Embrapa Trigo

Dezembro, 2002
Passo Fundo, RS

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A preservação da variabilidade genética e uso de bancos de germoplasma

Germoplasma é o conjunto de material genético de uma espécie ou o conjunto de genótipos disponíveis ao melhoramento, cuja variabilidade retida nesse germoplasma deve ser preservada para garantir sua utilização no futuro (Vieira, 2000). Desse modo, bancos de germoplasma são repositórios de material genético (sementes e plantas, por exemplo) e representam a manutenção da variabilidade genética, parcial ou total, de determinada espécie, sendo a "fonte genética" usada pelo melhorista para desenvolver novas cultivares (Borém, 1997).

Bered (1999) descreve que existem diferentes formas de caracterizar ou conhecer o germoplasma de uma espécie. Através da variabilidade existente, o melhorista pode escolher como genitores de um cruzamento indivíduos distantes geneticamente, o que contribui para a ampliação da variância genética em populações segregantes. Uma das formas de caracterização é mediante da avaliação de caracteres morfológicos, em que o melhorista analisa visualmente as plantas e estima sua distância genética. No entanto, ao sofrer influência do ambiente, o fenótipo da planta provoca desvios nas estimativas realizadas. Outra forma de análise é estimar o coeficiente de parentesco entre os genótipos, o que se faz por meio de dados de genealogias. A similaridade genética estimada por esse método avalia apenas similaridade por descendência, desconsiderando a similaridade genética total entre indivíduos, e enseja também, a ocorrência de erros de estimativas. Atualmente, os marcadores moleculares (bioquímicos e de DNA) têm sido empregados como forma de avaliar a similaridade genética de modo muito mais preciso (Bered, 1999; Brammer, 2000).

A importância do emprego do reservatório de genes de algumas espécies silvestres, que possuem resistência a estresses bióticos e abióticos, torna-se crucial quando ocorre a transferência desse tipo de resistência, através de hibridação interespecífica, para espécies cultivadas suscetíveis. Essa técnica permite, também, diversificar genes para uma característica, aumentando a variabilidade da cultura que deverá ser melhorada geneticamente (Brammer, 2000). A adição de novos genes de resistência a doenças, a pragas e a estresses causados pelo ambiente adverso tem proporcionado substancial aumento de rendimento de grãos, bem como um estoque de valor inestimável de material genético proveniente dessas espécies silvestres (Mujeeb-Kazi & Kimber, 1985; Prestes & Goulart, 1995).


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