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Dezembro, 2002
Passo Fundo, RS

Introdução

A produção de milho no Estado do Rio Grande do Sul ainda é insuficiente para atender à demanda deste cereal. Essa condição agrava-se quando ocorrem frustrações de safra. Os baixos valores e a distribuição irregular da precipitação pluvial, como ocorreu no Rio Grande do Sul, nos anos agrícolas de 1978-79, 1979-80, 1981-82, 1985-86, 1987-88 e 1990-91 , foram as causas do baixo rendimento de grãos das culturas de primavera-verão (MATZENAUER et al., 1998a e 1998b; BERLATO & FONTANA, 1999). Em trabalho de zoneamento da cultura de milho para o Estado do Rio Grande do Sul, MALUF et al (1986) e MALUF, MATZENAUER e CAIAFFO (2000) encontraram que a temperatura não é fator limitante para milho no estado. Restrições térmicas ocorrem em locais nas regiões climáticas da Serra do Nordeste, Planalto Médio e Planalto Superior, variando a abrangência das áreas com a época de semeadura. No estado do Rio Grande do Sul, em geral, o regime térmico atende às exigências da cultura de milho e outras culturas de primavera-verão, sendo a deficiência hídrica, causada por períodos de estiagem e por distribuição irregular da precipitação pluvial, fator limitante para obtenção de elevado rendimento de grãos (MOTA et al., 1974, 1991 e 1996; MATZENAUER e SUTILI, 1983; BERLATO, 1992; CUNHA et al., 1998). No estado, poucas vezes a cultura de milho encontra situações de cumprir todo o ciclo em condições ideais de disponibilidade hídrica. Em algumas regiões, durante os meses de verão, é freqüente a ocorrência de deficiência hídrica, sendo esta em alguns anos acentuada, o que se agrava quando coincide com o estadio de florescimento. MATZENAUER et al. (1998a), em experimento desenvolvido a campo, na região da Depressão Central do Rio Grande do Sul, encontraram que os maiores valores de consumo de água (ETm) da cultura de milho irrigado ocorreram no período de pendoamento ao espigamento (ETm/dia=7,0 mm). Determinaram o consumo de água de 573 mm durante o ciclo, ou seja, 4,6 mm por dia. MOTA (1958) menciona como comprovado que o elemento climático fundamental, que determina o rendimento de milho no Rio Grande do Sul, é o regime hídrico na época de floração, estando sua influência associada à época de semeadura local. MOTA et al. (1974) referem que 67 % da área do estado em que o milho pode ser cultivado, não necessita irrigação na maioria dos anos. Entretanto, no restante da área a freqüência de anos em que a chuva é insuficiente para atender às necessidades da planta, aumenta de norte para sul e para o litoral. MALUF, MATZENAUER e CAIAFFO (2000) concluíram que as maiores limitações à obtenção de elevado rendimento de grãos de milho no Rio Grande do Sul são impostas pela deficiência hídrica, que ocorre com maior freqüência no oeste, sudoeste e sudeste do estado, nas regiões do Médio e Baixo Vale do Rio Uruguai, Campanha, Depressão Central, Litoral Sul e Serra do Sudeste. Referem que as regiões que apresentam limitações por deficiência hídrica, com uso de irrigação, passam a ter alto potencial de produtividade. ÁVILA (1994) cita que a probabilidade da precipitação pluvial superar a evapotranspiração potencial nos meses de dezembro a fevereiro, em praticamente todo o estado, é inferior a 60 %. Este fato indica alta freqüência de ocorrência de deficiência hídrica e conseqüentemente redução no rendimento de grãos das culturas de primavera-verão. Trabalhos como os de BERLATO (1992), MOTA et al. (1991), MOTA et al. (1996), CUNHA et al. (1998) e MATZENAUER, et al. (1998b), referem que a baixa disponibilidade hídrica, causada pela baixa quantidade e/ou má distribuição da precipitação pluvial, é o principal fator limitante ao alto rendimento de grãos de soja no estado do Rio Grande do Sul. Dessa maneira a elaboração de um zoneamento direcionado para minimização de riscos climáticos por deficiência hídrica para a cultura de milho, vem a contribuir na tomada de decisões sobre seleção de áreas a serem cultivadas, escolha de híbridos e/ou variedades, na definição de épocas de semeadura, e no direcionamento de crédito e seguro agrícola.


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