Dezembro, 2007
82
Passo Fundo, RS
Sessão I – Fifotecnia, Fitossanidade, Solos, Comunicação e Sócio-Economia

SEVERIDADE DA BRUSONE EM UMA POPULAÇÃO DE TRIGO PROVENIENTE DO CRUZAMENTO DAS CULTIVARES BR-18 E FRONTANA AVALIADAS NO ESTÁDIO DE PLANTA JOVEM

Vieira, F. T.1; Maciel, J. L. N.2; Scheeren, P. L.3; Nicolau, M.4

Para que os programas de melhoramento possam obter cultivares de trigo com níveis mais elevados de resistência à brusone, é indispensável identificar genótipos que possam servir de fontes de resistência para esta doença, bem como conhecer aspectos relacionados à herdabilidade dessa característica. Uma cultivar que tem se atribuído potencial para servir de fonte de resistência à brusone é a BR-18, a qual tem demonstrado bom nível de resistência à doença sob condições de campo. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de verificar a reação à brusone de uma população de linhagens duplo-haplóide de trigo oriunda do cruzamento realizado entre BR 18 e Frontana. Plantas de 311 linhagens pertencentes à progênie mencionada acima foram submetidas à inoculação com 200 mL de uma suspensão do isolado monospórico de Pyricularia grisea Py 05002, na concentração de 2 x 105 esporos/mL. De cada genótipo, 6 plantas com 3-4 folhas (21 dias depois da semeadura) foram inoculadas em cada uma das duas vezes que o experimento foi realizado. A inoculação foi realizada em câmara climatizada com temperatura de 26 ºC e em ambiente saturado de umidade por 24 h. Após as 24 h, a umidade relativa foi reduzida para 50–60%. Nessa condição, as plantas permaneceram por 5 dias, à 26 ºC, até serem avaliadas. A folha mais afetada de cada planta foi avaliada tendo sido consideradas, 5 tipos de infecção, representadas por notas que variaram de 0 a 4. Zero significa ausência de infecção; 1 e 2, lesões de hipersensibilidade; e 3 e 4 lesões típicas de suscetibilidade. Procedeu-se a análise de variância e hierárquica dos dados, sendo que ambas análises identificaram a formação de 5 grupos de genótipos de acordo com porcentagem de área foliar afetada por lesões do tipo 3 ou 4. Os grupos formados foram os seguintes: grupo 1 (severidade de 0,4 a 4,9), 121 linhagens; grupo 2 (severidade de 5,0 a 11,9), 135 linhagens; grupo 3 (severidade de 12 a 20,4), 35 linhagens; grupo 4 (severidade de 17 – 21,5), 16 linhagens; grupo 5 (severidade de 21,7 a 26,7), 5 linhagens. Verificou-se que a resistência quantitativa foi a mais apropriada para diferenciar as linhagens da população e que as mesmas apresentam muita diversidade em relação à resistência à brusone.


1 Acadêmica do curso Agronomia na Universidade de Passo Fundo e Estagiária da Embrapa Trigo. E-mail: francy.vyeyra@bol.com.br.
2 Pesquisador da Embrapa Trigo, orientador.
3 Pesquisador da Embrapa Trigo.
4 Analista da Embrapa Trigo.

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