OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL DO ÁCARO Aceria tosichella E DOS VÍRUS ASSOCIADOS, Wheat streak mosaic virus E High plains virus

Carminatti, A.J.¹; Mar, T.B.²; Bianchin, V.³; Pereira, P.R.V. da S.⁴; Schons, J^.5; Navia, D.⁶; Lau, D.^4*

O ácaro Aceria tosichella Keifer (Acaria: Eriophyidae) é considerado uma praga importante em cultivos de trigo de todo o mundo (Europa, América do Norte, Austrália...). Os danos são causados, principalmente, pela transmissão de vírus, dentre eles, o Wheat streak mosaic virus (WSMV) e o High plains virus (HPV). Na Argentina, o WSMV foi detectado pela primeira vez em 2002, A. tosichella em 2004 e o HPV em 2007. No Brasil, A. tosichella foi detectado pela primeira vez em 2006 em quatro municípios da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Desde então, são realizadas coletas de poáceas nas principais regiões tritícolas do país com os objetivos de avaliar a ocorrência e distribuição do mesmo, além de detectar e identificar os vírus WSMV e HPV. Em 2009/2010, as coletas foram realizadas em 277 pontos (espaço-temporal) entre as latitudes S22 e S29 abrangendo os estados Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para detecção de A. tosichella o material coletado foi submetido a lavagem, peneiramento e destinado a triagem sob microscópio estereoscópico. Dos ácaros encontrados, foram confeccionadas lâminas, que foram encaminhadas ao Laboratório de Quarentena de Plantas, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília) para a identificação. Para a detecção e identificação de WSMV e HPV as amostras foram submetidas a análise sorológica (DAS-Elisa). As amostras com resultado sorológico positivo, com sintoma característico e/ou positivas para o ácaro vetor foram submetidas a extração de RNA total e RT-PCR (reverse transcription-polymerase chain reaction) utilizando dois pares de oligonucleotídeos específicos para detecção de WSMV. Ao longo dos últimos quatro anos, a distribuição geográfica e o número de hospedeiros com ocorrência de A. tosichella tem ampliado. Até 2010, 16 municípios do estado do Rio Grande do Sul tiveram ocorrência confirmada e o número de espécies hospedeiras de A. tosichella atingiu 15. As populações encontradas, no entanto, ainda são consideradas baixas. Em relação aos vírus, em 2009/2010 foram analisadas, por RT-PCR, 51 amostras com suspeita da presença de WSMV. Em nenhum caso foi confirmada a sua presença. Para HPV, por meio de DAS-Elisa não foi encontrado nenhum resultado positivo.