Dezembro, 2007
85
Passo Fundo, RS
Estrutura celular e seus componentes fundamentais

A célula é a unidade da organização biológica capaz de usar substâncias obtidas do meio para manter e produzir o estado vivo. A palavra núcleo vem do latim nucleus que significa caroço. Esta estrutura foi descrita no século passado por Robert Brown. O núcleo é o centro de controle das atividades celulares. A presença do núcleo é a principal característica que distingue uma célula eucariótica de uma procariótica. A maior parte da informação genética está acumulada no DNA do núcleo. Esta estrutura, além de conter a informação genética da célula, também controla o metabolismo celular por meio da transcrição do DNA nos diferentes tipos de RNA (Mesquita, 1981; Junqueira & Carneiro, 2000).

Nas últimas décadas, estudos celulares têm produzido verdadeiras revoluções nas tecnologias e no conhecimento biológico. Atualmente, acredita-se que o núcleo é o componente celular que mais desperta interesse na comunidade científica mundial. Essa organela só pode ser visualizada com seus componentes – carioteca, cromatina e nucléolo – íntegros durante a interfase, mas células muito ativas apresentam núcleos volumosos e envoltório com grande quantidade de poros (Paiva, 2005).

Durante a interfase, fase em que o núcleo não está se dividindo, há presença no seu interior de um ou mais corpos bem evidenciáveis (nucléolos), de um componente filamentoso ou granuloso (cromatina), onde se situa o DNA, e de um componente fibroso ou de aparência amorfa (matriz nuclear). Durante a divisão celular, a cromatina aparece sob a forma de unidades individualizadas, que são então denominadas cromossomos (Mello, 2001).

As primeiras idéias sobre cromossomos surgiram no final do século XIX, quando estudos sobre mitose foram realizados. Em 1866, Heckel propôs que o núcleo celular era o principal agente responsável pela divisão das células. O primeiro cientista, entretanto, a descrever o processo da divisão celular mitótica de forma clara e objetiva foi o zoólogo alemão Anton Schneider, em 1873 (Kavalko, 2003).

Os cromossomos são estruturas complexas, localizadas no núcleo das células, compostos por DNA, histonas e outras proteínas, RNA e polissacarídios. Eles contêm, portanto, os fatores genéticos ou genes das células. Emprega-se, geralmente, o termo cromossomo mitótico para os cromossomos durante a mitose, e o termo cromossomo interfásico para os cromossomos durante a interfase. Os cromossomos têm forma e número definido para cada espécie, sendo estes constituídos de um número variável de filamentos de DNA ligados a proteínas (Mesquita, 1981).

O nucléolo compreende uma estrutura de forma esférica que existe no núcleo das células eucarióticas. Geralmente, cada núcleo possui um só nucléolo, mas existem núcleos com dois ou mais nucléolos, como por exemplo, as células vegetais. Esta estrutura é composta de uma porção granular e uma porção fibrilar, ambas as partes são constituídas de RNA, proteínas e fosfolipídios. Em geral, os nucléolos estão associados a um cromossomo que é chamado cromossomo organizador do nucléolo. Especificamente neste cromossomo destaca-se uma constrição secundária em que está associada à Região Organizadora do Nucléolo (“RON” ou do inglês “NOR”). Nesta região, estão localizados os genes responsáveis pela produção de rRNAs (RNA ribossômico), os quais constituem parte do nucléolo. A sua importância está em produzir e processar os rRNAs necessários para sintetizar todas as proteínas da célula. Os genes ribossômicos estão presentes em múltiplas cópias no genoma, ou seja, é um tipo de DNA repetitivo (Mesquita, 1981).

O tamanho e forma do nucléolo dependem do estado funcional celular, variando conforme a espécie e, dentro de uma espécie, de tecido para tecido e mesmo de célula para célula e também durante o ciclo celular. Segundo descrições clássicas, o nucléolo desaparece no fim da prófase reaparecendo na telófase, junto aos sítios NORs. A reformulação pós-mitótica dos nucléolos vai depender da interação de duas entidades diferentes como as regiões NORs e os corpos pré-nucleolares, que aparecem na telófase (Mello, 2001).


 

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