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ISSN
1517-4964 Dezembro, 2001 Passo Fundo, RS |
Validação do pó inerte à base de terra de diatomáceas no controle de pragas de milho armazenado em propriedade familiar | |
Introdução
A terra de diatomáceas mostrou-se eficiente no controle das principais pragas de milho armazenado, em experimentos realizados no Laboratório de Entomologia da Embrapa Trigo, com mortalidade de 100 % dos insetos adultos, na dose de 1,0 kg/tonelada de grãos (Lorini 1994, 1999).
O modo de aplicação do produto é simples, sendo misturado, na dose de 1,0 kg/tonelada de grãos limpos e secos. Os insetos que vierem a atacar os grãos entrarão em contato com o pó e morrerão por dessecamento. O grão tratado pode ser consumido imediatamente, não necessitando observar período de carência do produto. Os grãos a ser tratados devem estar secos (13 % a 14% de umidade), para que a umidade do grão não neutralize o efeito da terra de diatomáceas (Lorini, 1999).
Este trabalho teve como objetivo validar o uso da terra de diatomáceas para controle de pragas no armazenamento de grãos de milho, em condições semelhantes às usadas na propriedade familiar.
Materiais e Métodos
Para verificação da presença de insetos, durante o período de armazenamento, foram instaladas 12 armadilhas plásticas de captura de insetos no interior da massa de grãos (Lorini, 1999), distribuídas nos quatro cantos do silo e em três profundidades (0,10 m, 1,0 m e 2,0 m). A cada 15 dias, as armadilhas eram retiradas, contava-se o número de insetos vivos e mortos capturados, e recolocadas no mesmo lugar. Essas avaliações foram realizadas durante todo o período de armazenamento, nos dois anos consecutivos.
Os valores do número de insetos vivos e mortos foram analisados, calculando-se a média aritmética das 12 armadilhas, e os resultados representados graficamente.
Resultados e Discussão
A presença de insetos vivos detectados nas armadilhas evidenciou a contínua infestação de pragas no silo oriundas de outros armazéns. Porém o número de insetos mortos demonstrou ter havido controle por terra de diatomáceas. Salienta-se que esse pó inerte não tem efeito de mortalidade imediata, permitindo que o inseto sobreviva por alguns dias, até que a morte seja causada por dessecação. Os insetos vivos capturados nas armadilhas estavam recobertos com o pó inerte e apresentavam sinais evidentes do efeito da terra de diatomáceas, o que os levaria à morte em poucos dias.
Dessa forma, pode-se indicar o uso do pó inerte à base de terra de diatomáceas como alternativa de controle de pragas de milho armazenado, em condições de armazenamento na propriedade familiar.
1 Pesquisador da Embrapa, Centro Nacional de Pesquisa de Trigo,
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