Embrapa Trigo

Outubro, 2002
Passo Fundo, RS

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AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA, DA EMBRAPA, AO NEMATÓIDE DE GALHA Meloidogyne javanica, NO RIO GRANDE DO SUL

Paulo Fernando Bertagnolli1
Emídio Rizzo Bonato1
Sérgio Schneider2
João Flávio Velloso3

Introdução
A prática da utilização de soja sem rotação de cultura, ano após ano, leva ao aparecimento, em escala epidêmica, de alguns problemas fitossanitários, comprometendo a produtividade. Entre esses problemas, destacam-se, em algumas regiões do Rio Grande do Sul, principalmente nas Missões, no município de Santa Rosa, os causados por nematóides do gênero Meloidogyne spp., formadores de galhas nas raízes. Este trabalho teve objetivo de avaliar genótipos de soja quanto à tolerância genética a Meloidogyne javanica.

Metodologia
O experimento para avaliação da resposta de linhagens de soja a M. javanica foi conduzido em Santo Cristo, RS, em condições naturais de infestação. Foram avaliados 203 genótipos, e, destes, dois foram testemunhas tolerantes [ CD 201 e MG/BR 46 (Conquista)] e dois foram testemunhas suscetíveis (BRS 133 e Embrapa 20). As 199 linhagens testadas são oriundas dos programas de melhoramento da Embrapa Agropecuária Oeste, da Embrapa Arroz e Feijão, da Embrapa Cerrados, da Embrapa Milho e Sorgo, da Embrapa Soja, da Embrapa Soja/Empaer e da Embrapa Trigo.

Os mesmos genótipos foram avaliados em outros locais do Brasil para M. jananica e para M. incognita, outro nematóide formador de galhas. O experimento, conduzido em blocos ao acaso, constou de oito repetições, em sistema de covas espaçadas de 1,00 m x 0,50 m, com semeadura de 10 sementes por cova. Na avaliação, foi usada a escala sugerida por Taylor & Sasser (1978), com notas de 0 a 5, para agrupar os genótipos, em que 0 = imune; 1 = com uma ou duas galhas e sistema radicular normal; 2 = com poucas galhas pequenas e sistema radicular bem desenvolvido; 3 = com galhas pequenas e sistema radicular pouco prejudicado; 4 = com muitas galhas e sistema radicular prejudicado; e 5 = raízes totalmente tomadas por galhas. A classificação da reação de genótipos foi baseada na nota média das oito repetições. Foram considerados tolerantes (T) genótipos que receberam nota até 2,0, moderadamente tolerantes (MT), genótipos que obtiveram notas de 2,1 até 3,0, e suscetíveis (S) os que alcançaram nota superior a 3,0.

Resultados
Vinte e três linhagens, além da testemunha CD 201, apresentaram nota média até 2,0, sendo, portanto, classificadas como T (Tabela 1): PF 01 1729, BR98 17706, PF 00 1432, PF 00 1434, BR 97 20798, BR 98 17401, BR 98 17840, BR 98 16890, BR 98 17205, PF 01 1755, BR 99 11686, BR 99 21216, BR 96 25337HA, BR 98 16898, GOBR 93 9960, PF 01 1648, BR 96 16294, BR 97 21251, BR 99 10823, BR 97 21247, BR 98 17655, BR 98 24067, BR 98 24186 e CD 201. A cultivar testemunha CD 201, com nota média de 2,0, destacou-se em relação à outra cultivar testemunha MG/BR 46 (Conquista) a qual recebeu nota média de 2,4, ambas usadas como padrão de resistência. Além de MG/BR 46 (Conquista), outros 89 genótipos foram classificados como MT. Os 87 genótipos restantes, juntamente com as testemunhas suscetíveis, foram considerados S.


1 Eng. Agrôn., Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. :bertag@cnpt.embrapa.br; bonato@cnpt.embrapa.br
2 Eng. Agrôn., Cooperativa Mista São Luiz Ltda. Santa Rosa, RS.
3 Pesquisador da Embrapa Soja, Caixa Postal 231, 86001-970, Londrina, PR.


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