Dezembro, 2010
123
Passo Fundo, RS
VI Mostra de Iniciação Científica da Embrapa Trigo
Resumos


AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE CEREAIS FORRAGEIROS QUANTO A PRECOCIDADE DE PRODUÇÃO DE FORRAGEM PARA O VAZIO FORRAGEIRO OUTONAL

Dall’Acqua, K.1; Angeli, C.K.1; Lehmen, R.I.1; Fontaneli, Ren. S.2; Fontaneli, Rob. S.3; Santos, H.P. dos4; Lampert, E.5; Scheer, C.5; Pacheco, I.5

O período de escassez de alimento para ruminantes, conhecido como vazio forrageiro outonal, é o principal gargalo tecnológico para redução de custo do alimento, especialmente para o gado leiteiro no sul do Brasil. A busca de soluções é uma prioridade para melhoria da eficiência de sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP). Cereais de inverno de duplo propósito podem contribuir para solucionar esse problema. Este projeto tem como objetivo selecionar genótipos de cereais forrageiros quanto ao potencial de rendimento de forragem precoce, bem como estimar seu valor nutritivo. O experimento foi conduzido na Embrapa Trigo, em Coxilha, RS, no ano de 2009, em Latossolo Vermelho distrófico húmico. Dezessete genótipos de cinco espécies de gramíneas de inverno foram testados, em três repetições, com delineamento em blocos casualizados. Estimou-se o rendimento de biomassa seca, através de cortes mecânicos, quando as planta atingisse cerca de 30cm de altura. Usou-se a colhedora de forragem Winterstiger, regulada para altura de resteva de 7cm. O teor de matéria seca (MS) foi estimado por secagem em estufa a 60°C até peso constante. A forragem seca foi triturada em moinho tipo Willey, com peneira de 1,0mm. A estimativa de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e digestibilidade de matéria seca (DMS) foram estimadas pelo método NIRS, no Laboratório de Nutrição Animal da UPF. Os dados das variáveis de resposta foram submetidos à análise de variância e, quando necessário, comparadas pelo teste de Tukey (P>0,05). Para os rendimentos de massa seca por corte, houve diferenças no primeiro e segundo cortes. No primeiro corte, BRS Marciana superou a aveia preta IPFA 99001. No segundo corte, os genótipos de centeio BRS Serrano e triticale PFT 307 não superaram os genótipos de trigo BRS Umbu e BRS Figueira e, os de aveia preta IPF99012, Ucrânia e Agro Zebu. No terceiro corte, não houve diferenças entre a aveia preta Ucrânia e a aveia preta Agro Zebu, IPFA 990012, IPFA 99001, trigos BRS Guatambu, BRS 277, BRS Tarumã e BRS Figueira, e centeio BRS Serrano. No quarto corte não houve diferenças entre os tratamentos. No total de três cortes, destaca-se que a aveia preta IPFA 99012 superou apenas os genótipos de aveia branca UPF 18, triticale Embrapa 53 e BRS 203 e, cevada BRS Marciana. Em relação ao valor nutritivo, houve diferenças significativas para teores de FDN, FDA e DMS da forragem produzida no primeiro e segundo cortes. Para FDN, os menores valores foram observados para os genótipos de aveia preta que apresentaram, além de menor teor de FDN, maior teor de DMS, o que indica acúmulo mais lento de fibra. Este índice foi mantido no segundo corte. O FDA foi maior para os genótipos de cevada e triticale. No entanto, com o decorrer dos cortes, os teores de FDN, FDA, PB e DMS não apresentaram diferenças. Sendo assim, todos os genótipos avaliados podem ser utilizados para alimentação de ruminantes em função de rendimento e valor nutritivo. Há variabilidade entre as espécies de cereais de inverno para distribuição de forragem e para precocidade forrageira, podendo ser indicadas cultivares precoces para minimizar a crise forrageira outonal.


1Estagiária da Embrapa Trigo. Email apresentadora: 76307@upf.br.
2Pesquisador da Embrapa Trigo, docente da UPF e orientador. renatof@cnpt.embrapa.br.
3Docente da Uergs/FUPF. roberto@upf.br.
4Pesquisador da Embrapa Trigo. hpsantos@cnpt.embrapa.br.
5Assistente de Pesquisa da Embrapa Trigo.

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