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ISSN 1517-4964
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As sementes de cereais de inverno, como trigo, triticale, cevada e aveia, são freqüentemente colonizadas por microorganismos patogênicos, responsáveis por consideráveis perdas no rendimento de grãos. Do ponto de vista sanitário, a semente ideal seria aquela que fosse livre de qualquer patógeno indesejável. Nas condições de cultivo do Sul do Brasil, os fatores climáticos influenciam na qualidade das sementes, sendo essas reflexo do ano em que foram produzidas. A maioria das doenças importantes dos cereais de inverno é causada por patógenos transmitidos por sementes. No trigo e no triticale temos como patógenos mais importantes os fungos Bipolaris sorokiniana e Drechslera tritici-repentis, cusadores, respectivamente, da mancha marrom e da mancha bronzeada da folha. Especialmente na última safra agrícola (1998), em virtude das condições de clima serem prevalecentes ou serem favoráveis às doenças de uma maneira geral (chuvas na fase de colheita), a giberela ou fusariose (Fusarium graminearum) têm sido detectada em níveis considerados extremamente altos nas sementes, tanto de trigo como de cevada. Na cultura de cevada, os patógenos mais importantes nas sementes são os fungos Bipolaris sorokiniana e Drechslera teres, causadores, respectivamente das doenças denominadas de mancha marrom e de mancha-em-rede. Em aveia, destacam-se a mancha marrom (Bipolaris sorokiniana) e a mancha da folha (Drechslera avenae).
Por se constituírem no veículo mais eficiente de disseminação de uma doença, as sementes quando infectadas, devem merecer atenção especial, e se necessário, serem tratadas. Dentre os principais objetivos do tratamento de sementes em cereais de inverno destacam-se:
O tratamento de sementes para o controle do carvão deve ser realizado em lavouras destinadas à produção de sementes, nas quais tenham sido determinados índices superiores a 0,1 % de espigas contaminadas com o patógeno.
Os fungicidas para o controle de fungos patogênicos recomendados pela pesquisa para as sementes das culturas de trigo, de triticale, de cevada e de aveia são mostrados na Tabela 1.
O controle de oídio é realizado por funcicidas como Baytan, Vincit, Spectro e Premis, principalmente naquelas cultivares suscetíveis ao patógeno. Essa prática tem-se mostrado mais econômica no controle do patógeno do que a pulverização na parte aérea da cultura.
A maior ou menor eficiência do tratamento de sementes depende de dois aspectos importantes: a distribuição e a aderência do produto à semente (cobertura), e a qualidade da semente, que deve possuir alto vigor e germinação.
O tratamento das sementes poderá ser realizado por via seca ou via úmida. Por via úmida, recomenda-se a adição de 1 a 2 % de água. Os álcoois polivinílicos melhoram a cobertura, além de se evaporarem rapidamente, mantendo as sementes secas.
1 Pesquisador da Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. picinini@cnpt.embrapa.br
2 Pesquisador da Embrapa Trigo. mauricio@cnpt.embrapa.br
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