Dezembro, 2007
82
Passo Fundo, RS
Sessão II – Melhoramento e Biotecnologia

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS VIRAIS ASSOCIADOS AO NANISMO AMARELO DOS CEREAIS VISANDO À SELEÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE GENÓTIPOS DE TRIGO RESISTENTES1

Mar, T. B.2; Lau, D.3; Schons, J.4; Lau, E. Y.5; Brammer, S. P.6; Nhani Júnior, A.6

O nanismo amarelo dos cereais é uma das principais doenças que afetam a cultura de cereais no mundo, sendo fator limitante para a produção de grãos. Os sintomas típicos desta virose são o nanismo, a redução da massa foliar das plantas, o amarelecimento ou avermelhamento do limbo foliar e a redução da produtividade. O nanismo amarelo é causado por um complexo composto por distintas espécies, pertencentes à família Luteoviridae, e que apresentam capsídeos isométricos não envelopados, genoma composto por RNA de fita simples de sentido positivo e tem como vetores espécies da família Aphididae. A taxonomia do vírus foi inicialmente estabelecida com base na especificidade de transmissão pelo inseto vetor totalizando cinco estirpes: RPV – transmitida por Rhopalosiphum padi, RMV – por Rhopalosiphum maidis, MAV – por Sitobion avenae, SGV – por Schizaphis graminum e PAV – por R. padi, S. avenae e outros. Atualmente a classificação considera a organização genômica e a similaridade das seqüências dos genes virais. Assim, os vírus do nanismo estão posicionados em dois gêneros: Luteovirus e Polerovirus. Os serotipos PAV, MAV e isolados que a ele se assemelham foram mantidos dentro da espécie BYDV (Barley yellow dwarf virus – gênero Luteovirus), enquanto que o serotipo RPV foi transferido para a espécie CYDV (Cereal yellow dwarf virus – gênero Polerovirus). No contexto atual, portanto, o sequenciamento de regiões do genoma viral é necessário para a precisa identificação destes vírus. A fim de avaliar a variabilidade da população viral nas condições brasileiras, será realizada a extração de RNA total de amostras de plantas com sintomas da virose e por RT-PCR amplificado o gene que codifica para a capa protéica. Estes genes serão clonados, seqüenciados e as seqüências comparadas com as depositadas no GenBank e EMBL estabelecendo relações de similaridade entre os isolados brasileiros e isolados de outras regiões. A partir da análise da variabilidade, serão selecionados isolados a serem empregados na avaliação de resistência de cultivares, seleção de fontes de resistência e estudos de herança que tornem mais eficiente e preditiva a incorporação da resistência em programas de melhoramento.


1 Apoio Financeiro: FINEP e Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT (FNDCT/CT/INFRA).
2 Graduação - Ciências Biológicas – UPF.
3 Pesquisador - Embrapa Trigo, orientador.
4 Professor – UPF.
5 Recém Doutor – UPF.
6 Pesquisador - Embrapa Trigo.

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