Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Embrapa Trigo ISSN 1517-4964
Comunicado Técnico Online
Nº 16, dez./99

Eficiência de semeadoras na emergência de plântulas de milho (zea maiz) sob sistema plantio direto
Antonio Faganello 1
Arcenio Sattler 2
José Antonio Portella 3

O termo germinação de semente refere-se a uma seqüência de processos fisiológicos, os quais culminam com a emergência da plântula. Leitos de semeadura compostos por agregados de solo, grandes e soltos, conduzem à rápida perda de umidade do solo que se encontra entorno das sementes, reduzindo a velocidade de emergência de plântulas e prejudicando a uniformidade do estande de plantas.

No sistema plantio direto a operacionalidade de semeadoras assume papel importante, uma vez que devem levar a bom termo as operações de abertura de sulco e de deposição de sementes e de fertilizantes.

Experimento foi conduzido nos meses de outubro e novembro de 1996, no Centro Nacional de Pesquisa de Trigo, em Passo Fundo, RS, em um Latossolo Vermelho distrófico típico, contendo 49 % de argila, 32 % de areia e 19 % de silte. A umidade gravimétrica do solo, por ocasião da semeadura, era de 24,8 %, e a densidade do solo, na camada de 0 a 10 cm, era de 1,24 g/cm3. Foram testadas cinco semeadoras em duas velocidades de trabalho (V1 = 3,5 km/h e V2 = 7,0 km/h). As semeadoras operaram sobre resteva de ervilhaca (Vicia sativa) dessecada. Usou-se a cultivar de milho AG 9014, com poder germinativo de 95 % e vigor de 85 %. O delineamento experimental usado foi blocos inteiramente casualizados, com três repetições. Para determinar a velocidade de emergência de plântulas de milho, demarcou-se três linhas de plantio com 1,0 metro de comprimento em cada parcela, nas quais foram realizadas observações diárias a partir do dia em que a primeira plântula emergiu, eliminando-se todas as emergidas, até cessar o processo de emergência na área delimitada.

As semeadoras foram reguladas para uma única profundidade de deposição de sementes e uma única densidade de plantio. No período após semeadura, compreendido entre o segundo dia até a completa emergência de plântulas (13º dia), as precipitações pluviométricas totalizaram 101,4 mm, regularmente distribuídas. O início do processo de emergência de plântulas de milho ocorreu no 6º dia após semeadura (Tabela 1). Nesse dia verificaram-se diferenças estatísticas entre semeadoras, sendo que duas delas (S1 e S2), equipadas com mecanismo sulcador do tipo disco de corte conjugado a facão guilhotina, atingiram cerca de 50 % de emergência. Três e quatro dias após, as mesmas semeadoras atingiram 95 % de emergência. A semeadora S5 atingiu 95 % de emergência somente no 7º dia após ter sido iniciado o processo de emergência. As médias do índice de velocidade de emergência de plântulas foram estatisticamente diferentes entre semeadoras (Tabela 2). As velocidades de trabalho não induziram diferenças no índice de velocidade de emergência de plântulas de milho, concluindo-se que nas condições do teste, a velocidade de 7,0 km/h não afetou negativamente a velocidade de emergência de plântulas de milho. As diferenças significativas observadas no índice de velocidade de emergência entre semeadoras avaliadas podem ser atribuídas às características individuais de cada semeadora (tipo do mecanismo sulcador).

Nas condições em que foram realizados os testes, ressaltando-se que a população de plântulas de milho e a profundidade de semeadura foram similares entre tratamentos, conclui-se que as velocidade de trabalho (V1=3,5 km/h e V2=7,0 km/h) não interferiram no índice de velocidade de emergência de plântulas de milho. Foram observadas diferenças significativas entre semeadoras para os parâmetros velocidade de emergência (percentagem de emergência) e índice de velocidade de emergência de plântulas de milho. As diferenças observadas podem ser atribuídas às características individuais de cada semeadora avaliada.


1 Pesquisador da Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. afaganel@cnpt.embrapa.br
2 Pesquisador da Embrapa Trigo. arcenio@cnpt.embrapa.br
3 Pesquisador da Embrapa Trigo. portella@cnpt.embrapa.br
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