Embrapa Trigo

Setembro, 2006
Passo Fundo, RS

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Principais herbicidas indicados para cultura de milho no sistema plantio direto e no preparo convencional do solo

Acetochlor (Nomes comerciais: Kadett CE, 840 g/L e Surpass EC, 768 g/L)

É herbicida do grupo químico das acetamidas, cujo mecanismo de ação não é totalmente conhecido, porém sabe-se que envolve inibição da síntese de lipídeos e proteínas (Ahrens, 1994). É indicado na cultura de milho, em pré-emergência de plantas daninhas e da cultura. No preparo convencional de solo, deve ser aplicado no máximo três dias após a última gradagem, logo após a semeadura, com o solo livre de torrões, de restos culturais e com adequado nível de umidade.

Para evitar toxicidade e/ou injúrias em milho, o acetochlor precisa ser usado com protetor para cultura (Safener), que já vem incluso na formulação comercial. É absorvido pelas partes emergentes (coleóptilo, hipocótilo e epicótilo), com translocação aposimplástica (movimento do herbicida na planta junto com o fluxo de água e de fotoassimilados, via xilema e floema). Possui rápido metabolismo pelas plantas de milho, através da conjugação com glutationa (GSH). Como sintomas de toxidade, observa-se que algumas plantas sensíveis não emergem e que aquelas que conseguem emergir apresentam o coleóptilo enrolado e deformado.

É indicado em doses de 2 a 4 kg i.a. ha-1, dependendo da concentração de ativo no produto comercial e da textura de solo, controlando com eficiência espécies de folhas estreitas e algumas folhas largas, como guanxuma, picão-branco, trapoeraba e caruru, entre outras. Em solos com matéria orgânica maior que 5% ou com elevadas infestações de Brachiaria plantaginea, deve-se usar a maior dose.

Conforme indicações dos respectivos fabricantes, Kadett é recomendado na dose de 3 a 4 L ha-1 do produto comercial (2,52 – 3,36 kg i.a. ha-1) e o Surpass de 2,6 a 5,2 L ha-1 do produto comercial (2,0 – 4,0 kg i.a. ha-1). As variações de indicações se dão em função das diferenças na textura do solo, sendo que doses menores são indicadas para solos de textura leve (arenosa) e maiores para solos de textura pesada ( argilosa).

Acetochlor apresenta solubilidade em água de 223 ppm, -log10 constante de dissociação do ácido (pka) = zero, coeficiente de partição entre octanol e água (kow) = 300 e coeficiente de adsorção do carbono orgânico (koc) desconhecido. É adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais do solo e apresenta baixa lixiviação e residual de oito a 12 semanas, dependendo da dose utilizada, das condições climáticas e do tipo de solo. Pode ser misturado com atrazine ou cyanazine (1,5 a 2 kg i.a. ha-1) para aumentar o espectro de controle, principalmente de espécies folhas largas.

Existe variação de sensibilidade dos híbridos de milho a esse herbicida. A sensibilidade está diretamente ligada ao híbrido, à dose, à textura do solo e às condições climáticas ocorridas logo após a aplicação. Tem sido observado, principalmente nos solos de textura média e arenosa, que chuva intensa logo após a aplicação aumenta significativamente os níveis de toxidade na cultura, podendo causar, em alguns casos, danos econômicos à cultura. Especula-se que a provável causa deste maior nível de toxidade, quando da ocorrência de chuva intensa logo após aplicação, seja devido à diferença de solubilidade do ativo (Acetochlor) e do seu protetor (Safener), o que provocaria a lixiviação do ativo até a profundidade em que estão as sementes de milho, enquanto o protetor permaneceria na superfície, assim, as sementes seriam expostas ao ativo.

Alachlor (Nomes comerciais: Alaclor Nortox ou Laço CE)

É herbicida do grupo químico amidas e seu mecanismo de ação não é totalmente conhecido, mas sabe-se que envolve inibição da síntese de lipídeos e proteínas (Ahrens, 1994). É indicado para controle de diversas espécies gramíneas e comelináceas em pré-emergência. No preparo convencional do solo, deve ser aplicado logo após a semeadura e no máximo três dias após a última gradagem, com solo livre de torrões e com adequado nível de umidade. Quando aplicado em solo seco, a eficácia do produto é reduzida, se não chover no prazo de até três dias; neste caso, indica-se incorporação superficial do produto.

É absorvido pelas partes emergentes (coleóptilo, hipocótilo e epicótilo), com translocação aposimplástica (movimento do herbicida na planta junto com o fluxo de água e de fotoassimilados, via xilema e floema). Possui rápido metabolismo por plantas de milho, através da conjugação com glutationa (GSH). Como sintomas, observa-se que muitas plantas sensíveis não emergem e que aquelas que conseguem emergir apresentam o coleóptilo enrolado e deformado.

As doses indicadas vão de 2,40 a 3,36 kg i.a. ha-1. Controla com eficiência espécies folhas estreitas e algumas folhas largas, como guanxuma, poaia, trapoeraba, caruru e carrapicho-rasteiro, entre outras.

