Rendimentos altos e estabilidade de produção são objetivos da maioria dos programas
de melhoramento genético de trigo ora conduzidos no Brasil e, até mesmo, em nível
mundial. Para isso, há necessidade de que seja considerada a adaptação dos genótipos
criados aos ambientes em que serão cultivados. Evidentemente, sem desprezar outros
aspectos, como características de qualidade industrial, resistência às doenças/pragas,
tolerância ao alumínio etc.
A adaptação dos genótipos de trigo aos diferentes ambientes é geneticamente
controlada, sendo necessário, para que ocorra em um nível adequado, a satisfação de
suas exigências bioclimáticas; particularmente em termos de temperaturas, incluindo
necessidades de vernalização, e de fotoperíodo.
A ampla variabilidade genética existente, em termos de respostas fenológicas às
variáveis de ambiente, tem possibilitado o cultivo de trigo desde quase 60° de latitude
Norte, no norte da Europa, até cerca de 40° de latitude Sul, nos extremos sul do Chile e
da Argentina; na América do Sul. Esta vasta região, cruzando a linha do Equador,
abrangendo desde locais próximos do nível do mar e com mais de 3000 m de altitude,
demonstra a adaptação da espécie a regiões climaticamente muito diferentes em nível
mundial (Pascale, 1974).
O conhecimento das características bioclimáticas dos genótipos de trigo é
fundamental no planejamento de cruzamentos em programas de melhoramento genético
direcionados à criação de cultivares para ambientes específicos e/ou avaliar,
previamente à realização de testes experimentais, as possibilidades de sucesso de
determinadas cultivares nos mesmos.
Neste contexto, o presente boletim de pesquisa reúne a informação disponível sobre
caracterização bioclimática de trigos criados ou introduzidos para cultivo no Brasil,
dispersa em diferentes publicações, e os resultados de experimentos conduzidos com esta
finalidade em 1999 e em 2000.
Copyright © 2000, Embrapa Trigo