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Dezembro, 2001
Passo Fundo, RS

Introdução

O feijoeiro pode ser cultivado em todo o Rio Grande do Sul, variando, entretanto, o rendimento de grãos e os riscos climáticos decorrentes da variabilidade interanual, conforme a época de semeadura e entre regiões.

O regime térmico do estado, de maneira geral, satisfaz as exigências da cultura de feijão, ocorrendo, todavia, diferenças entre regiões, em que as de maior altitude apresentam menor estação de crescimento com disponibilidades térmicas ideais, tornando o período de semeadura mais restrito, devido aos maiores riscos por baixas temperaturas. As regiões ideais para cultivar feijão devem possuir temperatura média, durante o ciclo da cultura, entre 20 ° e 22 ° C, sendo a ótima de 21 ° C. Temperatura acima de 24,0 ° C durante o florescimento e formação de legumes determina efeitos negativos no rendimento de grãos. Assim, a temperatura média durante o mês mais quente do ciclo da cultura não deve ser superior a 24 ° C (Cultura do Feijão, 1978; Mota et al., 1974; Mota & Zahler, 1994; Maluf, 1978; Maluf & Caiaffo, 1999).

Com relação ao regime hídrico, o feijoeiro apresenta grande sensibilidade tanto a deficiências quanto a excessos hídricos, principalmente na fase de florescimento. O fator mais limitante à cultura de feijão no RS é a disponibilidade de água, que, em alguns anos, pode ser insuficiente, devido à ocorrência de períodos de estiagem. As deficiências hídricas, quando se manifestam, são mais pronunciadas nas regiões da Campanha, Depressão Central e Baixo Vale do Uruguai, verificando-se, normalmente, nos meses de novembro e dezembro. Todavia, podendo ocorrer também em outros meses.

A falta de umidade no solo é crítica para a cultura de feijão, principalmente na fase de florescimento. O feijoeiro tem a exigência hídrica satisfeita quando a precipitação pluvial, do período da semeadura à maturação fisiológica (± 90 dias), situa-se entre 300 e 400 mm, uniformemente distribuídos. Os baixos valores e a distribuição irregular da precipitação pluvial, como ocorreu no Rio Grande do Sul, nos anos agrícolas de 1978/1979, 1979/1980, 1981/1982, 1985/1986, 1987/1988, 1990/1991, 1995/1996, 1998/1999 e 1999/2000, foram as causas do baixo rendimento das culturas de primavera-verão (Matzenauer et al., 1998a e 1998b; Berlato & Fontana, 1999).

Em função de baixos valores e pela irregularidade da distribuição da precipitação pluvial, em alguns anos no RS, verificou-se a importância de realizar o zoneamento de riscos climáticos, com detalhamento de dez em dez dias, para a cultura de feijão, tomando-se como base a indicação de épocas de semeadura (Maluf & Caiaffo, 1999) e de áreas aptas do zoneamento agroclimático da cultura do feijão (Mota et al, 1974).

Esse trabalho teve por objetivo definir a indicação de épocas de semeadura, com menores riscos por deficiência hídrica, para a cultura de feijão no Rio Grande do Sul.


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