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Dezembro,
2002 Passo Fundo, RS |
Material e Métodos
Este trabalho foi conduzido no Centro Nacional de Pesquisa de Trigo Embrapa Trigo, durante as safras agrícolas de 1999 a 2001. A cultivar usada para as avaliações foi BRS 49. Os plantios foram realizados no mês de junho, com semeadora SHM 13, da indústria Semeato S.A., com espaçamento entre as linhas de 0,17m e densidade de plantio variando entre 330 e 350 plantas/m2. As épocas de colheita foram assim definidas:
Adotou-se o método descrito por PORTELLA (1981), para avaliação de perdas de grãos, usando-se uma armação retangular de 3,6 m de comprimento (plataforma da MF-3640) x 0,277 m de largura, perfazendo 1m2, chamada de quadro medidor.
Método de avaliação de perdas
1º passo - perdas na plataforma de corte
a) Colher pequena área, até completar aproximadamente um quarto do tanque graneleiro da colhedora;
b) Parar a colhedora, deixando-a em funcionamento até eliminar toda a palha para fora da máquina. Então, como mostra a Figura 1, retroceder a colhedora a uma distância igual à de seu comprimento;
c) Armar o quadro medidor na parte colhida, na frente da colhedora, e contar os grãos, até mesmo aqueles que tiverem permanecido nas espigas;
d) Voltar a colher até completar meio tanque e, então, repetir os procedimentos acima, para obter a segunda medição;
e) Voltar novamente a colher até completar, aproximadamente, três quartos de tanque, repetindo os procedimentos anteriores, para obter a terceira medição; e
f) Somar o total de grãos encontrados nas três medições, dividindo-o por três, obtendo a média de grãos perdidos.
2º passo perda total e perdas na trilha, nos saca-palhas e nas peneiras
a) Conforme mostra a Figura 2, armar o quadro medidor após a passagem da colhedora, na parte já colhida;
b) Contar os grãos, até mesmo os que tiverem permanecido nas espigas;
c) Voltar a colher e repetir o processo mais duas vezes;
d) Somar o total de grãos encontrados nas três medições, dividindo-o por três, encontrando a perda média de grãos; e
e) Subtrair desse total a perda de grãos que ocorreu na plataforma, obtendo-se, por diferença, a perda verificada nos mecanismos internos da colhedora.
Todas as colheitas foram realizadas com colhedora Massey-Ferguson, modelo MF-3640, ano 1989, com aproximadamente 2.500 horas de uso, equipada com plataforma flexível. As perdas quantitativas, de plataforma, de trilha e de separação, e as perdas qualitativas, representadas por grãos amassados e grãos quebrados, foram avaliadas. Foram considerados doze tratamentos, resultantes da combinação de quatro níveis de umidade do grão (25%, 20%, 16% e 13%) e três combinações de regulagem da folga entre cilindro/côncavo e rotação do cilindro, para cada umidade do grão (conforme quadro abaixo), com três repetições.
Quadro descritivo das regulagens usadas durante a colheita de trigo, para quatro níveis de umidade do grão
Umidade do grão (%) |
Menor |
Intermediária |
Maior |
|||
Folga (mm) |
Rotação (rpm) |
Folga (mm) |
Rotação (rpm) |
Folga (mm) |
Rotação (rpm) |
|
25 |
13 x 8 |
1.100 |
14 x 8 |
1.000 |
15 x 8 |
900 |
20 |
14 x 8 |
1.000 |
15 x 8 |
900 |
17 x 8 |
800 |
16 |
15 x 8 |
900 |
17 x 8 |
800 |
21 x 10 |
700 |
13 |
17 x 8 |
800 |
21 x 10 |
700 |
25 x 12 |
700 |
Para cada nível de umidade do grão foi considerada uma regulagem recomendada pelo fabricante, denominada Intermediária (na Tabela 2, corresponde aos números 2, 5, 8 e 11); além dessa, foi empregada uma regulagem com menor folga entre cilindro e côncavo e maior rotação do cilindro (na Tabela 2, corresponde aos números 1, 4, 7 e 10), denominada Menor, e outra regulagem com maior folga entre cilindro e côncavo e menor rotação do cilindro (na Tabela 2, corresponde aos números 3, 6, 9 e 12), denominada Maior. Procurou-se, dessa maneira, encontrar o ponto ótimo de regulagem da colhedora. A percentagem de grãos quebrados e de grãos amassados foi obtida pela análise de Dano Visual, realizada no Laboratório de Qualidade da Embrapa Trigo.
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