Novembro, 2008
94
Passo Fundo, RS
Sessão de Fitossanidade, Fitotecnia & Solos

DINÂMICA DA POPULAÇÃO DE AFÍDEOS VETORES DO B/CYDV EM CEREAIS DE INVERNO EM COXILHA-RS EM 2008*

Folle, C.1; Lau, D.2*; Salvadori, J. R.2; Fernandes, J. M. C.2

O nanismo amarelo em cereais é causado por espécies dos vírus BYDV e CYDV (família Luteoviridae) transmitidas por afídeos (Hemiptera, Aphididae). Considerando a especificidade na relação vírus-vetor, a prevalência das espécies virais e a ocorrência de epidemias estão diretamente ligadas a dinâmica das populações de afídeos. No Brasil, são espécies vetoras que ocorrem em cereais de inverno Rhopalosiphum padi, R. maydis, R. rufiabdominalis, Schizaphis graminum, Sitobion avenae e Metopolophium dirhodum. O padrão de distribuição destas espécies ao longo do ano é variável e dependente do hospedeiro e do seu estádio de desenvolvimento. A fim de monitorar populações de afídeos vetores e relacionar a sua ocorrência com as espécies virais predominantes e com as perdas de produção foram estabelecidas parcelas experimentais de trigo e aveia em Coxilha, RS (Embrapa Trigo). Para a atração e multiplicação de afídeos virulíferos, em 13 de maio foram semeadas três faixas de aveia preta. As cultivares de trigo BRS Guabiju e BRS Timbaúva foram semeadas entre as faixas de aveia em duas épocas distintas (17 junho e 14 julho). Para monitoramento da população de afídeos, foram colocadas nove bandejas amarelas nas faixas de aveia e 24 nas faixas de trigo. A contagem do número de indivíduos por espécie de afídeos foi realizada semanalmente. O percentual de afídeos virulíferos foi estimado a cada duas semanas, coletando-se afídeos e realizando-se testes de transmissão. No período avaliado, a espécie de vetor predominante foi R. padi (46%), seguida por S. avenae (28%), S. graminum (14%) e M. dirhodum (1%). O maior pico da população de afídeos, para as três espécies mais frequentes, foi em julho (15 de julho para R.padi e S.graminum e 22 de julho para S.avenae). Em média, cerca de 20% dos afídeos coletados foram capazes de transmitir o vírus, sendo estes R. padi e S.avenae. Considerando a abundância e o percentual de indivíduos virulíferos, R. padi e S. avenae foram os principais vetores da virose. Os dados de população de afídeos serão importantes para o confronto com modelos de predição da ocorrência de epidemias de nanismo amarelo.

* Fonte de financiamento: Embrapa.
1 Acadêmico do curso de Agronomia, Universidade de Passo Fundo.
2 Pesquisador da Embrapa Trigo, *orientador.

 



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