A partir de 1976, quando surgiu a tecnologia do DNA recombinante (*), começaram a ser vislumbrados os potenciais da engenharia genética. Passaram a ser realidade as possibilidades de transferir um único gene, de uma espécie para outra de modo que os organismos vivos pudessem produzir um novo produto químico de valor econômico, além daqueles normalmente codificados em seus genomas.

Até então, as expectativas, para o melhorista de plantas, de selecionar genótipos com maior rendimento de grãos e capacidade de adaptação aos agroecossistemas e que, ao mesmo tempo, gerassem produtos com maior qualidade e menor custo dependia, exclusivamente, da fertilização por cruzamentos artificiais e/ou de mutações obtidas aleatoriamente. Atualmente, as possibilidades de progresso genético no melhoramento vegetal através da transgênese são enormes e já se tornaram realidade, representando um grande impacto para a agricultura. Um exemplo é a inserção, na batata, de um gene que codifica uma proteína anticoagulante de um peixe do Ártico, permitindo o cultivo desta hortaliça no Chile, em temperaturas antes inacessíveis.