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Dezembro, 2002
Passo Fundo, RS

Material e Métodos

1- Zoneamento de riscos climáticos para a cultura de trigo no Rio Grande do Sul

Foram usados, de forma integrada, modelos de simulação de crescimento e desenvolvimento de culturas - DSSAT: CERES-Wheat – (Tsuji et al, 1994) e técnicas de geoprocessamento (SGI-INPE), para espacialização dos índices de zoneamento e mapeamento final.

Definiram-se como riscos climáticos à cultura de trigo, no Rio Grande do Sul, a ocorrência de geada no período de espigamento (período crítico de 15 dias: 10 dias antes da antese e 5 dias após esse estádio) e o excesso de chuva por ocasião da colheita (período crítico de 15 dias: intervalo entre o estádio de maturação fisiológica e 15 dias após).

ÍNDICE DE RISCO DE GEADA (IG) - baseado na freqüência de ocorrência, no período crítico, de faixas de temperatura mínima absoluta (Tm) registrada em abrigo meteorológico, com a seguinte ponderação:

1) Tm entre 2 ºC e 0 ºC, peso 1

2) Tm entre 0 ºC e –2 ºC, peso 2

3) Tm abaixo de –2 ºC, peso 3

IG = 1 (f1) + 2 (f2) + 3 (f3),

Sendo f1, f2, f3 a freqüência (%) de ocorrência de Tm, nas respectivas faixas acima descritas.

ÍNDICE DE RISCO DE EXCESSO DE CHUVA NA COLHEITA (IC) - definido como problema a ocorrência, no período crítico, de forma isolada ou combinada, das seguintes situações:

1) Chuva entre 75 e 150 mm e mais de 10 dias com chuva

2) Chuva acima de 150 mm e mais de 5 dias com chuva

IC = freqüência (%) de ocorrência das condições especificadas.

Para 36 localidades do estado, com séries históricas de observações meteorológicas diárias entre 20 e 30 anos (Rede do INMET – 8º DISME e FEPAGRO – RS), foram analisadas simulações matemáticas de desenvolvimento da cultura de trigo geradas com o modelo CERES-Wheat, considerando-se semeadura entre abril e agosto. Como representativos de semeadura no primeiro, segundo e terceiro decêndios de cada mês, foram especificados os dias 5, 15 e 25, respectivamente.

Consideraram-se como objeto de busca de escape, em função do período de semeadura, as condições de IG > 60 e IC > 20, ou seja, situação de alto risco ocorrendo em 20% dos anos.

 

2- Variabilidade temporal e espacial do quociente fototermal no Rio Grande do Sul

Para realização do trabalho, foram usados dados diários de 27 estações meteorológicas do Rio Grande do Sul, integrantes das redes do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO-RS), cujas séries históricas variaram de 10 a 30 anos, sendo a maioria superior a 20 anos. A distribuição geográfica dessas estações, no estado, pode ser vista na Figura 1.

O quociente fototermal foi calculado para cada dia, entre 1º de junho e 30 de outubro, conforme modelo proposto por Fischer (1985):

Q= Rs/(Tmed - 4,5)

 sendo: Q= quociente fototermal diário (MJ m-2 dia-1 ºC-1), Rs= radiação solar global (MJ m-2 dia-1 ) e Tmed= temperatura média diária (°C).

A partir dos valores diários de Q, foram calculados os quocientes fototermais médios diários, considerando-se períodos de 25 dias anteriores às supostas datas de antese (nos moldes usados por Magrin et al., 1993) passíveis de ocorrerem entre 1º de julho e 30 de outubro (Q 25 dias).

A representação espacial do valor do quociente fototermal foi feita para datas centrais de antese, admitidas como ocorrendo nos dias 5, 10, 15, 20, 25 e 30 de cada mês. Tomando-se esses dias como referência, a partir dos valores médios de Q 25 dias, foram calculados os valores médios de Q dos dias referência, usando-se o intervalo de tempo entre quatro dias anteriores e quatro dias posteriores aos dias-referência. Este procedimento visa a conferir maior representatividade das cartas para datas reais de ocorrência de antese. Portanto, supondo-se a ocorrência da antese no dia 7 de determinado mês, essa data estaria representada na respectiva carta do dia 5. Por sua vez, para a análise de ocorrência de antese no dia 8 deve ser usada a carta de referência para o dia 10. Ou seja, considerar sempre a maior proximidade da data desejada com a da carta-referência, tendo em vista que cada uma delas contempla os valores dos dias mais próximos.

Os valores médios do quociente fototermal de referência foram espacializados pelo método de Kriggeagen, com interpolação de curvas obedecendo a intervalos de 0,1 unidade de quociente fototermal.


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