Dezembro, 2010
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Passo Fundo, RS


Resultados por Unidade da Federação - Safra 2007

RIO GRANDE DO SUL

Mapa e avaliação da safra 2007 no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul está dividido em nove zonas tritícolas: I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX (REUNIÃO, 1999). Na Fig. 7 estão representadas as zonas tritícolas com indicação de um município de cada uma dessas zonas, para facilitar a localização. No Anexo 6, são listados os municípios pertencentes às zonas tritícolas do Rio Grande do Sul. O conjunto de dados deste estudo, para a safra 2007, resultou de amostras de nove zonas tritícolas: I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX.

O período inicial do ciclo foi marcado por poucas chuvas e de frequência irregular, mas em condições razoáveis de umidade de solo para execução de semeadura. Em fins de junho e começo de julho, houve aumento da pluviosidade beneficiando o desenvolvimento da cultura, no entanto, no fim dos meses de julho e de agosto, observou-se inconstância climática, com alternância de dias quentes e chuvas irregulares, com deficiência hídrica por determinados períodos algumas localidades e isto evitou, em grande parte, a proliferação de doenças fúngicas.

O período de perfilhamento (desenvolvimento vegetativo) das lavouras, em setembro, foi marcado por frio mais intenso, o que fez com que as plantas emitissem espigas maiores de maneira mais intensa.

A ocorrência de ventos fortes e granizo em pontos isolados em algumas regiões, como na região Cruz Alta em fins de setembro e na região de Ijuí no fim de outubro, causou acamamento das plantas, mas não afetou severamente as lavouras. Em Erechim, registraram-se perdas de 10% a 20% no rendimento em algumas lavouras como consequência de temporais ocorridos no início de novembro.

O clima desfavorável verificado em setembro e outubro, com baixa luminosidade e o excesso de umidade provocado por sucessivas chuvas, reduziu o potencial produtivo das lavouras que se encontravam em fase de formação de espiga e maturação. O retardo da semeadura na tentativa de escapar de possíveis geadas de setembro e, principalmente, o clima excessivamente úmido verificado no fim de ciclo, atrasou a maturação das plantas e prejudicou a colheita. Mais que a quantidade produzida, o clima prejudicou a qualidade final do produto. Outro fato que interferiu no resultado final da colheita foi o aumento significativo de doenças fúngicas, que faz com que o produtor aumentasse o número de aplicações devido à perda de eficiência dos produtos pelo excesso de chuva (RECOMENDAÇÕES..., 2007).

Após dois anos de registro de redução de área plantada, o estado do Rio Grande do Sul teve expansão de 21.5% da área plantada em relação ao ano de 2006, passando 699,4 mil hectares para 850, mil hectares. Dos 346 municípios com registro de trigo no estado segundo os dados do IBGE (2008), somente em sete deles houve perda de área colhida correspondendo a 0,2% da área plantada, sendo que a perda mais expressiva ocorreu no município de Santo Antônio das Missões de 1.500 ha, 12,5% da área inicialmente plantada no município. Foram colhidos 848,4 mil ha, 39,7% a mais que o ano anterior quando problemas climáticos severos afetaram a produção de trigo no estado. Apesar das condições climáticas de estresse hídrico no início do ciclo e de excesso de umidade no fim do ciclo, o rendimento físico médio de 2.031kg/ha obtido no estado foi satisfatório e 49,8% superior ao observado no ano anterior e o segundo melhor resultado obtido pelo estado desde 1961. Em função do aumento de área e dos bons rendimentos observados, a quantidade produzida aumentou em 109,3% em relação a 2006, totalizando 1.723 mil toneladas em 2007 (Tabela 17). As regiões tritícolas III e IV responderam por 39,6% e 38,5%, respectivamente, da área colhida e por 39,7% e 38,2%, respectivamente, da quantidade produzida de trigo no estado. O maior rendimento médio por zona tritícola foi de 2.507 kg/ha, observado na zona tritícola VII. O maior rendimento médio municipal observado foi de 3.000 kg/ha nos municípios de Água Santa, Cotiporã, Montauri e Nova Prata. Já os menores rendimentos foram registrados nos municípios de Rondinha (735 kg/ha) e Gramado Xavier (750 kg/ha).

A Tabela 18 apresenta a relação dos dez municípios que tiveram maior área colhida, quantidade produzida e produtividade no estado do Rio Grande do Sul no ano de 2007. O município de Palmeira das Missões apresentou a maior área de trigo colhida (28,0 mil ha) e a maior quantidade produzida (56,0 mil toneladas), respondendo por 3,3% da produção do estado. Noventa e dois municípios (26,6% do total de municípios com registro de trigo no estado) somaram 75% do total produzido no estado sendo que 80% destes municípios pertencem as regiões tritícolas III e IV. Os municípios de São Luiz Gonzaga, Giruá, Espumoso e Palmeira das Missões mostraram os maiores valores absolutas de aumento de área colhida de trigo do estado em 2007, aumentos de 14.8000, 12.500, 12.000 e 8.000 hectares, respectivamente.

Em 2007, estima-se que foram produzidas no estado do Rio Grande do Sul, 209,7 mil toneladas de semente de trigo, 141,5% a mais que o ano anterior quando houve a produção de 86,8 mil toneladas. Do total de sementes atestadas, 53,5 % correspondeu a cultivares indicadas como da classe comercial Trigo Brando e 44,5 %, a cultivares da classe Trigo Pão (Tabela 19). Observa-se um aumento na disponibilidade de sementes da classe Trigo Pão, que em anos anteriores, era em torno de 35% do total produzido de sementes. As cultivares com maior registro de comercialização de sementes atestadas no RS foram (em ordem decrescente): Safira – Trigo Pão (20,3%), Ônix – Trigo Pão (11,7%), Fundacep Nova Era – Trigo Brando (10,2%), Pampeano – Trigo Brando (9,7%), Fundacep 52 - Trigo Brando (8,5%) e Abalone – Trigo Pão (4,8%). O Anexo 9 detalha a quantidade e o percentual de participação na disponibilidade de semente atestada produzida no RS, por cultivar.

 

Qualidade comercial de trigo no Rio Grande do Sul – safra 2007

No mapa do Estado do Rio Grande do Sul, são apresentados o valor médio e os limites inferior e superior do conjunto de dados obtidos para as zonas tritícolas, I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX. Para cada zona tritícola, são apresentados gráficos com frequências relativas de dados por intervalos de variação de parâmetro de qualidade tecnológica de trigo.


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