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Dezembro, 2002
Passo Fundo, RS

Resultados e Discussão

A duração do período de secagem foi influenciada pelo nível de umidade inicial dos grãos e pela temperatura do ar empregada no processo de secagem. O período de secagem foi tanto maior quanto mais elevado foi o grau de umidade na colheita e quanto menor foi a temperatura do ar de secagem, estando de acordo com observações feitas por Brooker et al. (1992) e por Cavariani et al. (1999).

Observa-se, na Tabela 1, que o consumo total de GLP por tonelada de grãos secados, na mesma faixa de umidade na colheita, não foi expressivamente alterado pelo aumento da temperatura de secagem. Da mesma forma, a taxa de secagem aumentou com a elevação da temperatura de secagem. Incrementos na temperatura do ar de secagem aumentam a capacidade de absorção de vapor de água, ao mesmo tempo que aumenta a taxa de evaporação da água presente nos grãos, acelerando o processo de secagem (Carvalho & Nakagawa, 2000). Assim, a taxa de consumo aumentou com o aumento da temperatura de secagem, pois mais combustível foi necessário para produção de energia.

A taxa de secagem foi diretamente influenciada pela temperatura de secagem e pelo aumento do nível de umidade do grão. Com o decorrer do processo, observou-se a secagem mais rápida da camada mais profunda da massa de grãos, o que teve como conseqüência também o aumento da temperatura dos grãos. Quanto mais próximo da entrada do ar aquecido, a temperatura dos grãos tendeu a se equiparar com a do ar de secagem. Esse fato sugere que evaporação e transporte a partir da superfície dos grãos foram limitados pela velocidade de deslocamento da umidade do interior para a superfície, de acordo com o observado por Lasseran (1978). Isso é indicativo de que o ganho em tempo de secagem, com o aumento da temperatura de secagem de 70º C para 100 ºC, pode não compensar perdas qualitativas causadas pela elevada temperatura. Quando se usou temperatura de 40 ºC, a secagem demorou significativamente mais.

O custo do combustível por saco de 60 kg, em cada nível de umidade de grão, não foi significativamente aumentado com a elevação da temperatura de secagem (Tabela 2). Além disso, a redução da umidade do grão reduziu o custo do combustível, da mesma forma que reduziu o custo da energia elétrica, pelo menor tempo de trabalho do motor elétrico, porque o tempo de secagem foi menor. Como o aumento da temperatura dos níveis 100 ºC e 70 ºC reduziu o tempo de secagem, em relação ao nível de 40 ºC (Tabela 1), o custo da energia elétrica (Tabela 2) diminuiu. Como a duração da secagem aumentou com a diminuição da temperatura e com o aumento do grau de umidade inicial, da mesma forma o fez o custo da energia elétrica. A participação do custo da energia elétrica no custo total aumentou com a diminuição da temperatura de secagem, independentemente do grau de umidade inicial. O custo da energia elétrica correspondeu, em média, a 17%, 20% e 30% do custo total, quando foi empregado ar de secagem com 100 ºC, 70 ºC e 40 ºC, respectivamente, independentemente da umidade de colheita.

Os resultados apontaram para menor custo total da secagem por saco de 60 kg, considerando-se combustível e energia elétrica despendidos, quando se usou a temperatura de 100 ºC e 70 ºC na secagem de milho. No entanto, como a literatura reporta danos à qualidade com uso de temperatura de 100 ºC, pode-se sugerir 70 ºC como a temperatura que melhor alia custos e rendimento de secagem.

Considerando a secagem a 70 ºC como a mais apropriada, em termos de qualidade final do grão, pode-se afirmar, pela análise da Tabela 2, que o custo médio total por saco de 60 kg, por ponto percentual de umidade retirada para essa temperatura, é de R$ 0,086.


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