Dezembro, 2007
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Passo Fundo, RS
Resultados e discussão

A produtividade média das lavouras de trigo variou entre 718 e 2.617 kg/ha nas zonas tritícolas avaliadas (Tabela 1) e foi de 1.639 kg/ha na área total abrangida pelo levantamento .

O percentual da área com calagem foi de 85% da área estudada, sendo que em 80% da área corrigida o calcário foi aplicado na superfície.

A semeadura direta sobre a palha predominou como método de manejo nas culturas que antecederam o trigo, bem como na lavoura de trigo, sendo utilizado em 96% e 92% da área total, respectivamente (Tabela 2). Na cultura anterior o menor índice de utilização desta tecnologia foi de 83%, verificado na zona tritícola A1 e, na cultura do trigo, foi de 72%, apresentado pela zona tritícola G.

A adubação de base mais utilizada foi na faixa de 150 a 200 kg/ha de adubo, aplicada em 59% da área total avaliada. O percentual de área com adubação de base acima de 200 kg/ha foi de 36%. Destacam-se as zonas tritícolas D e H, onde foi aplicado mais de 250 kg/ha de adubo em 36% e 76% das suas áreas, respectivamente. A faixa de adubação de cobertura mais utilizada foi 50-100 kg/ha de N, utilizada em 57% da área estudada, com destaque para a zona tritícola B, onde este índice atingiu 71%.

A utilização de sementes certificadas abrangeu 72% da área, enquanto que o uso de sementes tratadas atingiu 59% da área total e variou, entre as regiões estudadas, de 48%, na zona D, a 99% na zona H.

A ferrugem da folha ocorreu em 68% da área, as manchas foliares em 59% e o oídio em 41%. Em todas as zonas tritícolas o controle da ferrugem da folha com fungicidas ocorreu em mais de 90% da área com a doença (Tabela 2).

Na Tabela 3 são apresentados os percentuais de área tritícola ocupados pelas seis cultivares de trigo mais semeadas na área total de abrangência do levantamento e pelas cultivares que ocuparam mais de 10% de área dentro de uma ou mais zonas tritícolas. No geral, as cultivares mais usadas foram a CD 104 (29,5%), BRS 208 (21,9%), BRS 220 (10,6%), CD111 (6,4%), IPR 85 (5,9%) e BRS 210 (4,4%). A cultivar CD 104 foi, também, a mais cultivada em 5 das 9 zonas tritícolas estudadas. Do ponto de vista institucional, as cultivares da COODETEC ocuparam 40,2% da área total avaliada, as da Embrapa, 38,7%, as do IAPAR, 8,0% e as da OR Sementes, 5,3%.

A praga de maior ocorrência foi a lagarta do trigo, constatada em 81% da área total estudada. O percentual de área com ocorrência de pulgões foi de 76%, variando de 38%, na região H, a percentuais acima de 70%, nas regiões B, C e D.

As sequências de culturas mais usadas foram milho/aveia/soja/milho safrinha/soja/trigo (15,7%) e soja/trigo/soja/trigo/soja/trigo (12,5%). As culturas mais semeadas no inverno foram a aveia preta (37%), o trigo e o milho safrinha, ambos com 26% da área de inverno.

A seca, a geada, a chuva na colheita e o baixo preço foram os fatores mais citados como problemas para a cultura do trigo na safra avaliada. A criação de cultivares resistentes às doenças, citada por 26% dos colaboradores, foi a sugestão à pesquisa com maior índice de citação, seguida pelas sugestões de criação de cultivares resistentes à germinação na espiga e à seca.


 

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