cnpt2.gif (2276 bytes)

cirtec_g.jpg (25724 bytes)

07

Dezembro, 2002
Passo Fundo, RS

Resultados e discussão

Na Tabela 1 são apresentados valores médios da perda quantitativa ocorrida nos dois anos de colheita de trigo. O comportamento médio dos parâmetros analisados corresponde ao que se esperava, confirmado na revisão de literatura, ou seja, em relação às perdas na plataforma, o ponto máximo de perdas ocorre nas colheitas com umidade de grãos ao redor de 20%, reduzindo significativamente à medida que trigo vai secando na lavoura, até atingir o nível de 0,5% de perdas na colheita com 13% de umidade.

Do mesmo modo, a perda nos mecanismos internos também é significativa (3,3%) apenas na colheita mais antecipada (25% de umidade), passando para um patamar cerca de 2,0% de perdas nas demais épocas de colheita.

Na Figura 3 são apresentados resultados de perdas ocorridas na plataforma da colhedora (barra de corte e molinete) e perdas nos mecanismos internos (trilha e separação), decorrentes dos níveis de umidade de colheita. Com relação às perdas na plataforma, verifica-se que, à medida que os grãos de trigo foram secando, menores foram as perdas. Isso pode ser explicado pela maior facilidade de ação das navalhas da barra de corte sobre colmos de plantas mais secos, e o molinete tende a enrolar menos plantas quando estas estão mais secas. As perdas nos mecanismos internos (trilha e separação), pela ação de regulagens que foram realizadas, apresentaram inflexão próxima a 16% de umidade, ou seja, existe tendência de as perdas serem minimizadas ao redor desse ponto de colheita.

Na Tabela 2 são apresentados valores médios das perdas qualitativas ocorridas nas duas safras. Verifica-se que o nível de perdas na colheita com 25% de umidade apresenta valores elevados, comparando-se com os das demais épocas de colheita. A partir do nível de umidade de 20% as perdas decresceram acentuadamente, sendo menores na colheita com 16% de umidade. Nesse ponto de colheita encontra-se a mais adequada regulagem da colhedora (7 mm de folga entre cilindro e côncavo e 900 rpm de rotação do cilindro)

Observou-se que há interação acentuada entre nível de perda de grãos na colheita e nível de umidade no grão. Do mesmo modo, verificou-se que, nos diferentes níveis de umidade do grão, alguns ajustes devem ser efetuados na "regulagem básica" de uma colhedora. Os mais importantes são abertura (folga) do cilindro/côncavo e rotação do cilindro, responsáveis pela perda qualitativa do grão colhido. Na Tabela 2 observa-se igualmente, que a regulagem ideal proposta pelo fabricante, em nenhuma das épocas de colheita foi a melhor. Para elevado nível de umidade do grão (25%), ambas as regulagens de folga cilindro/côncavo e rotação do cilindro proporcionaram reduções superiores a 30% nas perdas, em relação à regulagem intermediária. Para médio nível de umidade do grão (16%), reduzir a folga e aumentar a rotação proporcionou redução superior a 60% nas perdas, em relação à regulagem intermediária. Para baixa umidade do grão (13%), diminuir a folga e aumentar a rotação provocou redução de 17% nas perdas.

Na Figura 4 são apresentados os resultados do dano visual (percentagem de grãos amassados e de grãos quebrados) causado em grãos de trigo para diferentes níveis de umidade do grão durante a colheita. Observa-se que tanto um, quanto outro, apresentaram o mesmo comportamento, ou seja, quanto mais úmido o grão, maior o dano. Esse dano visual representou, em média, perdas de 1,38% para 25% de umidade, 0,41% para 20% de umidade, 0,18% para 16% de umidade e 0,33% para 13% de umidade. A inflexão da curva mostra que os melhores resultados foram obtidos na colheita com 16% de umidade.


Circular Técnica Online Nº 07Circular Técnica Online Nº 07 Publicações OnlinePublicações Online

Copyright © 2002, Embrapa Trigo