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Dezembro, 2002
Passo Fundo, RS

Introdução

O interesse em maximizar a produção de trigo tem estimulado os produtores a adotar práticas intensivas de manejo da cultura. Entre essas práticas, destaca-se a semeadura em épocas apropriadas para cada região, o ajuste de espaçamento e densidade, o aumento do nível de fertilidade do solo, controle de doenças, controle de insetos e de acamamento. O acamamento é um dos fatores que mais limita a maximização da produção de grãos de trigo. Os efeitos negativos do acamamento na produtividade são decorrentes do decréscimo da fotossíntese (Wiersma et al.,1986), da redução na assimilação e translocação de carbohidratos e minerais (Pinthus, 1973), do suplemento excessivo de nitrogênio (Engels & Marschner, 1995), do aumento da intensidade de doenças (Weibel & Pendleton, 1964) e finalmente, da redução na eficiência da colheita. Essa perda de potencial de rendimento de grãos pode ser significativa, dependendo da intensidade e do estádio de desenvolvimento da planta em que ocorre o acamamento, sendo a antese o estádio mais sensível (Pinthus, 1973; Stanka et al., 1979). De forma geral, o acamamento tem sido controlado através da restrição da aplicação de fertilizantes nitrogenados e utilização de cultivares de porte baixo que geralmente apresentam resistência ao acamamento.

Considerando que as cultivares de trigo disponíveis para o plantio no Estado são na sua maioria de porte alto, o uso de elevadas doses de nitrogênio têm provocado problemas de acamamento (Neto et al., 1979). No sentido de contornar esse problema, a utilização de reguladores de crescimento, reduzindo a estatura da planta e aumentando a resistência ao acamamento (DeWilde, 1971; Sachs & Hackett, 1972; Gill et al., 1974), tem permitido, em alguns casos o uso de adubação nitrogenada mais elevada e, conseqüentemente, maior exploração da capacidade produtiva da planta. Com esse objetivo, estudos de combinação de doses de nitrogênio e aplicação de redutores de crescimento têm sido amplamente divulgados (Kováts, 1971; Chromiski & Stankiewicz, 1972; Qyteti, 1973; Neto et al., 1979; Abrão et al., 1980; Roth et al., 1984). Nesse aspecto o uso de redutor de crescimento tem favorecido, em algumas situações, o aumento do rendimento de grão em cereais. Contudo, a causa desse efeito não esta perfeitamente esclarecida.

Estudos utilizando o redutor de crescimento Cycocel (cloreto de 2-cloro etil trimetilamônia) têm atribuído o aumento de rendimento de grãos a redução do acamamento (Appleby et al., 1966; Humphries, 1968; Chrominski e Stankiewicz, 1972; Gill et al., 1974) devido a redução do comprimento de entrenós e espessamento do colênquima e esclerênquima (Kepczynski & Czaplewska, 1975; Kepczynski & Kaczmarek, 1975). Por outro lado, tem-se ainda atribuído o aumento do rendimento de grãos ao efeito de cycocel no aumento do número de espigas por área (El-Shaarawi et al., 1973; Rowland, 1974) e no número de grãos por espiga (Myhre et al., 1973; Petrulis, 1973; Pinthus, 1973).

O objetivo deste trabalho foi estudar e avaliar as causas primárias do efeito do redutor de crescimento Cycocel em combinação com doses de nitrogênio, no rendimento de grãos. Para tal, avaliou-se, em nove cultivares de trigo, o índice de acamamento, a estatura de plantas, o número de grãos por espiga e o número de espigas por área.

 


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