Alachlor apresenta solubilidade em água de 242 ppm, pka = zero, kow = 794 e koc médio de 120 mL/g de solo. É adsorvido pelos colóides do solo, possuindo média a baixa mobilidade e residual de seis a dez semanas, variável com o tipo de solo e as condições climáticas.

Herbicidas com esse ingrediente ativo, quase não são usados de forma isolada para controle de plantas daninhas na cultura de milho. Entretanto, esse herbicida faz parte de uma série de formulações em mistura, principalmente, com atrazine ou cyanazine, buscando-se aumentar o número de espécies controladas, principalmente folhas largas.

Ametryne (Nomes comerciais: Ametrina Agripec, Gesapax 500 SC ou Gesapax GRDA)

Esse herbicida pertence ao grupo químico triazinas, sendo o mecanismo de ação a inibição da fotossíntese através do bloqueio de fluxo de elétrons no foto sistema II (FSII) entre quinona "a" (Qa) e quinona "b" (Qb). É indicado como tratamento complementar em pós-emergência tardia de papuã e folhas largas, sempre em aplicações dirigidas, quando as plantas de milho estiverem com 40-50 cm de altura (aproximadamente com 30 dias após a emergência) com equipamentos especiais tipo pingentes. Pode ser absorvido pelas raízes e folhas de plantas e translocado via apoplasto (junto com o fluxo de água, via xilema), quando absorvido pelas raízes, e possui translocação baixa, quando absorvido pelas folhas, atuando sobre as plantas como produto de contato. Esse produto requer seis horas sem chuva após a aplicação para ser absorvido. Os sintomas, que surgem primeiro e de forma mais evidente nos tecidos mais velhos, são clorose internerval seguida de amarelecimento das bordas das folhas que progride para necrose generalizada. Não são observados sintomas nas raízes.

É indicado nas doses de 1,5 kg i.a. ha-1 em solos leves e 2,0 kg i.a. ha-1 em solos médios a pesados. Controla com eficiência caruru, capim-colchão, papuã, nabo, guanxuma, azevém, picão-preto e trapoeraba, entre outras.

Ametryne apresenta solubilidade em água de 185 ppm, pka = 4,1, kow = 427 e koc médio de 30 mL/g de solo. É pouco móvel no solo, por ser muito adsorvido por colóides orgânicos e minerais deste. A sua adsorsão é altamente influenciada pelo pH do solo. Também pode apresentar adsorsão negativa (dessorção), ocorrendo liberação para as plantas daninhas de moléculas anteriormente inativadas pelos colóides do solo. É medianamente lixiviável em solo arenoso. Sua degradação no solo é essencialmente microbiana, mas também química, por processos de oxidação e hidrólise. Apresenta persistência média nas doses indicadas de quatro a seis meses nas condições tropicais e subtropicais, podendo ser maior que nove meses se usado em doses elevadas, dependendo do clima e tipo de solo.

Atrazine (Nomes comerciais: Atranex 500 SC, Atrazina Nortox 500 SC, Atrazinax, Coyote 500 SC, Gesaprim 500, Gesaprim GRDA, Herbitrin 500 BR, Siptran 800 SC ou Stauzina 500 SC)

É herbicida com ação residual que pertence ao grupo químico clorotriazinas. O mecanismo de ação é a inibição da fotossíntese através do bloqueio de fluxo de elétrons no FSII entre Qa e Qb. É indicado em pré ou pós-emergência das plantas daninhas, para controlar principalmente espécies com folhas largas. Em pré-emergência, a aplicação é realizada imediatamente antes, simultaneamente ou logo após a semeadura da cultura. No preparo convencional do solo, deve ser aplicado no máximo três dias após a última gradagem, com elevada umidade de solo. Atrazine não deve ser aplicado em plantas estressadas ou em períodos de deficiência hídrica. Quando aplicado em solo seco, a eficácia do produto será reduzida, se não chover em até seis dias. É sob essas condições, que normalmente produtores apresentam dúvidas quanto à eficiência e à eficácia do produto.

Em pós-emergência a aplicação deve ser feita preferencialmente nos estádios iniciais de desenvolvimento (pós-emergência precoce) de plantas daninhas. Nas aplicações em estádios mais avançados (pós-emergência normal e tardia) a eficiência do produto pode ser reduzida. No momento da aplicação, as plantas daninhas devem estar com elevado vigor vegetativo, evitando-se períodos de estiagem, umidade relativa inferior a 60% e elevada temperatura.

As plantas de milho possuem a capacidade de metabolizar o herbicida atrazine absorvido, transformando-o em hidroxitriazinas pela hidroxilação por ação de enzimas, presentes em toda planta. Este herbicida é absorvido pelas raízes e partes aéreas de plantas e translocado via apoplasto, quando absorvido pelas raízes, e pouco translocado, quando absorvido pelas folhas. Os sintomas, que surgem primeiro e de forma mais evidente nos tecidos mais velhos, são clorose internerval seguida de amarelecimento das bordas de folhas, que progride para necrose generalizada. Não são observados sintomas em raízes.

