Embrapa Trigo

Setembro, 2006
Passo Fundo, RS

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Principais herbicidas recomendados para cultura de soja no preparo convencional e no sistema plantio direto

Acetochlor (Nome comercial: Fist)

É herbicida do grupo químico acetamida cujo mecanismo de ação não é totalmente conhecido, porém sabe-se que envolve inibição da síntese de lipídeos e proteínas (Ahrens, 1994). É recomendado na cultura de soja, em pré-emergência de plantas daninhas e da cultura. No preparo convencional, deve ser aplicado no máximo três dias após a última gradagem, logo após a semeadura, com o solo livre de torrões, de restos culturais e com adequado nível de umidade. É absorvido pelas partes emergentes (coleóptilo, hipocótilo e epicótilo), com translocação aposimplástica. Possui rápido metabolismo em plantas de soja por meio da conjugação com glutationa (GSH). Como sintomas, observa-se que algumas plantas sensíveis não emergem e que aquelas que conseguem emergir apresentam o coleóptilo enrolado e malformado.

Esse herbicida é recomendado em doses de 1,8 a 3,6 kg i.a. ha-1. Controla com eficiência espécies gramíneas e algumas folhas largas, como guanxuma, picão-branco, trapoeraba e caruru. Em solos com matéria orgânica maior que 5% ou com elevadas infestações de Brachiaria plantaginea, deve-se usar a maior dose. Pode ser associado com metribuzin, exceto em solos arenosos.

O acetochlor apresenta solubilidade em água de 223 ppm, pka = zero, kow = 300 e koc desconhecido. É adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais do solo, apresenta baixa lixiviação e residual de 8 a 12 semanas, dependendo da dose utilizada, das condições climáticas e do tipo de solo.

 

Acifluorfen-sódio (Nomes comerciais: Blazer Sol ou Tackle)

Pertence ao grupo químico difeniléteres, cujo mecanismo de ação é a inibição da enzima PROTOX. O acifluorfen está registrado no Brasil para controlar em pós-emergência espécies folhas largas, em estádios iniciais de desenvolvimento, nas culturas de soja e feijão. É recomendado em pós-emergência das invasoras, no estádio de duas a quatro folhas, com a cultura de soja apresentando mais de um trifólio. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%. Requer duas horas sem ocorrência de chuva após a aplicação, para assegurar a absorção pelas plantas daninhas.

As plantas de soja toleram acifluorfen por meio do metabolismo da molécula. A clivagem da molécula parece ser a principal forma de metabolisação. A adição de adjuvantes aumenta a atividade desse herbicida sobre as plantas daninhas e a toxicidade sobre a cultura. Em doses baixas as folhas jovens de soja podem apresentar bronzeamento e doses elevadas podem causar clorose e necrose, porém não chega a afetar o rendimento.

Os herbicidas desse grupo são absorvidos rapidamente pelos caules e folhas de plantas jovens. Possuem baixa ou nenhuma translocação. Em condições de baixa umidade a absorção é reduzida. Necessitam luz para apresentar máxima atividade, sendo que no escuro apresentam baixa ação. As partes tratadas morrem em dois ou três dias. Devido à baixa translocação é necessário adequada cobertura foliar.

O acifluorfen é recomendado nas doses de 0,17 a 0,51 kg i.a. ha-1, dependendo da marca comercial. Controla grande número de espécies de folhas largas anuais, entre elas Acanthospermum hispidum (carrapicho), Amaranthus hybridus (caruru), Euphorbia heteropylla (leiteiro), Bidens pilosa (picão-preto), Ipomoea grandifolia (corriola), além de outras. Para aumentar o espectro de controle o acifluorfen pode ser associado com bentazon ou sethoxydim. A associação do acifluorfen com inseticidas pode aumentar a toxicidade para a cultura (Ahrens, 1994). Os primeiros sintomas desse herbicida são manchas verde-escuras nas folhas que progridem para necrose em um a dois dias.

Apresenta solubilidade em água de 250.000 ppm, pka = 3,86, kow = 15,6 e koc médio de 113 mL/g de solo. Apresenta adsorção e lixiviação baixa. Persistência média no solo na dose recomendada, com meia vida de 14 a 60 dias, dependente das condições de clima e solo. Observar intervalo mínimo de 18 meses entre a aplicação de acifluorfen e o cultivo de espécies como cenoura, nabo e batata. Não há relatos de plantas daninhas resistentes a esse herbicida.

 

Alachlor (Nomes comerciais: Alaclor Nortox ou Laço CE)

É herbicida do grupo químico amida e seu mecanismo de ação não é totalmente conhecido, mas sabe-se que envolve inibição da síntese de lipídeos e proteínas (Ahrens, 1994). É recomendado para controle de diversas espécies gramíneas e comelináceas em pré-emergência na cultura de soja. No preparo convencional do solo, deve ser aplicado logo após a semeadura e no máximo três dias após a última gradagem, com o solo livre de torrões e com adequado nível de umidade. Quando aplicado em solo seco, a eficácia do produto é reduzida, se não chover no prazo de até três dias. Nesse caso, recomenda-se a incorporação superficial do produto. É absorvido pelas partes emergentes (coleóptilo, hipocótilo e epicótilo), com translocação aposimplástica. Possui rápido metabolismo por plantas de soja, através da conjugação com glutationa (GSH). Como sintomas, observa-se que muitas plantas sensíveis não emergem e que aquelas que conseguem emergir apresentam o coleóptilo enrolado e malformado.

As doses recomendadas desse herbicida vão de 2,40 a 3,36 kg i.a. ha-1. Controla com eficiência espécies gramíneas e algumas folhas largas como guanxuma, poaia, trapoeraba, caruru e carrapicho-rasteiro. Em áreas com elevada infestação de capim-marmelada recomenda-se associar com um graminicida ou aplicar o alachlor depois da aplicação do trifluralin incorporado. Entretanto, se a infestação for de picão-preto, poaia ou guanxuma pode-se associar com metribuzin, exceto em solos arenosos, ou com outros herbicidas para folhas largas (Rodrigues & Almeida, 1998).

O alachlor apresenta solubilidade em água de 200 ppm a 20oC e 242 ppm a 25oC, pka = zero, kow = 794 e koc médio de 124 mL/g de solo. É adsorvido pelos colóides do solo, possuindo média a baixa mobilidade e residual de 6 a 10 semanas, variável com o tipo de solo e as condições climáticas.

 

Bentazon (Nomes comerciais: Banir ou Basagran)

É herbicida do grupo químico tiadiazina, recomendado para controlar folhas largas na cultura de soja. O mecanismo de ação é a inibição da fotossíntese através do bloqueio de fluxo de elétrons no FSII entre Qa e Qb (Ahrens, 1994). É recomendado em pós-emergência inicial, no máximo seis folhas, das plantas daninhas, estando essas com adequado vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem e umidade relativa do ar inferior a 60%. A adição de óleo mineral à calda melhora o desempenho desse herbicida em aplicações terrestres e aéreas, mas pode aumentar a toxicidade para a cultura de soja. Possui reduzida absorção radicular e translocação restrita à folha. Apresenta metabolismo pelas plantas através da conjugação com glicosídeos. A eficácia é maior em temperatura elevada, reduzindo-se abaixo de 16oC; por isso, no inverno, o uso de óleo mineral torna-se indispensável. Após a aplicação é necessário período de quatro horas livre de chuva, para o produto ser absorvido. Como sintomas, inicialmente evidencia-se clorose foliar, 3-5 dias após a aplicação, que progride para necrose. Em plantas tolerantes pode ocorrer bronzeamento das folhas.

