos com potencial para cultivo de arroz irrigado no RS, a cultivar Embrapa 16 é indicada com preferência
II - CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E BOTÂNICAS
Hábito vegetativo: semi-ereto
Cor da aurícula: predominantemente incolor
Ciclo: curto (no Rio Grande do Sul)
Altura: média a alta
Espiga:
Acamamento: moderadamente suscetível
Outras características agronômicas e botânicas: exigente em frio para atingir a etapa de espigamento, folha bandeira ereta, espiga semidensa
III - REAÇÃO A DOENÇAS
Oídio (Blumeria graminis): MR
Ferrugem da folha (Puccinia triticina): S
Ferrugem do colmo (Puccinia graminis tritici): R
Mancha da gluma (Septoria nodorum): MS
Mancha marrom (Bipolaris sorokiniana): S
Mancha bronzeada (Drechslera tritici-repentis): S
Giberela (Gibberella zeae): S
Vírus do mosaico do trigo: R
Vírus do nanismo amarelo da cevada: S
Crestamento (toxicidade de alumínio): R-MR
Carvão (Ustilago tritici): suscetível ao carvão
IV - GRÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL
Grão: longo, vermelho, semiduro
Germinação do grão na espiga: suscetível
Qualidade industrial. Classe Comercial: Pão
Outras informações: subunidades de gluteninas de alto peso molecular: N 7+8 2+12
V - RENDIMENTO DE GRÃOS (Embrapa 16)
Ano |
UF |
Ensaio |
Número de ensaios |
Rendimento em gg/ha |
% em relação à cultivar CEP 27 |
% em relação à média do ensaio |
1995 |
RS |
EEC |
18 |
2.272 |
108 |
114 |
1996 |
RS |
EEC |
18 |
2.792 |
97 |
100 |
1997 |
RS |
EEC |
14 |
1.468 |
72 |
83 |
1998 |
RS |
EEC |
11 |
1.769 |
86 |
78 |
1999 |
RS |
EEC |
16 |
2.633 |
93 |
99 |
2000 |
RS |
EEC |
17 |
2.858 |
99 |
103 |
2001 |
RS |
EEC |
15 |
2.028 |
81 |
81 |
Embrapa 16 foi a cultivar de maior rendimento médio de grãos no EEC em 1995. A cultivar destacou-se também nos ensaios em rede realizados de 1990 a 1994.
VI - OUTRAS OBSERVAÇÕES
Disponibilidade de semente em 2002: 79,3 toneladas no RS (0,07% da reserva), 1.500 toneladas no PR (1,0%)
Disseminação da cultivar: teve excelente disseminação na lavoura, chegando a ser a cultivar de trigo mais semeada no RS, no período de 1995 a 1998, e em SC, nos anos de 1996 e 1997. Em decorrência de ter se tornado suscetível à ferrugem da folha, diminuiu muito a área de cultivo a partir de 1999. Outro fator que influenciou a menor aceitação da cultivar foi a manifestação da germinação do grão na espiga, especialmente nos anos em que ocorreu o fenômeno El Niño.
VII LITERATURA ESPECÍFICA SOBRE A CULTIVAR
ANEXO 3 Descrição da cultivar de trigo Embrapa 16. In: REUNIÃO DA COMISSÃO SUL-BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO, 24., 1992, Cruz Alta. Ata ... Cruz Alta: FUNDACEP FECOTRIGO, 1992. p. 95-106.
GOMES, E. P.; SOUSA, C. N. A. de; GUARIENTI, E. M.; MOREIRA, J. C. S.; DEL DUCA, L. de J. A.; SCHEEREN, P. L. EMBRAPA 16: uma nova opção para os triticultores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Passo Fundo: Embrapa-CNPT, 1994. 14 p. (Embrapa-CNPT. Documentos, 18).
VIII CONSIDERAÇÃO ESPECIAL
Nos últimos anos, a ferrugem da folha é o fator que mais tem prejudicado o rendimento de Embrapa 16, sendo importante o acompanhamento constante e o tratamento com fungicida para que o potencial de rendimento dessa cultivar possa se expressar. Por ser suscetível à germinação do grão na espiga, deve ser colhida logo que o grão esteja maduro, evitando-se, assim, perdas na qualidade do grão por chuva após esse estádio.
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