Atrazine é muito eficiente no controle de plantas daninhas dicotiledôneas (folhas largas), apresentando eficiência apenas regular para diversas monocotiledôneas. Na cultura de milho, é muito usado em pré-emergência, em mistura com metolachlor (Dual) em áreas com elevada infestação de gramíneas, e em pós-emergência precoce, em mistura com óleo mineral, para controle de dicotiledôneas. Também é usado em mistura no tanque com nicosulfuron (Sanson), em áreas com infestação mista.

É indicado nas doses de 1,5 a 4 kg i.a. ha-1, dependendo do tipo de solo: em solos leves, deve-se usar a menor dose, e em solos argilosos e com elevado nível de matéria orgânica, a maior dose. Controla com eficiência folhas largas, como picão-preto, guanxuma, caruru, corda-de-viola, nabo, leiteiro, poaia, carrapicho-rasteiro, saco-de-padre e papuã, entre outras. A menor dose é indicada em pós-emergência precoce e a maior em pós-emergência normal.

Atrazine apresenta solubilidade em água de 33 ppm, pka = 1,7, kow = 481 e koc médio de 100 mL/g de solo. É adsorvido pelos colóides da argila e da matéria orgânica, tanto mais quanto maior seu nível no solo; o processo é reversível, dependendo da umidade, da temperatura e do pH do terreno. É pouco lixiviável, não sendo comumente encontrado nos solos cultivados em profundidade superior a 30 cm. Sua degradação no solo é essencialmente microbiana, mas também química e física. Apresenta persistência média no solo entre cinco a sete meses nas doses indicadas; deve-se usar somente nas cultivares de milho e de sorgo em rotação de culturas na área nesse período. Nas condições tropicais e subtropicais, a persistência pode ser maior que 12 meses, se usado em doses elevadas ou em casos de estiagem prolongada.

No campo, tem sido observada toxicidade em aveia semeada até 150 dias após aplicação de atrazine na cultura de milho. As culturas de fumo e trigo são muito sensíveis a esse herbicida. Normalmente não se constata toxicidade nas culturas sensíveis, como soja e feijão, em rotação anual.

Bentazon (Nomes comerciais: Banir ou Basagran)

É herbicida do grupo químico tiadiazina, indicado para controlar folhas largas na cultura de milho. O mecanismo de ação é a inibição da fotossíntese através do bloqueio de fluxo de elétrons no foto sistema II (FSII) entre quinona a (Qa) e quinona b (Qb), (Ahrens, 1994). É recomendado em pós-emergência inicial, no máximo seis folhas, de plantas daninhas, estando estas com satisfatório vigor vegetativo, evitando períodos de estiagem e umidade relativa do ar inferior a 60%. A adição de óleo mineral à calda melhora o desempenho deste herbicida em aplicações terrestres e aéreas, mas pode aumentar a toxicidade para a cultura de milho, principalmente em plantas estressadas, após longo período de falta de água. Possui reduzida absorção radicular e translocação restrita à folha. Apresenta metabolismo pelas plantas através da conjugação com glicosídeos. A eficácia é maior em temperatura elevada, reduzindo-se abaixo de 16 oC; por isso, no inverno, o uso de óleo mineral torna-se indispensável. Como sintomas, inicialmente evidencia-se clorose foliar, 3-5 dias após a aplicação, que progride para necrose. Em plantas tolerantes pode ocorrer bronzeamento (avermelhamento do limbo) das folhas.

Esse herbicida é altamente seletivo e controla com eficiência espécies de folhas largas anuais, entre elas guanxuma, picão-preto, corda-de-viola, nabo e trapoeraba. Para controlar guanxuma e corda-de-viola, deve-se adicionar óleo mineral. É indicado nas doses de 0,72 a 1,2 kg ha-1, podendo ser associado com 2,4-D e atrazine para ampliar o número de espécies controladas. Por ser seletivo a feijão e por apresentar baixo residual no solo, bentazon é usado para controlar plantas daninhas em culturas consorciadas de milho e feijão. Nas áreas de sequeiro e principalmente nas áreas irrigadas do Brasil Central, bentazon vem sendo muito utilizado em mistura com fomesafen (Flex) para controlar plantas daninhas de folhas largas em áreas em que se cultiva a cultura de feijão em sucessão a milho. Essa mistura propicia a redução de dosagem de cada produto e aumenta a eficiência e o espectro de controle, reduzindo o residual proporcionado pelo fomesafen (Flex) que tem causado toxicidade para as culturas de milho instaladas logo após a colheita de feijão.

Bentazon apresenta solubilidade em água de 2.300.000 ppm, pka = não disponível, kow = 0,35 e koc médio de 34 mL/g de solo. É adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais do solo, apresentando lixiviação muito reduzida, não só por esta razão, mas pelo rápido processo de degradação no solo. Nos terrenos cultivados, não é encontrado em profundidade superior a 20 cm.

