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6.3. Adubação

 

6.3.1. Nitrogênio

As doses de nitrogênio recomendadas para a cultura de cevada são apresentadas na Tabela 6. As doses indicadas objetivam a máxima eficiência econômica bem como a obtenção de grãos com teor de proteína < 12%.

As quantidades de fertilizante nitrogenado a aplicar variam, basicamente, em função do teor de matéria orgânica do solo, da cultura precedente e da expectativa de rendimento de grãos da cultura, a qual é função da interação de vários fatores de produção e das condições climáticas. A dose de nitrogênio a ser aplicada na semeadura varia entre 15 e 20 kg/ha. O restante deve ser aplicado em cobertura, completando o total indicado na Tabela 6.

A aplicação de nitrogênio em cobertura deve ser realizada entre os estádios de afilhamento e início de alongamento, correspondendo, em geral, ao período entre 30 e 45 dias após a emergência. No caso de resteva de milho e especialmente quando há muita palha, convém antecipar a aplicação em cobertura. Para cultivares muito suscetíveis ao acamamento, doses menores que as indicadas na tabela devem ser empregadas.

Além dos fatores usados na Tabela 6, é importante considerar que a disponibilidade de N no solo é dependente de vários fatores. Assim, o histórico de cultivo da área, as condições climáticas, a época de semeadura, a incidência de doenças e a estatura da cultivar podem afetar o grau de resposta da planta ao fertilizante nitrogenado aplicado.

No sistema plantio direto convém cultivar cevada após soja em vez de após milho, pois tem-se observado que para as mesmas doses de N aplicadas, o rendimento de cevada é superior quando este é cultivado após soja.

A época de semeadura pode interferir no grau de acamamento das cultivares. Semeaduras precoces, estendendo o período vegetativo da cultura, podem refletir-se em aumentos na estatura da planta e, por conseqüência, no acamamento.

Para as doses mais elevadas, pode-se optar pelo fracionamento em duas aplicações: no início e no fim do afilhamento. Aplicações após a ocorrência desse estádio poderão contribuir para elevar o teor de proteína no grão de cevada acima de 12%, o que é indesejável para a indústria cervejeira.

Além da observância do estádio da planta (afilhamento) e da época da aplicação de nitrogênio em cobertura, é importante levar em conta ainda os seguintes fatores no momento da aplicação do fertilizante nitrogenado: umidade do solo, temperatura do ar e ocorrência de vento.

• Umidade do solo - como na aplicação em cobertura o fertilizante é colocado na superfície do solo, há necessidade de que ele seja dissolvido e transportado pela água para o interior do solo. Dessa forma, a aplicação só deverá ser feita quando o solo apresentar umidade suficiente para que esses processos (dissolução e transporte no solo) possam ocorrer. Em qualquer circunstância, o melhor momento de aplicação seria antes de uma precipitação pluvial de média intensidade (10 a 20 mm), pois a dissolução e o transporte de N para as raízes serão rápidos, evitando-se, assim, perdas por volatilização de amônia. Outrossim, precipitações pluviais prolongadas ou de alta intensidade podem propiciar perdas N por lixiviação ou por escoamento superficial.

• Temperatura do ar e vento - em função das reações que ocorrem com o fertilizante nitrogenado ao ser dissolvido pela água e das possíveis perdas de N por volatilização, mormente da uréia, sugere-se aplicar o fertilizante nas horas menos quentes do dia. Para propiciar distribuição uniforme a lanço, períodos com ventos fortes devem ser evitados.

As principais fontes de nitrogênio são a uréia (> 44% N), o nitrato de amônio (> 32% N) e o sulfato de amônio (> 20% N). A eficiência agronômica desses fertilizantes para cevada é idêntica. Por essa razão, recomenda-se usar a fonte que apresentar o menor custo por unidade de N.