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Os 50 anos da Organização Meteorológica Mundial 

Gilberto R. Cunha
Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. 

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) foi criada em 23 de março de 1950. Começou como uma entidade intergovernamental. E, em 1951, se tornou uma agência especializada das Nações Unidas (ONU). A OMM veio substituir a Organização Meteorológica Internacional (OIT), fundada em 1873, cuja sede ficava em Viena, na Áustria. Em homenagem à criação da OMM, 23 de março é considerado o Dia Mundial da Meteorologia e comemorado internacionalmente. Pelo menos, nos países membros desta organização; entre os quais está o Brasil.

A Secretaria Geral da OMM, com sede em Genebra, na Suíça, escolhe, anualmente, desde 1961, um tema que servirá de referência às comemorações do Dia Mundial da Meteorologia. Este ano, o tema escolhido foi: "Os 50 anos de serviço da OMM". Não é sempre que se faz 50 anos. E realizando coisas boas, ainda por cima. Provavelmente, foi esse o motivador para a OMM escolher a si mesma como tema das celebrações do Dia Mundial da Meteorologia, em 2000.

A mensagem do secretário-geral da OMM, professor Godwin. O. P. Obasi, sobre o dia mundial da meteorologia, em 2000, na verdade, faz uma retrospectiva do primeiro meio século de existência da Organização Meteorológica Mundial. Dá destaque ao pionerismo da antiga OIT, mesmo sendo uma organização não-governamental, em promover a cooperação internacional em meteorologia. Trabalho este levado a cabo com o desenvolvimento científico e tecnológico alcançado no século XX e efetivamente posto em prática pela OMM. A cooperação internacional em meteorologia sempre existiu. E a razão é simples: a atmosfera não obedece fronteiras políticas ou econômicas. A OMM foi fundada basicamente para facilitar esta cooperação, estabelecendo critérios uniformes de observação, padronização de dados, trocar informações e estimular o desenvolvimento de aplicações da meteorologia nos setores da atividade humana que são sensíveis às variações meteorológicas.

Um dos marcos na atuação da OMM foi a criação, em 1963, do programa chamado Vigilância Meteorológica Mundial (World Weather Watch). Hoje, este programa coordena a coleta, processamento e disseminação de informações meteorológicas do mundo todo, oriundas de: satélites meteorológicos, 10.000 estações de superfície, 1000 estações de ar superior, 300 estações em bóias fixas e 600 em bóias a deriva nos mares, 7300 observações oriundas de navios e 3000 observações de aeronaves, complementadas por mais de 70000 observações diárias. Tudo isso formando uma rede única com três Centros Meteorológicos Mundiais, 34 Centros Meteorológicos Regionais Especializados e 185 Serviços Meteorológicos Nacionais, coletando, processando e transmitindo diariamente, em tempo real, mais de 15 milhões de caracteres de dados e 2000 cartas meteorológicas.

Em 1967, foi lançado o Programa de Pesquisa da Atmosfera Global (Global Atmospheric Research Programme). Também este foi responsável por grandes contribuições na compreensão de processos atmosféricos e no desenvolvimento alcançado na área de previsão de tempo, a partir de experimentos regionais e globais. Capacitando os serviços meteorológicos nacionais para a realização de previsões com até 8 ou 10 dias de antecedência.

O retorno dos investimentos feitos em meteorologia é inquestionável. Estimativas conservadoras, para a maioria dos países, indicam que a razão custo benefício, em termos financeiros, é da ordem de 1 para 10. Estatísticas mostram que cerca de 70% dos desastres naturais são de origem meteorológica. E, cada ano, os desastres naturais causam a morte de alguma coisa em torno de 250 mil pessoas no mundo. Além de deixarem prejuízos entre 50 e 100 bilhões de dólares por conta de danos materiais. O exemplo mais notório, bastante citado, é o do estabelecimento do sistema de alerta de ciclones tropicais, implementado no plano de ação que definiu os anos 90 como a Década Internacional de Redução de Desastres Naturais. O caso de Bangladesh, por exemplo: um ciclone tropical, em 1994, matou 200 pessoas. Outros de intensidade equivalente, no passado, antes do sistema de alerta, deixaram 138 mil e 300 mil mortos, em 1991 e 1971; respectivamente.

Uma das primeiras iniciativas da OMM, que teve um papel importante no avanço do conhecimento dos processos atmosféricos, foi o estabelecimento do Ano Geofísico Internacional (1957/1958). Deu origem à preocupação com a destruição da camada de Ozônio, além do estabelecimento, subseqüente, de uma rede de monitoramento da poluição da atmosfera Global. Isto e outras coisas levaram, em 1977, à formulação do primeiro plano de ação internacional para a proteção da camada de Ozônio. E tudo mais que veio subsidiar as convenções e protocolos que foram assinados depois, tipo o Protocolo de Montreal, em 1987.

Em 1979, após a Primeira Conferência Mundial do Clima, a OMM estabeleceu o Programa do Clima Mundial (World Climate Programme) que tem servido de base para uma série de ações mundiais na área de climatologia. Tipo: monitoramento climático, identificação de mudanças climáticas, desenvolvimento de bases de dados, recuperação e manutenção de registros históricos e desenvolvimento de aplicações de informações climáticas em diversos segmentos da sociedade. Um dos marcos deste programa foi o surgimento, em 1988, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change-IPCC) para avaliar a informação científica sobre mudanças climáticas, seus impactos potenciais no mundo e formular estratégias em resposta às possíveis mudanças no clima mundial.

Um dos grandes sucessos apoiados pela OMM foi o Projeto TOGA (Tropical Ocean and Global Atmosphere Project), 1985-1994, cujos resultados representaram uma nova era para as previsões climáticas estacionais, com base, principalmente no fenômeno El Niño-Oscilação do Sul (Enso) e suas anomalias climáticas associadas.

Muito mais se poderia destacar entre as atividades realizadas pela OMM, nos seus primeiros 50 anos de vida. Por exemplo: o apoio dado ao desenvolvimento de aplicações agrometeorológicas em vários países, numa clara preocupação com a segurança alimentar, os alertas sobre o uso insustentável da água no mundo, e isto sob qualquer ponto de vista (econômico, social ou de ambiente), o suporte financeiro para a realização de eventos na área de meteorologia, treinamento de pessoal dos serviços meteorológicos nacionais (na média , mais de 400 pessoas/ano), a colaboração com as Nações Unidas na implementação de estratégias de desenvolvimento sustentável, tipo a Agenda 21, e vários outros.

Desde o seu começo, a OMM teve como visão de futuro a cooperação entre os seus membros. Fazendo uma ponte no conhecimento que liga o mundo desenvolvido e o subdesenvolvido. Por tudo isso, não é atoa que passou de 30 para 185 países membros, nestes 50 anos de existência.


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