Cyanazine (Nome comercial: Bladex 500)

É herbicida que pertence ao grupo químico triazinas, com ação predominante sobre folhas largas. Seu mecanismo de ação é a inibição da fotossíntese através do bloqueio de fluxo de elétrons no FSII entre a Qa e Qb. Deve ser aplicado em pré-emergência, imediatamente antes, simultaneamente ou logo em seguida à semeadura da cultura de milho. No preparo convencional do solo, deve ser aplicado no máximo três dias após a última gradagem. A absorção pelas plantas é predominantemente radicular, com translocação apoplástica (via xilema). Possui metabolismo pelas plantas através da hidrólise do ácido carbônico, e o átomo de cloro é substituído por um grupo hidróxilo. Os sintomas, que surgem primeiro e de forma mais evidente nos tecidos mais velhos (folhas basais), são clorose internerval seguida de amarelecimento das bordas das folhas, que progride para necrose generalizada. Não são observados sintomas nas raízes. Este herbicida pode causar sintomas de toxicidade ao milho, dependendo do híbrido, da dose, da textura de solo, do nível de matéria orgânica e das condições climáticas antes e, principalmente, após a aplicação. Em função desses aspectos, esse produto apresenta algumas restrições quanto ao uso na cultura de milho.

É indicado nas doses de 1,5 a 2,5 kg i.a. ha-1. Em solos leves com até 25% de argila, não deve ser usado; em solos leves com 25 a 30% de argila deve-se usar 1,5 kg i.a. ha-1; em solos médios com 30 a 50% de argila, até 2 kg i.a. ha-1; e solos pesados com mais de 50% de argila, até 2, 5 kg i.a. ha-1. Não deve ser usado em solos arenosos com nível de matéria orgânica inferior a 2%. Controla com eficiência carrapicho-rasteiro, beldroega, guanxuma, joá, caruru e picão-preto, entre outras.

Cyanazine pode ser misturado com metolachlor, alachlor, pendimethalin e simazine para ampliar o espectro de controle. Porém, deve-se observar as restrições acima e a indicação de associações deve ser feita através da orientação da empresa fabricante e/ou com acompanhamento de um técnico autorizado.

Apresenta solubilidade em água de 171 ppm, pka = 5,1, kow = 127 e Koc médio de 190 mL/g de solo. A adsorsão aos colóides do solo é reversível. Sob condições de pH baixo, matéria orgânica elevada e em solos secos, há incremento da adsorsão. Apresenta baixa lixiviação. Apresenta residual de dois a três meses para doses indicadas.

Apesar de serem observados, com freqüência, sintomas de toxicidade em feijão, este pode ser cultivado em consórcio com milho em áreas tratadas com cyanazine.

2,4-D (Nomes comerciais: formulação amina: Aminol 806, Capri, DMA 806 BR, Herbi D-480, Tento 867 CS ou U 46 D – Fluid 2,4-D)

É herbicida do grupo químico fenóxis, usado para controlar folhas largas. O mecanismo de ação envolve os sistemas enzimáticos carboximetil celulase e RNA polimerase, que têm influência na plasticidade da membrana celular e no metabolismo dos ácidos nucléicos. O aumento anormal do DNA, RNA e de proteínas resulta em divisão descontrolada das células. 2,4-D foi o primeiro herbicida seletivo descoberto para o controle de plantas daninhas latifoliadas.

Esse herbicida é indicado em pós-emergência de plantas daninhas e quando as plantas de milho estiverem em estádio inferior à formação do cartucho (V3 a V4 = três a quatro folhas definitivas fora do cartucho), pois a aplicação após este estádio provoca deformações na planta (raízes e folhas) e redução no rendimento de grãos. Deformações nas raízes, através da soldadura das mesmas, dão aspecto de pé-de-pato, provocando mais tarde o tombamento das plantas. Deformações no colmo fazem com que esses fiquem curvados, exibindo aparência retorcida e nas folhas observa-se encharutamento, mostrando sintoma de retenção foliar dentro do cartucho, formando uma espécie de cipó.

As formulações à base de sal são rapidamente absorvidas pelo sistema radicular das plantas. Os sintomas em plantas daninhas incluem epinastia, curvatura do caule e dos ramos e, finalmente, paralisação do crescimento e clorose dos meristemas, seguidos de necrose. As folhas de dicotiledôneas apresentam encarquilhamento e adquirem coloração verde-escura. A morte das plantas ocorre lentamente, às vezes após cinco semanas.

Controla com eficiência folhas largas em geral e cyperáceas (tiririca). As doses indicadas são 0,2 a 0,9 kg ha-1. Esse produto é muito utilizado associado com glyphosate no sistema plantio direto (dessecação). Mesmo para essas aplicações anteriores a semeadura, em pré-emergência, pede-se cautela. Após aplicação do 2,4 D é indicado que se atente ao período de carência entre a dessecação e a semeadura, independentemente se a cultura a ser instalada (semeada) seja de folha larga ou estreita. Não são comuns as identificações de toxidade por 2,4 D em aplicações em pré-emergência, mas recomenda-se cautela. Pode ser também aplicado em aplicações dirigidas. Também pode ser aplicado em mistura com atrazine, para ampliar o número de espécies controladas.

2,4-D é encontrado no mercado em diferentes formulações e marcas comerciais. Cada formulação pode apresentar propriedades físico-químicas diferentes, conferindo ao produto características distintas quanto à seletividade, volatilidade, toxicidade e persistência no ambiente. A ocorrência de estiagem aumenta a toxicidade do produto a milho.