Esse herbicida é altamente seletivo e controla com eficiência espécies de folhas largas anuais, entre elas guanxuma, picão-preto, corda-de-viola, nabo e trapoeraba. Para controlar guanxuma e corda-de-viola, deve-se adicionar óleo mineral. É recomendado nas doses de 0,72 a 1,2 kg i.a. ha-1, podendo ser associado com acifluorfen, fomesafen ou lactofen para controlar principalmente leiteiro. Como o bentazon não tem efeito sobre gramíneas recomenda-se aplicar primeiro um graminicida e três dias depois bentazon. Não é compatível com alguns inseticidas fosforados e fertilizantes com pH inferior a 5,0. Deve-se manter intervalo de sete dias entre a aplicação de inseticidas fosforados e a aplicação do bentazon.

Bentazon apresenta solubilidade em água de 2.300.000 ppm a 20oC, pka = não disponível, kow = 0,35 e koc médio de 34 mL/g de solo. Possui meia-vida média de 20 dias. É adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais do solo, apresentando lixiviação muito reduzida, não só por esta razão, mas pelo rápido processo de degradação no solo. Nos terrenos cultivados, não é encontrado em profundidade superior a 20 cm.

 

Butroxydim (Nome comercial: Falcon 250 WG)

É herbicida do grupo químico ciclohexanodiona, cujo mecanismo de ação é a inibição da enzima ACCase, que impede a síntese de lipídeos. É recomendado para controle de espécies gramíneas em pós-emergência na cultura de soja. Possui absorção foliar e translocação pelo xilema e floema, acumulando-se nos meristemas. Para a sua atividade máxima há sempre a necessidade da adição de um surfactante ou adjuvante. As plantas daninhas, no momento da aplicação, devem estar com adequado vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem e umidade relativa do ar inferior a 60%.

O butroxydim deve ser aplicado em gramíneas nos estádios de um a seis perfilhos, nas doses de 25 a 94 g i.a. ha-1, dependendo da espécie e do estádio de desenvolvimento, sendo as maiores doses usadas para estádios mais avançados. Deve-se adicionar óleo mineral (0,2 a 0,5% v/v) na calda herbicida. Controla com eficiência capim-marmelada, capim-colchão, capim-carrapicho e aveia, entre outras. Os sintomas de plantas sob o efeito desse produto são paralisação do crescimento e amarelecimento dos meristemas e das folhas jovens. As plantas sensíveis morrem em uma a três semanas.

A solubilidade em água, o pka, o kow e o koc do butroxydim não são conhecidos. Possui meia vida de cinco a oito dias. Existem biótipos de Brachiaria plantaginea (papuã) resistentes aos inibidores de ACCase no Rio Grande do Sul e Paraná.

 

Chlorimuron-ethyl (Nomes comerciais: Classic, Conquest, Chlorimuron master)

É herbicida do grupo químico sulfoniluréia, que age inibindo a enzima ALS, bloqueando a síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. No Brasil, encontra-se registrado para a cultura de soja, sendo usado em pós-emergência para controle de espécies de folhas largas em estádios iniciais de desenvolvimento. É absorvido principalmente pelas folhas e translocado via xilema e floema. Possui metabolismo pelas plantas através da hidrólise. As plantas daninhas, no momento da aplicação, devem estar com adequado vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem e umidade relativa do ar inferior a 60%. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas.

É recomendado nas doses de 15 a 20 g i.a. ha-1. Controla essencialmente plantas daninhas anuais dicotiledôneas, sendo mais efetivo quando essas se encontram na fase inicial de crescimento (até 6 folhas). Entre as espécies sensíveis encontram-se Desmodium tortuosum, Acathospermum australe, Ipomoea grandifolia, Bidens pilosa, além de outras. É comum misturá-lo com outros herbicidas como imazethapyr, fomesafen e lactofen, para controle de dicotiledôneas em soja, porém não deve ser associado com graminicidas. Apresenta solubilidade em água de 11 ppm a pH 5,0 e de 450 a pH 6,5 a 25oC, pka = 4,2, kow de 320 a pH 5,0 e 2,3 a pH 7,0 e koc médio de 110 mL/g de solo a pH 7,0. No solo apresenta adsorção e lixiviação moderada e meia-vida de 40 dias. A persistência é maior em solos com pH elevado; em solos ácidos e com clima quente, a persistência é baixa. Manter intervalo de 60 dias entre a aplicação do chorimuron-ethyl e a semeadura de trigo, milho, feijão ou algodão. Para as outras culturas fazer antes um bioensaio. Já foram identificados biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) resistentes aos herbicidas inibidores da ALS.

 

Clethodim (Nome comercial: Select 240 CE)

Pertence ao grupo químico ciclohexanodiona e age inibindo a enzima ACCase, bloqueando a síntese de lipídeos. É um herbicida graminicida, sistêmico, altamente seletivo para a cultura de soja e outras dicotiledôneas. Destaca-se pelo amplo espectro de ação no controle de gramíneas anuais, perenes e tigüera de culturas gramíneas, comuns em rotação de culturas como soja, azevém, milho, aveia ou trigo.

O Clethodim é recomendado para uso em pós-emergência, nas doses de 84 a 108 g i.a. ha-1, devendo ser aplicado no início do desenvolvimento de plantas daninhas (quatro folhas até seis perfilhos, quando provenientes de sementes, e com 10 a 40 cm, quando provenientes de rizomas). Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%. É compatível com a maioria dos herbicidas folhas largas, porém o controle de gramíneas pode ser reduzido quando associado com bentazon ou acifluorfen. O clethodim é comercializado em associação com fenoxaprop-p-ethyl (Podium S).

Os sintomas de plantas sob o efeito desse produto são a paralisação do crescimento e o amarelecimento dos meristemas e das folhas jovens. As plantas sensíveis morrem em uma a três semanas.

Apresenta solubilidade em água de 5.520 ppm, pka sem informação, kow=15.000 e koc desconhecido. Não apresenta mobilidade no solo, tendo persistência muito curta (dois a três dias). Existem biótipos de Brachiaria plantaginea resistentes aos inibidores de ACCase no Rio Grande do Sul e Paraná.

 

Clomazone (Nome comercial: Gamit)

É herbicida do grupo químico isoxazolidinona, recomendado à cultura de soja para controlar em pré-emergência gramíneas anuais e perenes e algumas folhas largas como beldroega, guanxuma e trapoeraba. É absorvido pelos meristemas apicais, raízes e colo da planta, translocando-se via xilema.

O herbicida clomazone parece ter um único local de ação e causa acúmulo de gossypol e hemygossypol. A inibição da enzima IPP (isopentyl pirophosphato isomerase) é o local provável de ação (Abernatly, 1994). Outras alterações provocadas por esses produtos são: redução da síntese protéica, perda de proplastídeos e degradação dos ribossomos 70S. Esses produtos também possuem efeitos sobre a reação de Hill (Moreland, 1980).

