Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Embrapa Trigo ISSN 1517-4964
Comunicado Técnico Online
Nº 30, dez./99

Novos fungicidas para tratamento de sementes de milho
Wilmar Cório da Luz 1

Existem 25 gêneros de fungos que comumente atacam as sementes de milho. As espécies mais importantes são: Diplodia maydis, Fusarium moniliforme e F. graminearum. Sob algumas condições no Brasil espécies de Pythium podem também ocorrer com certa intensidade.

Os objetivos gerais do tratamento de sementes de milho com fungicidas estão descritos na Tabela 1. Os fungos nas sementes são responsáveis por:

  1. má germinação e baixo vigor;
  2. início ou aumento do inóculo dos patógenos, facilitando o desenvolvimento de doenças nas sementes, nas plântulas e na planta adulta;
  3. c)redução de rendimento devido a estandes desuniformes e diminuição da qualidade do grão.

O desenvolvimento de patógenos da semente de milho são favorecidos pelos seguintes fatores:

  1. semeadura em solos frios (10 a 15 °C) e úmidos;
  2. semeadura em solos quentes (20 a 28 °C) e excessivamente secos;
  3. sementes com baixo poder germinativo e baixo vigor;
  4. sementes mecanicamente danificadas e
  5. sementes armazenadas, por período longo, em condições inadequadas.
O tratamento de sementes é recomendado em todas as condições que retardam a germinação e a emergência da plântula. A maioria das empresas produtoras de sementes de milho realiza o tratamento de sementes com uma mistura de inseticida e fungicida, objetivando germinação adequada mesmo em condições adversas.

Vários fungicidas de uma nova geração de produtos têm sido investigados na Embrapa Trigo apresentando resultados promissores no controle dos principais patógenos. Nas Tabela 2, 3, 4 e 5 são descritos os principais produtos, bem como suas eficiências contra fungos e doenças de milho, em comparação com o fungicida Captan, tradicionalmente usado.

Uso da tecnologia

Desde a germinação de sementes até o estabelecimento das plântulas de milho é freqüentemente imprescindível a proteção contra fungos patogênicos.

O tratamento de sementes com fungicidas é um investimento que envolve custos e riscos baixos, em relação ao potencial de perdas que pode prevenir. Essa prática é compatível com outras medidas de controle, como o uso da resistência, práticas culturais e de outras táticas de manejo de culturas.

Tomada de decisão

A decisão de realizar tratamento de sementes com fungicidas deve ser baseada nos resultados dos testes de germinação, de vigor, na observação da amplitude de controle das doenças no campo, e das sementes em laboratório pelo fungicida, do histórico da lavoura e dos custos do tratamento. A patologia de sementes de laboratório não é um indicador preciso de performance do fungicida no campo. Por exemplo, o desempenho de Maxim é sempre superior in vivo ou no campo do que in vitro ou em laboratório.

Resultados de pesquisa indicam que o tratamento de sementes de milho deve, preferencialmente , ser realizado em sementes com germinação nunca inferior a 76%. Se a germinação foi inferior a esse índice, a semente pode ter sofrido danos fisiológicos irreparáveis e o tratamento não trará, portanto os benefícios esperados.

Mesmo sementes de alta qualidade se beneficiam de tratamento com fungicidas, quando semeadas em áreas que têm histórico de tombamento, de morte de plântulas ou forem semeadas em solos úmidos e frios ou ainda, quando o solo está excessivamente seco e quente. Sob tais condições a taxa de germinação é baixa e a emergência de plântulas é retardada, tornando-as mais suscetíveis ao ataque de fungos.

No tratamento de sementes é importante verificar-se o custo. Mesmo diferenças pequenas de preço podem ser o fator responsável pela escolha de um tratamento, em detrimento de outro. A quantidade de ingrediente ativo aplicado à semente também é um fator importante na tomada de decisão. Nessa última década até o início do próximo milênio, a agricultura mundial tem estado e estará cada vez mais preocupada com a durabilidade dos sistemas e com a proteção do ambiente.


1 Pesquisador da Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. wilmar@cnpt.embrapa.br
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