Novembro, 2008
94
Passo Fundo, RS
Sessão de Fitossanidade, Fitotecnia & Solos

ANÁLISE BROMATOLÓGICA DE DIFERENTES CULTIVARES DE CENTEIO

Ferrão, T. S.1; Kaminski, T. A.2; Silva, L. P.3*; Nascimento Junior, A. do4*

O Rio Grande do Sul é o estado com maior área com cultivo de centeio no Brasil. Este cereal caracteriza-se por sua peculiar composição química com altos teores de fibra alimentar e ligninas, além de apresentar vantagens de produção. Neste trabalho buscou-se caracterizar quimicamente alguns genótipos de centeio desenvolvidos e em desenvolvimento pela Embrapa Trigo, a fim de identificar propriedades nutricionais que serão utilizadas como informação no desenvolvimento de formulações alimentícias a base deste cereal. Os genótipos analisados foram: PFS 0501, PFS 0502, PFS 0504, BR1 e BRS SERRANO; cultivados na região de Passo Fundo, nos anos de 2005 e 2006. Foram analisados os teores de proteína bruta (método de Kjeldahl), lipídios (Bligh-Dyer), fibra alimentar (método 991.43 da AOAC) e carboidratos (diferença entre 100 e os parâmetros analisados mais cinzas). As diferentes cultivares de centeio não apresentaram variabilidade dentro de cada medida analisada. Os resultados mais relevantes foram os altos teores de fibra alimentar (17,73 a 18,62g%), comprovando sua qualidade nutricional e seu potencial superior aos demais cereais de inverno utilizados como fontes de fibra, sendo estes: cevada (17,41g%), trigo (13,41g%), milho (12,82g%) e aveia (11,09g%). As elevadas concentrações de fibra alimentar solúvel (3,08 a 4,59g%) reforçam as vantagens da incorporação do centeio em alimentos, já que este cereal apresenta considerável teor de pentosanas, responsáveis por efeitos fisiológicos benéficos ao organismo como a diminuição da glicemia, da colesterolemia, de triglicerídios séricos e de atuar na prevenção de constipação. Sendo assim, torna-se interessante o enriquecimento funcional de formulações alimentícias com a inclusão de farinhas de centeio, proporcionando alimentos com melhor qualidade nutricional, independente da cultivar utilizada, pois não foram observadas diferenças significativas entre as cultivares de centeio analisadas para a composição química.

1 Acadêmico do curso de Farmácia e Bioquímica, Universidade Federal de Santa Maria.
2 Acadêmico do programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Universidade Federal de Santa Maria.
3 Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, *orientadora.
4 Pesquisador da Embrapa Trigo, *orientador.



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