Dezembro, 2007
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Passo Fundo, RS
Sessão I – Fifotecnia, Fitossanidade, Solos, Comunicação e Sócio-Economia

CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DE UM ISOLADO DO Barley yellow dwarf virus

Parizoto, G.1; Lau, D.2; Schons, J.3; Lau, E. Y.4; Bianchin, V.5; Salvadori, J. R.6

A virose conhecida como “nanismo amarelo” causada por Barley yellow dwarf virus e Cereal yellow dwarf virus é uma das principais doenças dos cereais de inverno no Brasil e no mundo. A ocorrência desta virose depende da presença do vírus, de hospedeiros suscetíveis e de vetores aptos a transmitir o vírus. Para as condições brasileiras se dispõe de poucas informações sobre características biológicas da população viral, tais como, transmissibilidade por diferentes espécies de afídeos, patogenicidade e agressividade aos distintos hospedeiros. Visando avaliar a variabilidade do agente causal do “nanismo amarelo” nas regiões produtoras brasileiras, estabeleceu-se uma coleção de isolados virais oriundos de plantas de trigo e de aveia com sintomas da virose. No presente trabalho caracterizou-se um destes isolados quanto à capacidade de infectar e causar sintomas em dois hospedeiros (trigo ‘Embrapa 16’ e aveia preta ‘Zebu’) e quanto à eficiência com que é transmitido por quatro espécies de afídeos (Rhopalosiphum padi, Sitobion avenae, Schizaphis graminum e Metopolophium dirhodum). O isolado, oriundo de um plantio de aveia em Passo Fundo – RS, apresenta reação positiva para o antissoro específico para PAV (BYDV). O ensaio foi montado em delineamento inteiramente casualizado com três repetições, sendo a unidade experimental constituída por um vaso com cinco plantas. Sobre cada planta foi colocado um afídeo adulto áptero. O período de transmissão foi de 72 horas, após o que foi contado o número de adultos e ninfas por planta e aplicado inseticida. As plantas foram transferidas para câmaras com temperatura e fotoperíodo controlados (20ºC +/-1ºC; 12 h luz:12 h escuro). Aos vinte e um dias após a infestação mediu-se a altura das plantas e aos trinta dias foram coletadas amostras para ELISA. Para o período analisado e para as condições nas quais as plantas foram mantidas não foram observados sintomas, contudo as plantas de aveia infestadas com pulgões virulíferos apresentaram altura inferior às plantas não infestadas ou infestadas com pulgões avirulíferos. Em trigo não houve diferença significativa entre os tratamentos. O maior título viral foi observado para plantas infestadas com R. padi, sendo que o isolado viral foi capaz de infectar tanto o trigo como a aveia (título viral semelhante). O maior título viral em plantas infestadas com R. padi sugere que o isolado viral é mais eficientemente transmitido por esta espécie de afídeo, o que está em acordo com o descrito para BYDV-PAV em outras regiões do mundo.


1 Graduação - Ciências Biológicas – UPF.
2 Pesquisador - Embrapa Trigo, orientador.
3 Professor – UPF.
4 Recém Doutor – UPF.
5 Pós-Graduação – UPF.
6 Pesquisador - Embrapa Trigo.

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