A obtenção das linhagens androgenéticas envolveu as seguintes etapas:
- Cultivo, em condições controladas, de populações F1 simples, duplas ou triplas ou de progênies de plantas selecionadas em gerações mais avançadas;
- Seleção, das plantas indicadas pelo melhorista, para coleta de espigas na fase de micrósporo uninucleado (Figura 5);
- Pré-tratamento e cultivo de anteras "in vitro" em meio Batata II Modificado (Moraes-Fernandes & Picard, 1983);
- Resgate das estruturas embrionárias (Figura 6);
- Regeneração das plantas verdes (Figura 7);
- Aclimatação e identificação dos genótipos duplo-haplóides;
- Avaliação citogenética através da contagem dos cromossomos somáticos em ponta de raiz (Figura 8) e seleção dos genótipos cujos genomas foram duplicados espontaneamente para posterior maturação em casa de vegetação;
- Tratamento com colchicina para duplicação dos genomas das plantas haplóides (Figura 9);
- Colheita das espigas férteis e identificação das linhagens PF de acordo com a numeração do programa de melhoramento da Embrapa Trigo;
- Plantio para multiplicação e seleção preliminar das plantas com características de interesse agronômico; e
- Escolha das linhagens a serem avaliadas nos ensaios de rendimento e/ou utilizadas como germoplasma para novos cruzamentos.
Como, em geral, apenas a espiga principal foi cultivada "in vitro", a condução das populações também pode ser feita, simultaneamente, por outros métodos convencionais de seleção.
Visando a ampliar as possibilidades de produção de plantas competitivas, a seleção para cultura de anteras levou em conta os seguintes requisitos:
- capacidade androgenética de, pelo menos, um dos genitores;
- capacidade produtiva de, pelo menos, um dos genitores na região de concentração da rede experimental;
- vigor híbrido na geração F1, doadora das anteras, com potencial estimado superior às testemunhas da rede experimental; e
- potencial produtivo estimado das populações doadoras de anteras em F4 e em F5, também superior às testemunhas (Caetano & Moraes-Fernandes, 1992).