Este boletim de pesquisa foi elaborado a partir da compilação da informação
publicada sobre caracterização bioclimática de trigos criados ou introduzidos para
cultivo/avaliação no Brasil. Especificamente, os trabalhos de Pascale
& Mota (1966), Mota & Goedert (1969), cujos
experimentos foram realizados em Pelotas, RS (31° 45 S, 52° 21W e 13 m de
altitude), Wendt (1982) e Cunha et al.
(1997); via experimentos conduzidos em Passo Fundo, RS (28° 15 S, 52° 24
W e 687 m de altitude), 1994 a 1996; além de ensaios executados com esta finalidade, em
1999 e em 2000, também em Passo Fundo.
Os referidos estudos de caracterização bioclimática dos genótipos de trigo
brasileiro, usaram a metodologia de semeaduras continuadas, entre abril e outubro, gerando
informações para o traçado das curvas de Índice Heliotérmico de Geslin (IHG),
conforme descrita por Pascale (1955) e usada também em estudos
de bioclimatologia de trigos argentinos (Pascale & Damário,
1961 e Pascale, 1969), uruguaios (Burgos
& Corsi, 1971) e brasileiros (Pascale & Mota, 1966,
Mota & Goedert, 1969; Wendt, 1982
e Cunha et al., 1997).
Detalhes experimentais, envolvendo localização dos ensaios, datas de semeadura,
tratamento de vernalização, práticas culturais etc., relacionados com informações de
bioclimatologia de trigo já publicadas, podem ser encontrados nos trabalhos originais (Pascale & Mota, 1966, Mota & Goedert, 1969; Wendt, 1982 e Cunha et al., 1997).
Dois novos experimentos de caracterização bioclimática de trigos brasileiros e
exóticos foram realizados na Embrapa - Centro Nacional de Pesquisa de Trigo (Embrapa
Trigo), em Passo Fundo, RS, em 1999 e 2000. Nestes experimentos, utilizou-se a mesma
metodologia de semeaduras continuadas em dez épocas (Tabela 1),
sem repetição, para o traçado das curvas de Índice Heliotérmico de Geslin (IHG).
Em cada época de semeadura, as parcelas foram dispostas, em blocos únicos, uma ao lado
da outra. Para cada genótipo, as mesmas foram formadas por 2 linhas de plantas, cujas
sementes foram submetidas ao tratamento de vernalização (0-2ºC, durante o intervalo
entre as semeaduras) e 2 linhas não vernalizadas, sendo as linhas de 3 m de comprimento e
o espaçamento entre elas de 0,20 m. Os tratos culturais foram realizados de acordo com as
recomendações da Comissão Sul-Brasileira de Pesquisa de Trigo (Reunião
... 1999 e 2000).
A classificação dos genótipos quanto ao seu grupo bioclimático foi feita com base
nas respostas termofotoperiódicas, integradas no Índice Heliotérmico de Geslin (IGH),
calculado para o subperíodo emergência-espigamento, considerando-se os tratamentos com e
sem vernalização separadamente:
IGH = Temp. média (ºC) x fotoperíodo médio (h)/100
As curvas de IGH de cada genótipo foram comparadas com as curvas padrões de IHG dos
distintos grupos bioclimáticos estabelecidos por Mota &
Goedert (1969), Wendt (1982) e Cunha
et al. (1997).
Copyright © 2000, Embrapa Trigo