A dose recomendada varia com o tipo de solo e vai de 0,8 a 1,25 kg i.a. ha-1. As plantas suscetíveis aos herbicidas inibidores de pigmentos perdem a cor verde após o tratamento com esses herbicidas. O sintoma evidenciado por plantas tratadas com herbicidas inibidores de pigmentos é a produção de tecidos novos totalmente brancos (albinos), algumas vezes rosados ou violáceos. Esses tecidos são normais, exceto pela falta de pigmentos verdes (clorofila) e amarelos (Ross & Childs, 1998). O crescimento da planta continua por um certo tempo, contudo, devido à falta de clorofila ela não consegue se manter. Assim, o crescimento cessa e começam a surgir manchas necróticas. É importante salientar que esses herbicidas não têm efeito sobre carotenóides sintetizados antes da sua aplicação. Desse modo, tecidos formados antes da aplicação do herbicida não se mostram brancos imediatamente, porém, devido à necessidade de renovação dos carotenóides, desenvolvem manchas cloróticas que progridem para necrose (Abernatly, 1994).

O Clomazone presenta solubilidade em água de 1.100 ppm a 25oC, pka= zero, kow = 350 e koc médio de 300 mL/g de solo. Devido à solubilidade, quando aplicado sobre a superfície do solo pode lixiviar e atingir camadas profundas, chegando às raízes das culturas, causando danos àquelas sensíveis. Apresenta ainda atividade de solo e pode persistir cerca de 100 a 120 dias, afetando culturas sucessoras como trigo, centeio e aveia. A meia-vida do clomazone é de 15 a 40 dias, dependendo de clima e de solo, e dificilmente é encontrado em profundidade superior a 30 cm.

          1.  

Cloransulam-metil (Nome comercial: Pacto)

É herbicida do grupo químico sulfoanilida, registrado para a cultura de soja no controle de espécies folhas largas em pós-emergência. Esse herbicida age inibindo a enzima ALS, que, em conseqüência, bloqueia a síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É absorvido principalmente pelas folhas e possui ação sistêmica. O cloransulam tem metabolismo rápido em espécies tolerantes como soja. As plantas daninhas, no momento da aplicação, devem estar com adequado vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem e umidade relativa do ar inferior a 60%. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas.

É recomendado nas doses de 30 a 40 g i.a. ha-1, controlando essencialmente plantas daninhas anuais dicotiledôneas, sendo mais efetivo quando essas se encontram na fase inicial de crescimento (2 a 4 folhas). Entre as espécies sensíveis destacam-se corda-de-viola, picão-preto, trapoeraba e guanxuma, entre outras. Para se obter a máxima atividade desse produto é necessário adicionar adjuvante não iônico na calda herbicida. Apesar de ser um herbicida pós-emergente, também possui considerável ação de solo.

Apresenta solubilidade em água de 184 ppm a pH 7,0 e de 3 ppm a pH 5,0, pka = 4,81, kow de 1,12 e koc não conhecido. A meia-vida do cloransulam está entre 10 e 28 dias, dependendo das condições de clima e solo. Já foram identificados biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) resistentes aos herbicidas inibidores da ALS.

 

Cyanazine (Nome comercial: Bladex 500)

Pertence ao grupo químico triazinas com ação predominante sobre folhas largas. O seu mecanismo de ação é a inibição da fotossíntese através do bloqueio de fluxo de elétrons no FSII entre Qa e Qb. Deve ser aplicado em pré-plantio incorporado associado com trifluralin e em pré-emergência isolado ou associado com graminicidas. Não deve ser usado em solos arenosos. A ocorrência de chuva com elevada intensidade pode lixiviar o produto até as raízes da cultura, provocando sintomas de toxicidade na mesma.

A absorção pelas plantas é predominantemente radicular, com translocação apoplástica. É metabolisado pelas plantas através da hidrólise do ácido carbônico, sendo o átomo de cloro substituído por um grupo hidroxila. Os sintomas que surgem primeiro e de forma mais evidente nos tecidos mais velhos (folhas basais) são a clorose internerval seguida de amarelecimento das bordas das folhas, que progride para necrose generalizada. Não são observados sintomas nas raízes.

Cyanazine é recomendado nas doses de 1,0 a 1,7 kg i.a. ha-1, sendo que em solos leves e médios com nível de matéria orgânica inferior a 2% não se deve usar. Controla com eficiência carrapicho-rasteiro, beldroega, guanxuma, joá, caruru e picão-preto. Pode ser associado com metolachlor e alachlor para ampliar o espectro de controle.

Apresenta solubilidade em água de 171 ppm, pka = 5,1, kow = 127 e Koc médio de 190 mL/g de solo. A adsorção aos colóides do solo é reversível. Sob condições de pH baixo, matéria orgânica elevada e em solos secos há incremento da adsorção. Apresenta baixa lixiviação. Pode ser aplicado associado com graminicidas como metolachlor, alachlor e pendimethalin. Apresenta residual de dois a três meses para doses recomendadas. Observa-se com freqüência toxicidade na cultura.

 

Diclosulam (Nome comercial: Spider)

É herbicida do grupo químico sulfoanilida que age inibindo a enzima ALS, ocasionando o bloqueio da síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É registrado para a cultura de soja no controle de espécies folhas largas em pré-plantio incorporado (PPI) ou em pré-emergência. Nas aplicações em PPI o solo deve estar preparado e livre de torrões. A incorporação deve ser feita mecanicamente a profundidade de 5 a 10 cm. No caso de aplicação com trifluralin a incorporação deve ser feita imediatamente após a aplicação desta. Em pré-emergência a aplicação deve ser feita imediatamente após a semeadura de soja, não devendo ultrapassar o ponto de rachadura do solo "cracking" (Rodrigues & Almeida, 1998).

O diclosulam é absorvido principalmente pelas raízes e caulículo, possui ação sistêmica e tem metabolismo rápido em espécies tolerantes como soja. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas.

É recomendado nas doses de 25 a 35 g i.a. ha-1, controlando essencialmente plantas daninhas anuais dicotiledôneas. Entre as espécies sensíveis encontram-se caruru, corda-de-viola, picão-preto, desmódio, beldroega e guanxuma, entre outras.

Apresenta solubilidade em água de 124 ppm a pH 7,0 e de 117 a pH 5,0, pka = 4,09, kow de 1,42 e koc não conhecido. A meia-vida do diclosulam está entre 33 e 65 dias, dependendo das condições de clima e solo. Já foram identificados biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) resistentes aos herbicidas inibidores da ALS.

 

Fenoxaprop-p-ethyl (Nome comercial: Podium)

Pertence ao grupo químico ariloxifenoxipropionato e age inibindo a enzima ACCase, bloqueando a síntese de lipídeos. É herbicida graminicida para ser usado em pós-emergência. Possui ação sistêmica e é altamente seletivo para a cultura de soja e outras dicotiledôneas. Destaca-se pelo seu amplo espectro de ação no controle de gramíneas anuais e perenes.

A dose recomendada de Podium vai de 68,7 a 110 g i.a. ha-1, devendo ser aplicado no início do desenvolvimento de plantas daninhas, de 15 a 45 dias após a germinação da cultura, com as mesmas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%. Requer período de uma hora sem chuva para ser absorvido (Rodrigues & Almeida, 1998). Para controlar gramíneas até o estádio de dois perfilhos, usar a menor dose, nos estádios de 3 a 6 perfilhos usar dose intermediária e após, a maior dose.

