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Dezembro, 2002
Passo Fundo, RS

Introdução

A secagem de produtos agrícolas com ar quente e circulação forçada vem sendo usada no Brasil desde o século passado. Um dos problemas fundamentais desse processo é o sistema de aquecimento de ar, que demanda grande consumo de energia.

Comparada à de milho, a secagem de trigo apresenta certas peculiaridades. Embora a colheita seja realizada em níveis de umidade abaixo daqueles comuns para milho, para as mesmas condições de secagem (temperatura do ar de secagem, altura da camada de grãos e fluxo de ar), trigo oferece maior resistência do que milho, consumindo mais energia.

Em trigo, é de fundamental importância o emprego de secagem artificial que não provoque modificações nas propriedades da farinha. O controle adequado das condições do processo térmico durante a secagem desse cereal resulta em produto de melhor qualidade. Desconhece-se um método rápido e eficiente que permita detectar, durante a comercialização, os grãos de trigo danificados por excesso de temperatura durante a secagem. Geralmente, todos os sistemas de secagem usados para milho e outros grãos são adaptáveis à secagem de trigo, incluindo a secagem com ar natural em silos. No entanto, é necessário ajustar uma camada mais fina de grãos, para diminuir a resistência ao fluxo de ar.

A qualidade do grão de trigo é prejudicada pelo retardamento do início da secagem, que condiciona-o a uma redução progressiva da qualidade fisiológica. Durante o armazenamento, quanto maior o nível de umidade do grão, mais rápidas são as alterações provenientes desse retardamento. Quando a capacidade do secador é baixa, os grãos colhidos com nível de umidade elevado podem ser secados parcialmente e aguardar maior período de tempo para que a secagem seja finalizada.

Os diversos modelos de secadores existentes no mercado operam com variadas fontes de energia, destacando-se lenha, resíduos orgânicos diversos, óleo diesel e fuel oil. Lenha é atualmente o combustível mais usado na secagem de grãos no Brasil. Segundo Weber (1998), sistemas de secagem em que se usam combustíveis líquidos ou gasosos, como gás liquefeito de petróleo (GLP) e gás natural (GN), oferecem vantagens, como simplicidade de operação e excelente controle de temperatura, favorecendo a automação da secagem.

Aspecto relevante para escolha do GLP no projeto de um secador para produtos agrícolas é para evitar a contaminação de grãos por alcatrão, produzido pela lenha por meio da destilação de gases de combustão, uma vez que ele pode atingir os grãos e vir a provocar doenças graves, através do consumo direto (farinhas) ou indireto (carne). Também levou-se em conta que o mercado exige, cada vez mais, produtos de qualidade. Os processos de colheita e, principalmente, de secagem inadequada de grãos de trigo podem, assim, comprometer a qualidade genética/industrial.

Segundo Silva (2000), a capacidade de germinação é reduzida em temperatura razoavelmente menor do que a que danifica o glúten. Quando trigo a 14% b.u. é submetido por 36 minutos a temperatura entre 70 e 85 °C, há danos ao glúten. Recomenda-se, portanto, que o trigo a ser fornecido aos moinhos não deve ser secado em temperatura superior a 60 °C, e, para sementes, dependendo do tipo de secador, a temperatura não deve ultrapassar 43°C. Na maior parte do processo de secagem, os danos resultantes de calor ocorrem segundo a relação tempo de exposição e temperatura de secagem. Em geral, quando a umidade inicial está baixa, pode-se, até certo ponto, aplicar calor por mais tempo. Quanto mais alta a umidade inicial, menor deverá ser a temperatura empregada, a fim de se evitar em danos térmicos.

O objetivo do presente trabalho foi quantificar os parâmetros envolvidos no processo de secagem de grãos, tais como: taxa de secagem (%/hora); consumo total de GLP (kg/t); taxa de consumo de GLP (kg/hora); custo de combustível (R$/saco de 60 kg); custo da energia elétrica (R$/saco de 60 kg); e custo total (R$/saco de 60 kg).


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