Embrapa Trigo

Setembro, 2006
Passo Fundo, RS

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Período crítico de competição

Período crítico de competição é o período, a partir da semeadura ou da emergência da cultura, em que as plantas daninhas devem ser controladas com eficiência para evitar perda quantitativa e/ou qualitativa da produção. Na prática, esse deve ser o período que as capinas e/ou o efeito residual dos herbicidas devem atuar.

O período crítico de competição da cultura de soja para Durigan et al. (1983) é de 30 a 50 dias após a emergência, variável com a cultivar. Para Eaton et al. (1976) e para Harris & Ritter (1987) este período vai dos 14 aos 42 dias após a emergência da cultura e para Spadotto et al. (1994) o mesmo é de 21 a 31 dias após a emergência da cultura de soja. Entretanto, Van Acker et al. (1993), constataram que, em média, a cultura de soja deve estar livre de competição dos nove aos 38 dias após a emergência, ou seja, quando a cultura encontra-se entre os estádios V2 e R3. Esse autor ainda salienta que normalmente o período crítico é referido em dias ou semanas e não é relacionado ao estádio da cultura, o que limita sua aplicação. A determinação do período crítico e sua correlação com o estádio de desenvolvimento poderá reduzir a discordância existente entre as pesquisas e aumentar a precisão da informação (Van Acker et al., 1993).

O período crítico de competição para a cultura de soja é variável e seu final é referido, em alguns casos, como sendo quatro semanas e, em outros casos, seis semanas após a emergência da cultura. Os resultados de pesquisa obtidos por Eaton et al. (1976), Durigan et al. (1983), Harris e Ritter (1987), Van Acker et al. (1993) e Spadotto et al. (1994) demonstram que o período crítico de competição varia de acordo com a cultivar, o tipo de solo, o tipo de análise usada, a ocorrência de chuva, a data de semeadura, e a temperatura, entre outros fatores. Isso demonstra que cada situação poderá ter um período crítico de competição diferente em número de dias, mas deverá ser semelhante no estádio de desenvolvimento da cultura.

O controle de plantas daninhas deve ser eficiente durante o período crítico, pois a pesquisa indica que os maiores prejuízos são observados nesse período, e que após esse período, soja já apresenta adequada cobertura do solo e não é mais afetada pela competição, ou seja, a competição torna-se "tolerável" por não afetar o rendimento. É importante salientar que mesmo após o período crítico, algumas espécies daninhas, como as Ipomoeas (corda-de-viola) e as Sennas (fedegoso), podem causar problemas consideráveis na colheita, como embuchamento e quebra da navalha. Assim, essas espécies requerem cuidados especiais.

Durante o período crítico, o agricultor deve estar atento para controlar de forma eficiente as plantas daninhas, evitando que o nível de dano econômico seja atingido (o nível de dano econômico é atingido quando o valor das perdas é maior que o custo de controle). Algumas vezes uma infestação moderada de plantas daninhas poderá ser tão danosa à cultura quanto uma infestação pesada. Portanto, o número de plantas daninhas por área que justifica o controle varia de acordo com a disponibilidade dos recursos (água, nutrientes, luz e espaço) e principalmente com a época de estabelecimento e a espécie daninha invasora. Esse é um dos motivos pelo qual ainda não se dispõe de níveis de dano econômico para a maioria de plantas daninhas.


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