Os sintomas de plantas sob o efeito desse produto são a paralisação do crescimento e o amarelecimento dos meristemas e das folhas jovens. As plantas sensíveis morrem em uma a três semanas.

Apresenta solubilidade em água de 0,5 a 1,0 ppm a 20 oC, pka sem informação, kow = 13.200 e koc médio de 9490 mL/g de solo. Possui degradação por hidrólise e decomposição microbiana. Não apresenta mobilidade no solo tendo persistência média (30 dias) e meia-vida de 9 dias. Existem biótipos de Brachiaria plantaginea resistentes aos inibidores de ACCase no Rio Grande do Sul e Paraná.

 

Fluazifop-p-butil (Nome comercial: Fusilade)

Pertence ao grupo químico ariloxifenoxipropionato e age inibindo a enzima ACCase, bloqueando a síntese de lipídeos. É herbicida graminicida para ser usado em pós-emergência. Possui ação sistêmica e é altamente seletivo para a cultura de soja e outras dicotiledôneas. Destaca-se pelo seu amplo espectro de ação no controle de gramíneas anuais e perenes.

Apresenta elevada absorção foliar e baixa pelas raízes, dependendo da dose empregada. É metabolisado pelas plantas de soja.

A dose recomendada de Fusilade vai de 90 a 250 g i.a. ha-1, devendo ser aplicado no início do desenvolvimento de plantas daninhas, podendo, para algumas espécies, ir até quatro perfilhos.

As plantas daninhas devem estar com elevado vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60% . Requer período de uma hora sem chuva para ser absorvido (Rodrigues & Almeida, 1998). A associação desse herbicida com outros que controlam espécies dicotiledôneas pode reduzir a atividade sobre essas espécies (dicotiledôneas) e aumentar a toxicidade para soja. O fluazifop-p-butil é comercializado em mistura com fomesafen (Fusiflex) para ser usado em soja para controlar folhas largas e estreitas.

Os sintomas de plantas sob o efeito desse produto são a paralisação do crescimento e o amarelecimento dos meristemas e das folhas jovens. As plantas sensíveis morrem em uma a três semanas.

Apresenta solubilidade em água de 11 ppm a 25oC, pka= zero, kow= 0,8 a pH 7,0 e 20 oC e koc médio de 5.700 mL/g de solo. Possui elevada decomposição microbiana. Apresenta pouca lixiviação e meia-vida de três semanas. Existem biótipos de Brachiaria plantaginea resistentes aos inibidores de ACCase no Rio Grande do Sul e Paraná.

 

Flumetsulam (Nome comercial: Scorpion)

É herbicida que pertence ao grupo químico sulfoanilida, e age inibindo a enzima ALS, ocasionando o bloqueio da síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É registrado para a cultura de soja no controle de espécies folhas largas em pré-plantio incorporado (PPI) ou em pré-emergência. Em aplicações em PPI, o solo deve estar preparado e livre de torrões e a incorporação deve ser feita mecanicamente a profundidade de 5 a 10 cm. No caso de aplicação com trifluralin a incorporação deve ser realizada imediatamente após a aplicação. Em pré-emergência a aplicação deve ser feita imediatamente após a semeadura de soja, não devendo ultrapassar o ponto de rachadura do solo "cracking" (Rodrigues & Almeida, 1998). É necessário adequado nível de umidade no solo ou ocorrência de chuva ou irrigação para que o herbicida se distribua na camada superficial do solo.

O flumetsulam é absorvido principalmente pelas raízes, pelo caulículo e pelos cotilédones. Possui ação sistêmica, acumulando-se nos meristemas, e rápido metabolismo em espécies tolerantes, como soja. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas.

É recomendado nas doses de 25 a 35 g i.a. ha-1 e controla essencialmente plantas daninhas anuais dicotiledôneas. Entre as espécies sensíveis encontram-se picão-preto, fedegoso, poaia, carrapicho-rasteiro e guanxuma, entre outras. É compatível com a maioria dos produtos usados em soja.

Apresenta solubilidade em água de 5.600 ppm a 25oC em pH 7,0, pka= 4,6, kow de 1,62 a 24,4oC em pH 3,44 e koc=700 mL/g de solo. Possui degradação microbiana e a sua meia-vida é de 1 a 3 meses, dependendo das condições de clima e solo. Não se recomenda usar as culturas de algodão, colza ou beterraba para rotação em áreas tratadas com esse herbicida. Já foram identificados biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) resistentes aos herbicidas inibidores da ALS.

 

Flumiclorac-pentil (Nome comercial: Radiant)

É herbicida do grupo químico ftalimidas, cujo mecanismo de ação é a inibição da enzima PROTOX. O flumiclorac-pentil é registrado no Brasil para controlar em pós-emergência, espécies folhas largas na cultura de soja. É recomendado em pós-emergência das invasoras, no estádio de duas a quatro folhas, com a cultura de soja apresentando de 2-4 trifólios. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%. Requer adição de óleo mineral (0,2% v/v), o qual aumenta a atividade desse herbicida sobre as plantas daninhas e a toxicidade sobre a cultura.

Os herbicidas desse grupo são absorvidos rapidamente pelo caule, gemas e folhas de plantas, atuando como herbicida de contato, com baixa ou nenhuma translocação. Devido à baixa translocação é necessário adequada cobertura foliar.

É recomendado na dose de 40 a 60 g i.a. ha-1 e controla espécies de folhas largas anuais, entre elas trapoeraba, guanxuma e erva de touro, além de outras. Para aumentar o espectro de controle o flumiclorac-pentil pode ser associado com chlorimuron-ethyl, fomesafen, lactofen, bentazon e imazethapyr. Os primeiros sintomas desse herbicida são manchas esbranquiçadas e marrons nas folhas, que progridem para necrose em poucos dias.

Apresenta solubilidade em água de 0,189 ppm a 25 oC, pka= zero, kow = 97.720 a 20oC e koc não disponível. Possui elevada adsorção em argila e matéria orgânica do solo e baixa lixiviação. Apresenta degradação microbiana rápida no solo. A persistência é baixa na dose recomendada, com meia-vida de 1 a 6 dias, dependente das condições de clima e solo. Não há relatos de plantas daninhas resistentes a esse herbicida.

 

Flumioxazin (Nomes comerciais: Flumyzin 500 ou Sumisoya)

É herbicida do grupo químico ftalimidas cujo mecanismo de ação é a inibição da enzima PROTOX. O flumioxazin é registrado no Brasil para controlar em pré-emergência espécies folhas largas e algumas gramíneas na cultura de soja. É recomendado em pré-emergência de plantas daninhas, logo após a semeadura, podendo estender até dois dias após o plantio (Rodrigues & Almeida, 1998). O solo deve estar preparado, livre de torrões e nivelado. Deve-se evitar aplicação em períodos de estiagem, horas de muito calor, umidade relativa do ar inferior a 60% e vento acima de 10 km/h, para reduzir perdas por evaporação e deriva. Requer sempre pré-diluição.

Os herbicidas desse grupo são absorvidos rapidamente pelo hipocótilo e epicótilo de plântulas e não se translocam. Os sintomas do produto se manifestam quando as plântulas emergem e recebem luz.