2,4-D apresenta solubilidade de 600 ppm, pka 2,8, kow não disponível e Koc médio de 20 mL/g de solo. As formulações aminas são mais adsorvíveis no solo do que as de éster, em razão de serem altamente solúveis, mais lixiviáveis, enquanto as de éster são praticamente insolúveis e portanto, com menor mobilidade. Apresenta persistência curta nos solos. Em doses normais, a atividade residual do 2,4-D não excede a quatro semanas em solos argilosos e clima quente. Em solos secos e frios, a decomposição é consideravelmente reduzida. Na planta movimenta-se pelo floema e/ou, xilema, acumulando-se nas regiões meristemáticas dos pontos de crescimento. Transloca-se com grande eficiência em plantas com elevada atividade metabólica, sendo esta a condição para ótima atividade do produto. Em geral, plantas aumentam a tolerância com o desenvolvimento, entretanto durante o florescimento a tolerância é reduzida.

Dimethenamid (Nome comercial: Zeta 900)

Esse herbicida pertence ao grupo químico acetamida, com maior ação sobre espécies gramíneas. O mecanismo de ação não é totalmente conhecido, mas sabe-se que afeta a divisão e o alongamento celular.

É herbicida indicado em pré-emergência de plantas daninhas e da cultura. No preparo convencional do solo, a aplicação deve ser feita imediatamente após a última gradagem e com adequado nível de umidade no solo. Caso seja aplicado em solo seco, será necessário chuva para ativar o produto, e algumas sementes de plantas daninhas podem germinar. É absorvido pelo hipocótilo e coleóptilo das plantas e não é translocado.

É indicado na dose de 1,125 kg i.a. ha-1 (1,5 L ha-1 do produto comercial = Zeta 900) e controla com eficiência espécies folhas estreitas e algumas folhas largas, como guanxuma, trapoeraba, poaia, caruru e nabo, entre outras. Como sintomas em plantas daninhas, observa-se que as plantas sensíveis não emergem ou emergem com folhas retorcidas e deformadas.

Apresenta solubilidade de 1.389 ppm, pka, kow e Koc não-disponíveis, bem como baixa lixiviação, com mobilidade no solo muito limitada.

Dimethenamid, atualmente, é usado em pouca área de milho em comparação com os demais produtos existentes. Vem apresentando problemas de toxidade para cultura de milho em algumas regiões. Por ser um herbicida relativamente novo no mercado, quando comparado com outras moléculas, merece atenção quanto ao seu uso na cultura de milho. Os híbridos existentes no mercado apresentam diferentes níveis de sensibilidade ao produto. Porém, parece haver também relação direta com as doses utilizadas e textura do solo. Sugere-se que antes de aplicá-lo, o produtor se informe com relação às possíveis restrições de uso do produto, aumentando assim os níveis de segurança, eficiência e eficácia de controle proporcionado pelo mesmo.

Isoxaflutole (Nome comercial: Provence 750 WG)

Herbicida que pertence ao grupo químico benzoilisoxazole, com maior efeito sobre espécies gramíneas. O mecanismo de ação envolve a inibição da síntese de pigmentos, através da inibição da enzima 4-HP dioxigenase, responsável pela síntese da quinona, que é um co-fator na síntese de carotenóides e no transporte de elétrons. É herbicida indicado em pré-emergência de plantas daninhas e da cultura de milho, sendo absorvido pelo hipocótilo e coleóptilo das plantas e translocado via apoplasto (via xilema).

Os sintomas nas ervas daninhas evidenciam plantas que emergem com clorose, que progride para necrose. Controla com eficiência espécies gramíneas anuais e perenes oriundas de sementes e algumas folhas largas, como caruru, beldroega, guanxuma e desmódio entre outras. Para aumentar o espectro de controle de folhas largas, pode-se misturar com atrazine.

É indicado na dose de 0,06 kg i.a. ha-1 (80 g ha-1 do produto comercial = Provence 750 WG), em solos com textura média a pesada. Não deve ser usado em solo arenoso, pois poderá causar elevada toxicidade a milho. É importante que o produtor, antes de usá-lo, solicite orientação técnica da empresa ou assistência autorizada, para obter informações relacionadas à aplicação segura desse produto, principalmente quanto à existência de alguma possibilidade de ajuste de dosagem versus textura de solo. Poderá provocar sintomas de branqueamento temporário na cultura de milho, principalmente quando usado em solos leves, com baixo nível de matéria orgânica em épocas chuvosas.

Apresenta solubilidade de 6 ppm e pka, kow e Koc não-disponíveis. É adsorvido pelos colóides do solo e apresenta baixa mobilidade na maioria deles, porém, naqueles arenosos e com baixo nível de matéria orgânica, possui mobilidade moderada. Sua meia-vida é de 20-38 dias, dependendo do tipo de solo e de clima. Apresenta considerável estabilidade, podendo aguardar em períodos secos, dependendo da dose, mais de 60 dias até o início das chuvas (Rodrigues & Almeida, 1998).

