A cevada (Hordeum vulgare ssp. vulgare) cervejeira é uma alternativa de inverno agronômica e economicamente consolidada nos sistemas de produção de grãos de algumas regiões do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. A área cultivada nos últimos anos cresceu substancialmente, passando de 57.018 hectares em 1992 para 137.664 hectares em 2000 (Minella, 2001). O rendimento médio da lavoura no período cresceu cerca de 40 %, passando de 1.700 para 2.400 kg/ha, da primeira para a segunda metade da década de 90, respectivamente. Em conseqüência, a produção nacional vem superando 300.000 toneladas/ano desde a safra de 1998, suprindo, em média, 70 % da capacidade da indústria de malte e tornando o país menos dependente de importações de cevada.

A evolução verificada na produção nacional pode ser atribuída a vários fatores, entre os quais o uso de cultivares mais competitivas e a adoção do plantio direto, são os mais importantes. As novas cultivares são mais competitivas em rendimento e classificação de grãos, em resistência a doenças e em qualidade de malte. A melhoria física, química e biológica do solo, obtida pelo uso prolongado do sistema plantio direto, vem potencializando a expressão das características agronômicas desejáveis das novas cultivares disponibilizadas pela pesquisa.

Considerando que o sucesso de uma lavoura depende primeiramente do uso da(s) cultivar(es) mais estável(eis) e competitiva(s) localmente, a existência de informações atuais sobre o desempenho relativo das cultivares disponíveis em escala regional adquire fundamental importância para os vários segmentos da cadeia produtiva de cevada.

A apresentação de resultados agronômicos das cultivares de cevada indicadas para cultivo pela Comissão de Pesquisa de Cevada, obtidos na rede de experimentação oficial na região sul do país em quatro anos serve como subsídio à tomada de decisão na escolha das cultivares para cada região produtora e constitui o principal objetivo desse trabalho.