O Flumioxacin é recomendado nas doses de 45 a 90 g i.a. ha-1 e controla espécies de folhas largas anuais, entre elas caruru, picão-preto, nabo, corda-de-viola, desmódio, beldroega e folhas estreitas, como capim-colchão. Para aumentar o espectro de controle, o flumioxazin pode ser associado com alachlor, acetochlor, flumetsulam, dimethenamid, glyphosate, imazaquin e metolachlor. Os primeiros sintomas que esses herbicidas acarretam nas plantas são manchas cloróticas que progridem para necrose. Algumas plântulas quando emergem já evidenciam necrose.

Apresenta solubilidade em água de 1,79 ppm a 25oC, pka, kow e koc não conhecidos. Possui elevada adsorção pelos colóides do solo e degradação microbiana rápida. A persistência é baixa na dose recomendada, com meia-vida de 22 dias, dependente das condições de clima e solo. Não há relatos de plantas daninhas resistentes a esse herbicida.

 

Fomesafen (Nome Comercial: Flex)

É herbicida do grupo químico difeniléteres, cujo mecanismo de ação é a inibição da enzima PROTOX. É registrado no Brasil para controlar em pós-emergência precoce (2-4 folhas) as plantas daninhas de folhas largas nas culturas de soja e feijão. A aplicação do fomesafen ocorre geralmente de 20 a 30 dias após a emergência da cultura. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%. Recomenda-se adicionar espalhante adesivo à calda herbicida na concentração de 0,2% v/v.

É absorvido pelas folhas e pouco pelas raízes. Apresenta translocação via xilema. Requer uma hora sem ocorrência de chuva após a aplicação para assegurar a absorção pelas plantas daninhas. Os primeiros sintomas desse herbicida são manchas verde-escuras nas folhas, que progridem para necrose em um a dois dias. A cultura de soja metaboliza a molécula do fomesafen, porém pode ocorrer clorose das folhas após a aplicação desse herbicida, que desaparece aproximadamente 15 dias depois do tratamento.

O Fomesafen é recomendado nas doses de 225 a 250 g i.a. ha-1, controlando grande número de espécies de folhas largas anuais, entre elas carrapicho-rasteiro, caruru, leiteiro, picão-preto, trapoeraba, joá-de-capote, beldroega, nabo e corda-de-viola. É comum ser utilizado associado com o fluazifop-p-butil e sethoxydim para o controle em pós-emergência de plantas daninhas dicotiledôneas e gramíneas.

Apresenta solubilidade em água de 600.000 ppm a 25oC, pka=2,7 a 20oC, kow=794 a pH 1,0 e koc médio de 60 mL/g de solo. Adsorção e lixiviação sem informação. Possui persistência elevada na dose recomendada, com meia-vida de 100 dias. Deve-se observar um intervalo mínimo de 150 dias entre a aplicação do fomesafen e a semeadura de milho ou sorgo. Não existem relatos de plantas daninhas resistentes a esse herbicida.

 

Haloxyfop-methyl (Nome comercial: Verdict-R)

Pertence ao grupo químico ariloxifenoxipropionato e age inibindo a enzima ACCase, bloqueando a síntese de lipídeos. É herbicida graminicida registrado no Brasil para ser usado em pós-emergência nas culturas de soja, feijão e eucalipto. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%.

É rapidamente absorvido pelas folhas, e chuva que ocorra uma hora após aplicação não afeta sua atividade. Apresenta translocação via floema e acumula-se nos meristemas. Os sintomas de plantas sob o efeito desse produto são a paralisação do crescimento e o amarelecimento dos meristemas e das folhas jovens. As plantas sensíveis morrem em uma a três semanas.

Esse herbicida é recomendado nas doses de 48 a 60 g i.a. ha-1, controlando ampla gama de gramíneas. A menor dose é usada para controlar plantas nos estádios iniciais de desenvolvimento (até 2-3 perfilhos) e a maior para controlar plantas em estádios acima desses. É compatível com outros herbicidas usados em pós-emergência para controle de folhas largas, como bentazon, acifluorfen, fomesafen e lactofen, permitindo a aplicação dos dois numa só operação, com exceção do 2,4-D. Nesse caso, há que se observar um intervalo de dez dias entre o emprego de um e outro. Quando associado com herbicidas recomendados para uso em pós-emergência que controlam plantas daninhas de folhas largas e que já contenham em sua formulação um adjuvante, não se deve adicionar óleo mineral à calda, pois aumenta a toxicidade.

Apresenta solubilidade em água de 9,3 ppm, pka = 4,3, kow = 11,7 e koc médio de 33 mL/g de solo. É moderadamente adsorvido pelos colóides do solo; em solos leves, em condições de elevada pluviosidade, pode haver lixiviação do produto. A ação residual do produto na lavoura é de 30 a 40 dias. Dentre os herbicidas pós-emergentes dessa classe é o que apresenta o maior residual. Existem biótipos de Brachiaria plantaginea resistentes aos inibidores de ACCase no Rio Grande do Sul e Paraná.

 

Imazamox (Nome comercial: Raptor 70DG)

É herbicida que pertence ao grupo químico imidazolinona e age inibindo a enzima ALS, resultando no bloqueio da síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É registrado no Brasil para cultura de soja e feijão, devendo ser usado em pós-emergência no controle de plantas daninhas folhas largas, com até quatro folhas. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%.

É herbicida sistêmico, absorvido pelas folhas e pouco pelo sistema radicular. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas.

A dose recomendada varia de 28 a 42 g i.a. ha-1, controlando com eficiência diversas espécies de plantas daninhas, entre elas caruru, picão-preto, trapoeraba, leiteiro, corda-de-viola, beldroega e guanxuma, entre outras. É compatível com a maioria dos herbicidas usados em soja.

O Imazamox apresenta solubilidade em água de 4.413 ppm e pka, kow e koc desconhecidos. É pouco adsorvido pelos colóides do solo e também pouco lixiviado. Apresenta degradação essencialmente microbiana (meia-vida de 15 dias). Estudos preliminares têm demonstrado que esse herbicida apresenta rápida degradação em condições de solos brasileiros. Existem biótipos de Bidens pilosa e Euphorbia heterophylla resistentes aos inibidores da ALS no Brasil (Ponchio, 1997; Vargas et al., 1999).

 

Imazaquin (Nomes comerciais: Scepter, Scepter 70DG ou Topgan)

É herbicida que pertence ao grupo químico imidazolinona, e age inibindo a enzima ALS, resultando no bloqueio da síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É registrado no Brasil para controlar plantas daninhas folhas largas na cultura de soja, sendo utilizado em pré-plantio incorporado ou em pré-emergência de plantas daninhas. Em pré-plantio incorporado o imazaquin deve ser incorporado mecanicamente a profundidade de 5 a 12 cm, sendo que a aplicação pode ser realizada até 30 dias antes da semeadura. Em pré-emergência o solo deve estar nivelado e livre de torrões. Esse tipo de aplicação pode ser feito até sete dias após a semeadura, mesmo com soja já germinada (Rodrigues & Almeida, 1998).

É herbicida sistêmico, absorvido pelas folhas e raízes. Os sintomas, que se tornam evidentes em uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas.