Mesotrione (Nome comercial: Callisto)

Mesotrione foi descoberto durante estudo para identificação dos compostos alelopáticos produzidos pela planta escova-de-garrafa (Callistemon citrinus). Do composto natural (leptospermone) foram produzidos análogos, dos quais resultou a molécula da mesotriona, com atividade 100 vezes maior. Mesotrione pertence ao grupo químico das tricetonas e atua sobre as plantas daninhas inibindo a biossíntese de carotenóides através da interferência na atividade da enzima HPPD (4-hidroxifenil-piruvato-dioxigenase) nos cloroplastos. Os sintomas envolvem branqueamento de plantas daninhas sensíveis com posterior necrose e morte dos tecidos vegetais em cerca de uma a duas semanas. Milho é tolerante à mesotriona devido à sua capacidade de metabolizar rapidamente o herbicida, produzindo metabólitos sem atividade herbicida, o que não ocorre nas plantas daninhas sensíveis. Mesotriona é absorvido tanto pelas raízes quanto pelas folhas e ramos, sendo uma molécula consideravelmente móvel na planta - translocação apossimplástica. Callisto é herbicida seletivo, de ação sistêmica, indicado para controle pós-emergente de plantas daninhas, na cultura de milho. É indicado nos cultivos de variedades e híbridos comerciais, no preparo convencional do solo e no sistema plantio direto. Contendo o ingrediente ativo mesotriona na sua formulação, caracteriza-se pelo seu amplo espectro de controle de plantas daninhas anuais de folhas largas e do capim-colchão ou milhã, que ocorrem na cultura de milho (Syngenta, 2006).

O momento da aplicação ocorre após a emergência de plantas daninhas na lavoura, quando se indica realizar o levantamento florístico para identificar as principais espécies que ocorrem na área a ser tratada, bem como seus respectivos estádios de desenvolvimento. Com base neste levantamento, o usuário poderá definir a melhor dose do produto a ser aplicada, assim como o momento da aplicação, de modo a assegurar o pleno controle do mais amplo espectro de plantas daninhas presentes na lavoura. Callisto é aplicado normalmente duas a três semanas após a germinação de milho, em pós-emergência das plantas daninhas, para garantir o pleno controle, antes que as plantas daninhas venham a estabelecer a competição maléfica ao desenvolvimento cultural com prejuízos na rentabilidade final. Desde que aplicado nas condições adequadas e com a observância dos parâmetros indicados, normalmente, uma aplicação do herbicida é suficiente para atender às necessidades da cultura. A dose indicada de Callisto é de 300 a 400 L (144 a 192 gramas de mesotriona). A dose mais elevada deverá ser usada quando as plantas daninhas estiverem no estádio mais avançado de desenvolvimento. Callisto deve ser aplicado sempre adicionado de óleo mineral, na concentração de 0.5 % v/v.

Para assegurar controle total de plantas daninhas com Callisto, deve-se observar atentamente as espécies indicadas e os respectivos estádios de desenvolvimento indicados na tabela "Instruções de Uso". As plantas daninhas mencionadas demonstram maior sensibilidade ao produto no estádio inicial de desenvolvimento, estando com duas a quatro folhas. O efeito do produto sobre plantas daninhas se manifesta de três a cinco dias após aplicação, com branqueamento do meristema apical e folhas mais jovens, que se tornam, posteriormente, necróticos. A adição de espalhantes ou adjuvantes à calda de pulverização é fundamental para o efeito pós-emergente do produto, imprimindo melhor controle de plantas daninhas. Recomenda-se óleo mineral na concentração de 0,5% v/v. Ocorrência de chuva: a incidência de chuva logo após aplicação interfere negativamente na eficiência de controle por acarretar a lavagem do produto. É necessário um período aproximado de duas a três horas sem chuvas após aplicação para que o herbicida seja absorvido pelas plantas daninhas (Syngenta, 2006).

Nas doses indicadas e nas condições indicadas para aplicação, Callisto se mostra seguro para os híbridos de milho no sistema de tratamento pós-emergente (da cultura e de plantas daninhas), através de pulverização em área total. Entretanto, pode ocorrer nessa cultura branqueamento inicial das folhas e pequena redução inicial de crescimento, mas a cultura retoma seu desenvolvimento normal em duas a três semanas e não há efeitos negativos à rentabilidade. As plantas de milho são mais sensíveis no estádio de duas a três folhas, e se tornam mais tolerantes após. * Antes de aplicar, consulte a "Lista de Híbridos e Variedades Indicados para tratamento com Callisto" que se encontra junto à embalagem ou com os distribuidores do produto. Consultar um engenheiro agrônomo (Syngenta, 2006).

Metolachlor (Nome comercial: Dual 960 CE)

É herbicida do grupo químico das amidas, com ação residual que controla, principalmente espécies gramíneas. O mecanismo de ação não é totalmente conhecido, mas sabe-se que afeta a síntese de lipídeos e proteínas. É indicado em pré-emergência de plantas daninhas, em razão de sua absorção foliar ser quase nula. A absorção deste produto ocorre quase que totalmente pelo coleóptilo das gramíneas e pelo epicótilo das dicotiledôneas; assim, é essencial que sua aplicação seja feita antes da completa emergência das plantas.

