Embrapa Trigo

EFEITO DE NÍVEIS E DA DURAÇÃO DA INFESTAÇÃO DE RHOPALOSIPHUM PADI (L.) NA TAXA DE GERMINAÇÃO E NA OCORRÊNCIA DE SEMENTES COM GIBERELA

O aumento da incidência de Rhopalosiphum padi em trigo tem originado demanda por conhecimentos sobre o potencial de dano desta espécie à cultura. Além de causar danos pela sucção de seiva, este afídeo é um dos vetores mais eficientes de Barley yellow dwarf virus (BYDV) e Cereal yellow dwarf virus (CYDV), altamente prejudiciais ao trigo. Em experimento conduzido em telado na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, de junho a novembro de 2009, objetivou-se avaliar o efeito de diferentes combinações de níveis e duração da infestação de R. padi no estádio de afilhamento das plantas, na taxa de germinação e na ocorrência natural de sementes com giberela em trigo, cultivar BRS Guabiju. Em delineamento inteiramente casualizado, com dez repetições, foram avaliados nove tratamentos: testemunha (sem infestação), dois níveis fixos de infestação (10 e 40 pulgões/planta, durante 20 dias) e seis níveis de infestação variáveis, resultantes da combinação de 10 ou 40 pulgões/planta durante 6, 14 ou 20 dias, sem eliminação da prole. As unidades experimentais foram vasos com quatro plantas, nas quais se avaliou a taxa de germinação e o percentual de sementes com giberela. Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F) e as médias comparadas pelo teste Tukey, a 5 %. A infestação fixa de 10 e 40 pulgões/planta, durante 20 dias, não afetou significativamente a taxa de germinação. Com infestações iniciais de 10 ou 40 pulgões/planta, sem eliminação da prole, a combinação “40 pulgões durante 20 dias” provocou redução de 14,5 % na taxa de germinação; todas as demais combinações se igualaram a testemunha, evidenciando que o poder de germinação das sementes foi afetado somente em altas infestações de R. padi. Com infestações iniciais de 10 ou 40 pulgões/planta, com e sem eliminação da prole, a ocorrência natural de sementes com giberela foi crescente com o aumento do período de infestação; com exceção da combinação fixa “10 pulgões durante 20 dias”, todas as demais diferiram significativamente da testemunha, evidenciando que tanto a infestação inicial na fase de afilhamento das plantas como a duração da mesma é determinante no aumento da ocorrência de giberela, em trigo.

¹ Bolsista CNPq DTI – II. E-mail: masavaris@yahoo.com.br
² Bolsista CNPq DTI – III. E-mail: sil.lampert@yahoo.com.br
³ Doutor em Entomologia, professor da Universidade de Passo Fundo; e-mail: salvadori@upf.br
⁴ Doutor em Entomologia, pesquisador da Embrapa Trigo, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; e-mail: paulo@cnpt.embrapa.br


		Dezembro, 2010	124
		Passo Fundo, RS