A dose recomendada é de 150 g i.a. ha-1, controlando essencialmente plantas daninhas dicotiledôneas, com destaque para leiteiro, guanxuma e corda-de-viola. Pode ser associado com a maioria dos herbicidas usados em soja. É muito usado associado com trifluralin. Existem formulações comerciais de imazaquin + trifluralin (Triscept) e imazaquin + pendimethalin (Squadron).

Apresenta solubilidade em água de 160.000 ppm a 20oC e pH 7,0, pka = 3,8, kow = 2,2 a 22oC e koc médio de 20 mL/g de solo. É fracamente adsorvido em solo com pH elevado, todavia, esta adsorção aumenta em pH baixo. Sua persistência no solo é elevada (meia-vida de sete meses), podendo afetar culturas de inverno que seguem à de soja tratada com o produto. O milho é muito sensível a resíduos de imazaquin no solo, exigindo intervalo de segurança de 300 dias após sua aplicação, não sendo recomendável cultivá-lo na modalidade de "milho-safrinha" no mesmo ano agrícola de soja em alguns tipos de solo. Existem biótipos de Bidens pilosa e Euphorbia heterophylla resistentes aos inibidores da ALS no Brasil (Ponchio, 1997; Vargas et al., 1999).

 

Imazethapyr (Nomes comerciais: Pivot, Pivot 70DG ou Vezir)

É herbicida que pertence ao grupo químico imidazolinona e age inibindo a enzima ALS, resultando no bloqueio da síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina. É registrado no Brasil para uso exclusivo na cultura de soja, no controle de plantas daninhas folhas largas e estreitas em pós-emergência. Recomenda-se a aplicação em pós-emergência precoce, estando as dicotiledôneas entre o estádio cotiledonar e quatro folhas e as monocotiledôneas entre uma e quatro folhas, o que geralmente acontece entre cinco e 15 dias após a semeadura de soja. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%.

O Imazethapyr é herbicida sistêmico, absorvido pelas folhas e raízes. Os sintomas, que se tornam evidente uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se uniformemente curtas e engrossadas.

A dose recomendada é de 100 g i.a. ha-1, controlando com eficiência diversas espécies de planta daninha. Entre as folhas largas destacam-se leiteiro, picão-preto, guanxuma e trapoeraba, e entre as gramíneas destacam-se capim-marmelada, capim-carrapicho e capim-colchão. É incompatível com graminicidas pós-emergentes, mas pode ser associado com a maioria dos latifolicidas pós-emergentes, como chlorimuron-ethyl, lactofen e bentazon.

Apresenta solubilidade em água de 1.400 ppm a 25oC e pH 7,0, pka = 3,9 e kow = 11 a pH 5,0, 31 a pH 7,0 e 16 a pH 9,0. É fracamente adsorvido em solo com pH elevado, todavia, esta adsorção aumenta em pH baixo, sendo também pouco lixiviado. Apresenta lenta degradação no solo (meia-vida de 60 dias), podendo causar toxicidade a algumas culturas de inverno que forem cultivadas em sucessão à soja tratada com esse herbicida. Milho e sorgo são muito sensíveis a resíduos de imazethapyr no solo. Existem biótipos de Bidens pilosa e Euphorbia heterophylla resistentes aos inibidores da ALS no Brasil (Ponchio, 1997; Vargas et al., 1999).

 

Lactofen (Nome Comercial: Cobra)

É herbicida do grupo químico difeniléteres, cujo mecanismo de ação é a inibição da enzima PROTOX. É registrado no Brasil para controlar plantas daninhas folhas largas na cultura de soja em pós-emergência. No momento da aplicação a soja deve estar no estádio de dois a três trifólios e as plantas daninhas com duas a seis folhas. A aplicação deve ser feita com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%. Não adicionar adjuvante, pois este reduz a seletividade para soja.

É absorvido pelas folhas e pouco pelas raízes. Apresenta translocação muito baixa, atuando por contato. Requer uma hora sem ocorrência de chuva após a aplicação para assegurar a absorção pelas plantas daninhas. Os primeiros sintomas desse herbicida são manchas verde-escuras nas folhas, que progridem para necrose em um a dois dias. O lactofen provoca fortes sintomas de toxicidade à cultura de soja, como clorose e necrose foliar e redução de crescimento, mas a cultura se recupera, sem prejuízo ao rendimento.

É recomendado nas doses de 150 a 180 g i.a. ha-1, controlando grande número de espécies de folhas largas anuais, incluindo algumas espécies problemas, como leiteiro, guanxuma, trapoeraba e corda-de-viola, além de outras.

É comum ser utilizado em associação com outros herbicidas, visando aumentar o espectro de controle de plantas daninhas de folhas largas, também quando a infestação do terreno inclui espécies que lhe são tolerantes.

Apresenta solubilidade em água de 0,1 ppm a 22oC, pka = zero, kow não disponível e koc médio de 10.000 mL/g de solo. É fortemente adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais, apresentando muito baixa lixiviação no perfil do solo. A sua persistência é baixa, apresentando meia-vida de três dias. O lactofen é dissipado no solo em menos de sete dias e perde sua atividade em menos de três semanas, não afetando as culturas em sucessão. Não há relatos de plantas daninhas resistentes a esse herbicida.

 

Metolachlor (Nome comercial: Dual 960 CE)

É herbicida do grupo químico das amidas, com ação resídual, que controla principalmente espécies gramíneas. O mecanismo de ação não é totalmente conhecido, mas sabe-se que afeta a síntese de lipídeos e proteínas. É registrado para a cultura de soja e recomendado em pré-emergência de plantas daninhas, em razão de sua absorção foliar ser quase nula.

No sistema plantio direto, deve ser aplicado após a etapa de dessecação e antes da emergência de plantas daninhas. Em preparo convencional, a aplicação deve ser feita imediatamente após a última gradagem e depois da semeadura da cultura, com solo úmido, ou quando há previsão de chuva nos dias seguintes. Se o solo estiver com baixa umidade, não aplicar e esperar pela próxima chuva. Em caso de excesso de chuva após a aplicação, o produto poderá ter seu efeito residual reduzido. Nos casos de reinfestações precoces devido a irregularidades climáticas, recomenda-se a incorporação superficial do metolachlor para reativá-lo. É comum associar o metolachlor com herbicidas de folhas largas ou realizar aplicação seqüencial de um latifolicida em pós-emergência precoce.

A absorção desse produto ocorre quase que totalmente pelo coleóptilo das gramíneas e pelo epicótilo das dicotiledôneas; assim, é essencial que a aplicação seja feita antes da completa emergência de plantas.

O metabolismo do metolachlor nas plantas ocorre através de clivagem e conjugação com glicose e glutationa (GSH). Como sintomas, observa-se que as plantas sensíveis algumas vezes não conseguem emergir, e que aquelas que emergem evidenciam folhas enroladas e malformadas, com sistema radicular reduzido.

É recomendado para uso em solos com nível de matéria orgânica superior a 2%, nas doses de 1,92 kg i.a. ha-1 para solos leves e 2,40 kg i.a. ha-1 para solos médios a pesados. O metolachlor controla com eficiência espécies gramíneas e algumas folhas largas, como caruru, trapoeraba, carrapicho-rasteiro, picão-branco, poaia e beldroega. Possui controle regular de papuã em elevadas infestações. Para aumentar o espectro de ação, é comum misturá-lo com latifolicidas, como metribuzin.