No sistema plantio direto, deve ser aplicado após a etapa de dessecação e antes da emergência de plantas daninhas. Em preparo convencional do solo, a aplicação deve ser feita imediatamente após a última gradagem e depois da semeadura da cultura de milho, com solo úmido, ou quando há previsão de chuva nos dias seguintes. Se o solo estiver com baixa umidade, não aplicar e esperar pela próxima chuva. Em caso de excesso de chuva após a aplicação, o produto poderá ter seu efeito residual reduzido. Nos casos de reinfestações precoces devido a irregularidades climáticas, recomenda-se incorporação superficial do metolachlor para reativá-lo. É comum associar metolachlor com herbicidas de folhas largas ou realizar aplicação seqüencial de um latifolicida em pós-emergência precoce.

O metabolismo deste produto ocorre através de clivagem e conjugação com glicose e glutationa (GSH). Como sintomas nas plantas daninhas, observa-se que as plantas sensíveis algumas vezes não conseguem emergir, e aquelas que emergem evidenciam folhas enroladas e malformadas, com sistema radicular reduzido.

É indicado para uso em solos com nível de matéria orgânica superior a 2%, nas doses de 2,4 kg i.a. ha-1 para solos leves e 2,88 kg i.a. ha-1, para solos médios a pesados (argila). Metolachlor controla com eficiência espécies gramíneas e algumas folhas largas, como caruru, trapoeraba, carrapicho-rasteiro, picão-branco, poaia e beldroega entre outras. Possui controle regular de papuã em elevadas infestações. Para aumentar o espectro de ação, é comum misturá-lo com latifolicidas, como atrazine e cyanazine, mas indica-se procurar orientação técnica antes de proceder essas associações, a fim de que se possa analisar os possíveis riscos de toxidade.

Apresenta solubilidade em água de 488 ppm, pka = zero, kow = 794 e koc médio de 200 mL/g de solo. É fortemente adsorvido pelos colóides da argila e da matéria orgânica; por esta razão sua lixiviação é fraca, exceto em solos arenosos. Devido à sensibilidade do metolachlor à fotodegradação e à volatilização, sua eficácia ficará comprometida se aplicado em solo seco e não ocorrer chuva de intensidade superior a 10 mm, no espaço de cinco dias. Em milho, é largamente utilizado em mistura com atrazine. Pode-se cultivar feijão em consórcio com milho tratado com este herbicida. Não deve ser misturado com substâncias que contenham nitrato, amônio ou sódio.

Nicosulfuron (Nome comercial: Sanson 40 SC)

É herbicida pertencente ao grupo químico das sulfoniluréias, e apresenta ação sobre gramíneas e sobre algumas espécies folhas largas. O mecanismo de ação é inibição da enzima acetolactato sintase (ALS) na rota de síntese dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina.

Esse produto está registrado para a cultura de milho, sendo utilizado em pós-emergência em área total, quando as plantas de milho estiverem com duas a seis folhas definitivas (aproximadamente entre 10 a 25 cm de altura) e as plantas daninhas com duas a seis folhas ou até dois perfilhos. Não é seletivo para sorgo, milheto e milho-pipoca e para os seguintes híbridos/cultivares: AG-2003, AG-612, Agromen-2010, Agromen 3000, C-211, C333, CO-11, FT-9043, P-3230, Zeneca-8551, 8392, 8452, GO-503, Avant, Star, XL-370 e BR-3123.

Indica-se aos produtores e à assistência técnica, que se informem sobre os híbridos que apresentam restrições ao uso de nicosulfuron (Sanson). Anualmente, novos híbridos são lançados no mercado e é importante que produtores e técnicos se informem quanto à atualização da listagem de híbridos de milho acima. A empresa fabricante de nicosulfuron (Sanson), bem como as empresas produtoras de sementes de milho conduzem todos os anos uma série de ensaios, para avaliar o grau de tolerância dos diferentes híbridos de milho existentes no mercado ao nicosulfuron (Sanson). Já é conhecido das empresas produtoras de sementes que, híbridos de milho lançados recentemente no mercado e que não estão incluídos na listagem acima divulgada, mostram sensibilidade ao nicosulfuron. Há casos em que a restrição é total, isto é, não é possível aplicar o produto em determinados híbridos mesmo em baixas doses, mas existem casos em que há possibilidade de uso do produto em doses menores.

A absorção é via foliar e a translocação é rápida até os meristemas. Não se deve usar adjuvante. A ocorrência de chuva uma hora após a aplicação não afeta a eficiência deste herbicida (Rodrigues & Almeida, 1998). O metabolismo do nicosulfuron pelas plantas de milho é rápido, resultando em substâncias inativas.

É indicado nas doses de 0,05 a 0,06 kg i.a. ha-1 ( 1,25 a 1,5 L do produto comercial – Sanson), controlando com eficiência espécies gramíneas e algumas folhas largas, como caruru, leiteiro, picão-preto, nabo e beldroega entre outras. Apresenta controle médio de milhã (Digitaria sp). Para controlar espécies entre quatro e seis folhas e capim-colchão, trapoeraba e leiteiro indica-se usar a maior dose. Para as demais espécies em estádios de duas a quatro folhas usar a menor dose.

