Embrapa Trigo Boletim de Pesquisa Online Nº 2, dez./99

Resultados e Discussão

A semeadura de trigo, no Rio Grande do Sul, dá-se entre maio e julho, dependendo da região, começando pela parte mais quente do estado, fronteira noroeste, e terminando na região mais fria, Campos de Cima da Serra.

Os dois riscos climáticos considerados neste estudo - geada na floração e excesso de chuva na colheita - apresentam magnitudes diferentes em nível regional, dependendo da época de semeadura, conforme ilustram as Figuras 1, 2 e 3, para semeaduras de trigo em maio, em junho e em julho, respectivamente.

Na Figuras 1 (semeaduras em maio) constata-se que os riscos de geada na floração são altos (maiores que 20 %) em duas regiões, particularmente quando feitas no começo de maio, em especial no nordeste do estado (Campos de Cima da Serra e Planalto Médio) e sudeste do estado (Campanha, região de fronteira com o Uruguai e com a Argentina). Gradativamente, com as semeaduras a partir de meados de maio, os riscos de geada na floração diminuem sua abrangência, permanecendo ainda altos nas regiões citadas. Na Figuras 2 (semeaduras em junho), os riscos de geada na floração considerados altos (maiores que 20 %) diminuem ainda mais sua zona de abrangência, tornando-se restritos às semeaduras de julho, quando desaparecem a partir de semeaduras após a metade desse mês (Figuras 3).

De modo geral, para os riscos de chuva na colheita, observa-se nas Figuras 1, 2 e 3 (parte à direita) que a probabilidade de se ter problema na época de colheita são maiores na metade norte do estado. Isso porque chove mais na parte norte do Rio Grande do Sul (Berlato, 1992), quando, na primavera, passam a atuar os complexos de meso-escala que se formam no Paraguai e se deslocam para o Sul, atingindo com chuvas de grande intensidade a região da fronteira noroeste do RS.

Por meio do cruzamento das cartas de risco de geada na floração e de excesso de chuva no período que precede à colheita, foi possível definir, para cada local do estado, períodos para a semeadura de trigo em que os níveis de risco, em 80 % dos anos, ficassem abaixo da situação de alto risco e fossem minimizados, conforme constam na Tabela 1 e na Figura 4. Esses resultados integraram as recomendações da Comissão Sul-brasileira de Pesquisa de Trigo, safras de 1996, 1997, 1998 e 1999 (Reunião, 1996, 1997, 1998 e 1999), podendo também ser encontrados em Cunha e Haas (1996).


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