Apresenta solubilidade em água de 488 ppm a 20oC, pka= zero, kow= 794 a 25oC e koc médio de 200 mL/g de solo. Proporciona controle de plantas daninhas por um período de 10 a 14 semanas e sua meia-vida é de 15 a 50 dias. É fortemente adsorvido pelos colóides da argila e da matéria orgânica, por essa razão sua lixiviação é fraca, exceto em solos arenosos. Devido à sensibilidade do metolachlor à fotodegradação e à volatilização, a eficácia ficará comprometida se o mesmo for aplicado em solo seco e não ocorrer chuva de intensidade superior a 10 mm no espaço de cinco dias.

 

Metribuzin (Nomes comerciais: Sencor ou Sencor 480BR)

É herbicida do grupo químico triazinas, recomendado para controlar folhas largas em pré-emergência, incorporado ou não, na cultura de soja. O mecanismo de ação é a inibição da fotossíntese através do bloqueio de fluxo de elétrons no FSII entre Qa e Qb (Ahrens, 1994). Na aplicação em pré-plantio incorporado o solo deve estar nivelado, livre de torrões e com baixa umidade. A incorporação é feita com grade niveladora a profundidade de 5-10 cm. Quando aplicado na superfície de solo seco, persistindo essa condição, por sete dias, é desativado por fotodegradação.

O metribuzin é absorvido pelas raízes, podendo ter alguma absorção foliar e é translocado via xilema, acumulando-se nas folhas, caules e raízes, menos nos frutos e sementes (Rodrigues & Almeida, 1998).

É recomendado na dose de 350 a 490 g i.a. ha-1, controlando diversas espécies de dicotiledôneas, entre elas picão-preto, caruru, corda-de-viola e guanxuma. É muito utilizado associado com outros herbicidas especialmente com trifluralin e metolachlor, na cultura de soja.

Apresenta solubilidade em água de 1.100 ppm a 20 oC, pka não disponível, kow = 44,7 e koc médio de 60 mL/g de solo. É moderadamente adsorvido em solos com elevado nível de matéria orgânica e/ou argila. É um herbicida muito dependente das condições edafoclimáticas para seu adequado funcionamento. O metribuzin é também facilmente lixiviado no solo, não sendo recomendado seu uso em solo arenoso e/ou com baixo nível de matéria orgânica. Possui meia-vida de 30 a 60 dias.

 

Oryzalin (Nome comercial: Surflan)

É herbicida que pertence ao grupo químico das dinitroanilinas. O mecanismo de ação é através da inibição da tubulina impedindo a polimerização do microtúbulo, resultando em divisão anormal de células. É recomendado para soja em pré-emergência. Não deve ser usado em solos com nível de matéria orgânica superior a 5%.

É absorvido principalmente pela radícula e praticamente não se transloca na planta. Como sintomas observa-se que as plantas sensíveis algumas vezes não conseguem emergir e aquelas que emergem evidenciam folhas enroladas e mal formadas, com as raízes atrofiadas, sem elongação e em forma de taco.

Esse produto apresenta excelente ação sobre as gramíneas anuais e perenes, oriundas de sementes e algumas folhas largas como o caruru e poaia. A dose recomendada varia de acordo com as características físico-químicas do solo, sendo que em solos arenosos deve-se usar 0,96 kg i.a. ha-1, em solos médios 1,15 kg i.a. ha-1 e em solos pesados 1,54 kg i.a. ha-1. Pode ser associado com a maioria dos produtos usados em soja, inclusive fertilizantes.

Oryzalin é fortemente adsorvido pelos colóides do solo e pouco lixiviado. Em solos ricos em matéria orgânica, a forte adsorção pode impedir a absorção desse herbicida pelas raízes de plantas, pelo que não é aconselhável seu uso nessas condições.

Apresenta solubilidade de 2,6 ppm a 25oC, pka = 9,4, kow = 5.420 a pH 7,0 e koc médio de 600 mL/g de solo. Possui persistência curta a média, com meia-vida de 20 dias. A lixiviação, assim como movimento lateral no solo é muito reduzido, devido à adsorção e à baixa solubilidade. Apresenta degradação lenta no solo, não sendo recomendado cultivar cereais de inverno como trigo, aveia, triticale e centeio, num prazo mínimo de 5,5 meses. Não existem relatos de plantas daninhas resistentes a esse herbicida no Brasil.

 

Pendimethalin (Nome comercial: Herbadox 500 CE)

Pertence ao grupo químico das dinitroanilinas, cujo mecanismo de ação é através da inibição da tubulina, impedindo a polimerização do microtúbulo, resultando em divisão anormal de células. É registrado para a cultura de soja e recomendado no controle de plantas daninhas gramíneas e algumas folhas largas em pré-emergência, preferivelmente logo após a semeadura da cultura ou no prazo máximo de cinco dias após a semeadura. O pendimethalin também pode ser usado em pré-plantio incorporado. O solo deve estar com adequada umidade, pois se aplicado em solo seco e não chover em 3 a 5 dias, o produto terá a eficácia reduzida. É absorvido pelas raízes e coleóptilo de plantas, sendo pouco translocado.

É herbicida de média volatilidade (pressão de vapor de 3,0x10-5 mm Hg), sensível à luz e pouco móvel no solo, motivo pelo qual a incorporação é recomendável em condições de solo seco e com período de estiagem. Como sintomas, observa-se que as plantas sensíveis algumas vezes não conseguem emergir e aquelas que emergem evidenciam folhas enroladas e malformadas, com as raízes atrofiadas, sem elongação, em forma de taco.

As doses recomendadas variam de acordo com a textura do solo. Em solos arenosos usar de 0,75 a 1,0 kg i.a. ha-1; em solos com textura média usar de 1,00 a 1,25 kg i.a. ha-1; e em solos argilosos usar de 1,25 a 1,5 kg i.a. ha-1. Esse produto controla com eficiência espécies gramíneas e algumas folhas largas como caruru, beldroega e poaia, mas é fraco para as demais folhas largas.

Pendimethalin possui solubilidade de 0,275 ppm a 25oC, pka = zero, kow = 152.000 e koc médio de 17.200 mL/g de solo. É fortemente adsorvido pelos colóides do solo. Por esta razão, sua lixiviação é muito baixa e as doses recomendadas se dão em função das características físico-químicas do solo. Sua persistência no solo varia de 3 a 6 meses com meia-vida de 44 dias. Pode ser aplicado combinado com herbicidas para folhas largas, como o imazaquin.

 

Propaquizafop (Nome comercial: Shogun)

Pertence ao grupo químico ariloxifenoxipropionato e age inibindo a enzima ACCase, bloqueando a síntese de lipídeos. É herbicida graminicida registrado no Brasil para ser usado em pós-emergência na cultura de soja. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%.

É rapidamente absorvido pelas folhas, e chuva que ocorra uma hora após sua aplicação não afeta sua atividade. Apresenta translocação via xilema e floema e acumula-se nos meristemas. Os sintomas de plantas sob o efeito desses produtos são a paralisação do crescimento e o amarelecimento dos meristemas e folhas jovens. As plantas sensíveis morrem em uma a três semanas.