A associação de nicosulfuron com atrazine tem sido muito utilizada pelos produtores com o objetivo de aumentar o espectro de controle de plantas daninhas. Normalmente, nessas associações se reduz a dose de nicosulfuron. A redução é feita conforme as plantas daninhas e o grau de infestação.

Deve-se aguardar um intervalo de sete dias após tratamento com inseticidas organofosforados, Bentazon (Basagran) e 2,4-D para aplicação de nicosulfuron. Com base em observações a campo e ensaios realizados por diversas empresas, sugere-se respeitar esse mesmo prazo de carência para fertilizantes nitrogenados, como por exemplo uréia. Aplicações de nicosulfuron em intervalo inferior a sete dias em relação aos produtos mencionados acima, podem provocar sérios problemas de toxicidade para a cultura de milho. Em caso de dúvidas quanto à associações e/ou intervalo de carência com relação a inseticidas, fungicidas, acaricidas, herbicidas, tratamento de sementes, fertilizantes via solo e foliar, sugere-se consultar o fabricante e/ou assistência técnica autorizada. Eles poderão informar a maneira mais segura para aplicação com baixos riscos de toxidade.

Pede-se especial atenção para os aspectos levantados no parágrafo acima, já que o estádio ideal para aplicação do nicosulfuron coincide na maioria das vezes com ataques de pragas e a realização da adubação de cobertura nitrogenada. O produtor desavisado quanto a esses fatos pode, por questões de redução de custos, realizar esses manejos simultaneamente e assim comprometer o desempenho da lavoura.

A aplicação deve ser feita com o solo úmido e com as plantas daninhas em pleno vigor vegetativo. Os sintomas, que se tornam evidentes uma a duas semanas após a aplicação, incluem paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução do sistema radicular, com as raízes secundárias apresentando-se, uniformemente curtas e engrossadas.

Apresenta solubilidade em água de 360 ppm a pH 5 e 12.200 a pH 6,85, pka = 4,3, kow = 0,44 a pH 5 e 0,018 a pH 7 e koc médio de 30 mL/g de solo a pH 6,5. Não há informações sobre sua adsorsão e lixiviação no solo. Quanto à persistência nos solos do Brasil, sabe-se que culturas como soja, girassol, algodão e feijão poderão ser semeadas 30 dias após aplicação de nicosulfuron; trigo, arroz e batata, 45 dias após aplicação; e tomate, 60 dias (Rodrigues & Almeida, 1998).

Simazine (Nomes comerciais: Herbazin 500 BR ou Sipazina 800 PM)

Pertence ao grupo químico das triazinas. O mecanismo de ação é a inibição da fotossíntese através do bloqueio de fluxo de elétrons no foto sistema II (FSII) entre Qa e Qb. Seu uso é indicado em pré-emergência da cultura de milho e de plantas daninhas, para controle de dicotiledôneas e algumas gramíneas. No preparo convencional do solo, deve ser aplicado logo após a semeadura, no máximo três dias após a última gradagem, com adequado nível de umidade no solo. Se aplicado em solo seco, e não chover em até sete dias, a eficácia do produto será reduzida. Sua absorção é basicamente pelo sistema radicular das plantas. Os sintomas incluem clorose internerval seguida de amarelecimento das bordas das folhas, progredindo para necrose generalizada, surgindo primeiro e de forma mais evidente nos tecidos mais velhos.

É indicado nas doses de 1,5 a 4 kg i.a. ha-1, dependendo da marca comercial. Controla com eficiência milhã, picão-preto, caruru, picão-branco, beldroega e carrapicho-rasteiro e medianamente corda-de-viola, nabo, maria-pretinha, guanxuma e poaia entre outras. Não controla saco-de-padre, fedegoso, leiteiro, joá-de-espinho, papuã, amoroso, capim-arroz e sorgo-de-alepo.

Apresenta solubilidade em água de 3,5 ppm, pka = 1,62, kow = 122 e koc médio de 130 mL/g de solo. Devido à sua baixa solubilidade, apresenta maior atividade e residual em solos arenosos. É adsorvido pelos colóides da argila e da matéria orgânica, tanto mais quanto maior seu nível no solo; o processo é reversível, dependendo da umidade, da temperatura e do pH do solo. É pouco lixiviável, não sendo comum ser encontrado nos solos cultivados, em profundidade superior a 10 cm. Sua degradação no solo é essencialmente microbiana, mas também ocorre a química, principalmente hidrólise, com formação de hidroxisimasine e dealquilação do grupo amino. Apresenta persistência média no solo, nas doses indicadas de cinco a sete meses, nas condições tropicais e subtropicais, podendo ser maior que 12 meses, se usado em doses elevadas. Em razão da baixa solubilidade em água e da pequena movimentação no perfil do solo, usa-se a mistura com atrazine para minimizar efeitos do clima, principalmente relacionados a oscilações pluviométricas, sobre a eficiência do tratamento no controle de plantas daninhas e também para aumentar o espectro de controle.


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