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Dezembro, 2002
Passo Fundo, RS

Resultados

Semeadura de dezembro

Para rendimento de grãos, não se observou interação significativa entre cultivares, espaçamento e densidade usados. Contudo, observaram-se diferenças de rendimento de grãos entre as cultivares estudadas (Tabela 1), independentemente da densidade e do espaçamento adotados.

O espaçamento de 25 cm entre fileiras proporcionou maior rendimento de grãos, independentemente da cultivar estudada (Tabela 2). Comparando cultivares, observou-se que FT-Cometa (precoce) obteve rendimento de grãos que não foi diferente da cultivar Fepagro RS-10 (tardia), a qual obteve melhor desempenho. Cabe salientar que a cultivar FT-Cometa, com destacado potencial de rendimento de grãos, foi 19 dias mais precoce na época de colheita (30/3)), em relação a Fepagro RS-10 e semelhante a BRS 205.

Com relação à fenologia, observou-se que as épocas de florescimento pleno (R2) para as cultivares BRS 205 e FT-Cometa foram as mesmas (6/02). A cultivar Fepagro RS-10 foi 7 dias mais tardia.

Em semeadura de dezembro, o espaçamento de 25 cm melhorou o rendimento de grãos de soja em relação ao espaçamento de 50 cm. O uso de cultivares precoces, após a colheita de trigo, poderia constituir estratégia de antecipação de colheita, sem perda significativa de rendimento.

Semeadura de janeiro

Das cultivares estudadas, observou-se que, independentemente dos índices de densidade e dos espaçamento, a cultivar Fepagro RS-10 (tardia) foi mais produtiva, seguida por BRS 205 e por FT-Cometa, que não foram diferentes em termos de rendimento de grãos.

Observou-se interação significativa para rendimento de grãos, considerando-se os três fatores (cultivar x densidade x espaçamento).

O maior rendimento de grãos da cultivar FT-Cometa (precoce), na densidade de 60 plantas/m2, foi observado no espaçamento de 25 cm (Tabela 3). As cultivares BRS 205 e Fepagro RS-10 não apresentaram incremento no rendimento de grãos quando a densidade de plantas foi aumentada para 60 plantas/m2.

Com relação ao espaçamento, observou-se que para todas cultivares estudadas a distância de 25 cm entre fileiras apresentou maior rendimento de grãos(Tabela 3).

Com relação à fenologia, observou-se que a época de florescimento (R2) das cultivares BRS 205 (28/02) e FT-Cometa (26/02) foi próxima. A cultivar Fepagro RS-10 foi 10 dias mais tardia. O mesmo comportamento ocorreu no estádio R8, no qual a cultivar Fepagro RS-10 foi 19 dias mais tardia que as demais.

Com relação aos componentes de rendimento, observou-se que o número de grãos/m2 esteve correlacionado positivamente com rendimento de grãos (Figura 1). Observou-se também que, em determinado número de grãos, o rendimento foi mínimo, e abaixo e acima desse número de grãos o rendimento apresentou tendência de aumento, em ambos os espaçamentos. Contudo, esse número de grãos/m2 que produziu o menor rendimento, foi maior no espaçamento de 25 cm entre fileiras. Esse comportamento do número de grãos parece estar mais associado ao efeito de compensação no peso de grãos no espaçamento de 25 cm. À medida que o número de grãos/m2 aumentou, houve redução no peso de grãos (Figura 2). Essa redução ocorreu até certo valor de número de grãos/m2, a partir do qual o peso de grãos se manteve constante, ou até aumentou no espaçamento de 50 cm. Entre os componentes secundários que afetam o número e o peso de grãos (número de vagens), observou-se que o rendimento de grãos esteve mais associado ao número de vagens/m2 no espaçamento de 50 cm do que no espaçamento de 25 cm (Figura 3).

Efeito contrário quanto aos índices de espaçamento estudados foi observado em relação ao peso de grãos (Figura 4). Quanto aos componentes terciários de rendimento (número de vagens/nó), observou-se que com aumento da densidade (60 plantas/m2 ) ocorreu significativo aumento no número de nós/m2. Ainda, o efeito da densidade foi muito maior no número de nós, do que o efeito do espaçamento. Dessa forma, a densidade de 30 plantas/m2 apresentou, para um mesmo número de vagens, maior número de vagens/nó, em relação à densidade de 60 plantas/m2 (Figura 5). Com isso, em uma maior densidade ter-se-á um menor número de vagens/nó e, consequentemente, maior disponibilidade de fonte/vagen. Com relação ao número de vagens/nó, observou-se correlação positiva com número de grãos/m2 (Figura 6), independentemente da densidade. Contudo, na densidade maior, o maior número de grãos/m2 é atingido por menor número de vagens/nó em relação à densidade menor (Figura 6), o que poderia contribuir para redução da compensação por peso, potencializando o rendimento de grãos. Isso poderia explicar o maior rendimento na densidade maior, observado em semeadura tardia (Tabela 3). Em semeadura de janeiro, o espaçamento de 25 cm permitiu obter maior rendimento de grãos de soja, em condições de adequada disponibilidade hídrica.


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