É recomendado na dose de 125 g i.a. ha-1, controlando gramíneas em geral, desde o estádio de 3-4 folhas até 3 a 4 perfilhos. É necessário adicionar óleo mineral à calda herbicida, para acelerar sua absorção. Esse herbicida é incompatível com praticamente todos os latifolicidas, não devendo ser associado com tais produtos, e o controle de folhas largas deve ser realizado de forma isolada.

Apresenta solubilidade de 1,9 ppm, pka, kow e koc não conhecidos. A adsorção, persistência e lixiviação não são conhecidas. Já foram encontrados biótipos de Brachiaria plantaginea resistentes aos inibidores de ACCase no Rio Grande do Sul e Paraná.

 

Quizalofop-p-ethyl (Nomes comerciais: Targa ou Truco)

Esse herbicida age inibindo a enzima ACCase bloqueando a síntese de lipídeos. É herbicida graminicida registrado no Brasil para ser usado em pós-emergência na cultura de soja. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%.

É rapidamente absorvido pelas folhas, e chuva que ocorra duas horas após sua aplicação não afeta sua atividade. Apresenta translocação via xilema e floema e acumula-se nos meristemas. Os sintomas de plantas sob o efeito desse produto são a paralisação do crescimento e o amarelecimento de meristemas e de folhas jovens. As plantas sensíveis morrem em uma a três semanas.

É recomendado na dose de 75 a 100 g i.a. ha-1, controlando gramíneas em geral desde os estádios iniciais de desenvolvimento até 4 perfilhos. Não é necessário adicionar adjuvante na calda e não deve ser associado com herbicidas folhas largas. Quando necessário deve-se aplicar esses produtos com intervalo de três dias.

Apresenta solubilidade de 0,4 ppm a 20oC, pka e kow não conhecidos, e koc de 510 mL/g de solo. Possui elevada adsorção aos colóides do solo, lixiviação reduzida e decomposição total, essencialmente microbiana. A sua meia-vida é de 60 dias. Já foram encontrados biótipos de Brachiaria plantaginea resistentes aos inibidores de ACCase no Rio Grande do Sul e Paraná.

 

Sethoxydim (Nome comercial: Poast)

Pertence ao grupo químico ciclohexanodionas e age inibindo a enzima ACCase, bloqueando a síntese de lipídeos. É herbicida graminicida registrado no Brasil para ser usado em pós-emergência na cultura de soja. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em adequado estado de vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%.

É rapidamente absorvido pelas folhas, e chuva que ocorra uma hora após sua aplicação não afeta sua atividade. Apresenta translocação via xilema e floema e acumula-se nos meristemas. Os sintomas de plantas sob o efeito desse produto são a paralisação do crescimento e o amarelecimento dos meristemas e das folhas jovens. As plantas sensíveis morrem em uma a três semanas.

É recomendado na dose de 230 g i.a. ha-1, controlando gramíneas anuais e algumas perenes, como grama-seda. É necessário adicionar adjuvante à calda, acelerando sua absorção.

Apresenta solubilidade de 257 ppm a pH 5,0 e 4.390 ppm a pH 7,0 e 25oC, pka = 4,16 a 25oC, kow = 45,1 a pH 7,0 e koc médio de 100 mL/g de solo. Adsorção e lixiviação sem informações. Apresenta curta persistência no solo, meia-vida no solo de 5 a 11 dias, dependendo das condições de clima, não prejudicando culturas sensíveis que sejam instaladas na área um mês após o tratamento. Já foram encontrados biótipos de Brachiaria plantaginea resistentes aos inibidores de ACCase no Rio Grande do Sul e Paraná.

 

Sulfentrazone (Nome comercial: Boral)

É herbicida do grupo químico ariltriazolinona, cujo mecanismo de ação é a inibição da enzima PROTOX. É registrado no Brasil para controlar plantas daninhas folhas largas e estreitas na cultura de soja, em pré-emergência. No momento da aplicação, o solo deve estar preparado, livre de torrões e com adequado nível de umidade.

É absorvido pelas raízes e transloca-se na planta em ausência de luz. Quando há incidência de luminosidade atua por contato. O produto é absorvido pelas plântulas em emergência e quando essas atingem a superfície do solo e recebem luz o produto é ativado, necrosando os tecidos. O sintoma provocado por esse herbicida é a rápida dessecação dos tecidos.

É recomendado na dose de 0,6 kg i.a. ha-1, controlando grande número de espécies de folhas largas, incluindo espécies problemas, como desmódio, leiteiro, guanxuma, picão-preto, trapoeraba e corda-de-viola, além das folhas estreitas como capim-marmelada, capim-colchão, capim-carrapicho, capim-pé-de-galinha, capim-arroz e tiririca, entre outras.

Apresenta solubilidade em água de 490 ppm, pka, kow e koc não disponível. Possui adsorção baixa, mobilidade moderada e degradação microbiana. A sua persistência no solo é média, com meia-vida aproximada de 180 dias. Não há relatos de plantas daninhas resistentes a esse herbicida.

 

Trifluralin (Nomes comerciais: Herbiflan, Treflan, Trifluralina AgrEvo, Trifluralina Defensa, Trifluralina Nortox, Tritac ou Premerlin)

É herbicida que pertence ao grupo químico das dinitroanilinas cujo mecanismo de ação é a inibição da tubulina, impedindo a polimerização do microtúbulo e resultando em divisão anormal das células. É recomendado para a cultura de soja em pré-emergência, incorporada ou não, dependente da formulação, em solos médios e pesados e com nível de matéria orgânica acima de 2%. Existem várias formulações de trifluralin no mercado e nem todas podem ser usadas sem incorporação, mas todas são registradas para soja.

É absorvido principalmente pela radícula e praticamente não se transloca na planta. Como sintomas, observa-se que as plantas sensíveis algumas vezes não conseguem emergir e aquelas que emergem evidenciam folhas enroladas e malformadas, com as raízes atrofiadas, sem elongação e em forma de taco.

Esse produto apresenta excelente ação sobre as gramíneas anuais e perenes oriundas de sementes. A dose recomendada varia de acordo com as características fisico-químicas do solo. Para controlar sorgo-de-alepo proveniente de rizomas usar 1,0 a 2,0 kg ha-1 em dois anos seguidos. Estresses podem aumentar o efeito desse herbicida sobre a cultura. Pode ser associado com a maioria dos produtos usados em soja. É muito empregado associado com imazaquin.

Trifluralin é fortemente adsorvido pelos colóides da matéria orgânica e pouco pelos colóides da argila. Em solos ricos em matéria orgânica a forte adsorção pode impedir a absorção desse herbicida pelas raízes de plantas, por isso não é aconselhável seu uso nestas condições.

Apresenta solubilidade de 0,3 ppm a 25oC, pka = zero, kow =118.000 a 25oC e koc médio de 7.000 mL/g de solo. A lixiviação, assim como movimento lateral no solo, é muito reduzido, devido à adsorção e a baixa solubilidade. Apresenta degradação lenta no solo, podendo, em alguns casos de rotação de culturas, em áreas de baixa fertilidade e mal manejadas, causar danos à cultura sucessora, provocando inibição do crescimento radicular da mesma. Não existem relatos de plantas daninhas resistentes a esse herbicida no Brasil.

 


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