Dezembro, 2009 |
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Passo Fundo, RS
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Tabela 5. Estado atual, melhorias preconizadas e seu potencial para o aumento da eficiência do processo de produção agrícola de canola na Macroambiente 1 e no Macroambiente 2.
Estado atual | Melhorias preconizadas e seu potencial | |
Rendimento | 1.495 kg/ha a 1.499 kg/ha | 2.500kg/ha |
Gestão | -
Insuficiente conhecimento e aperfeiçoamento nos aspectos
fundamentais para o sucesso no cultivo de canola. - Gestão do processo agrícola inadequado com semeadura e realização de operações tardiamente (não priorizadas). - O tamanho da área de cultivo é pouco significativa para o agricultor, desestimulando esforços para aprendizagem sobre a cultura. - Insuficiente colaboração entre agricultores para obter os meios necessários ao eficiente manejo da cultura. |
-
Buscar informações com técnicos e
agricultores bem sucedidos sobre o potencial de rendimento e de
geração de renda e dos benefícios da canola
para os cultivos subsequentes. - Participação em oportunidades de treinamento e capacitação dos administradores e os executores das operações para que as atividades sejam realizadas adequada e eficientemente. - A área de cultivo preferencialmente deve ocupar 1/3 da área da propriedade em que se produz grãos no verão (rotação de culturas). - União de agricultores, especialmente os que cultivam poucos hectares, visando a redução de custos e acesso a suporte técnico especializado, aquisição de insumos, kit para semeadura de canola, equipamentos para corte-enleiramento, regulagem de máquinas, etc. |
Escolha da área | -
Escolha de áreas com baixa fertilidade de solo. - Escolha de áreas infestadas com plantas daninhas de folhas largas, especialmente nabiça e nabo forrageiro. - Semeadura em áreas com resíduos de herbicidas usadas em culturas precedentes que causam fitotoxidade para a canola. - Semeadura em área com infestação de insetos de solo, que no caso de corós, deveria ser de no máximo 6 larvas/m2. |
-
Escolher áreas onde se tem obtido rendimentos de soja
superiores a 2.500 kg/ha. - Realizar a análise do solo onde se pretende semear canola. Caso se observe menos de 10 mg/dm3 de S no solo, aplicar 300 kg de gesso agrícola ou fórmula que permita aplicar 20 a 30 kg de S/ha. - Preferencialmente semear canola na resteva de soja transgênica (resistente a glifosato). - Preferencialmente evitar a semeadura de canola em área com infestação de pragas de solo, ou realizar o controle químico. |
Aquisição de fertilizantes | - Emprego de fórmulas com conteúdo de N que tornam necessário usar até 300 kg de fertilizante/ha para que se aplique os 30 kg de N/ha necessários na adubação de base | - Escolher fórmulas para serem empregadas na semeadura que favoreçam a aplicação de 30 kg de N/ha com o menor custo/ha. Se necessário empregar sulfato de amônio misturado com formula de N-P-K. |
Aquisição de sementes | -
Uso de grãos comercial que pode introduzir doenças
como o mofo-branco (Sclerotinia)
e a Alternaria spp. Além de apresentarem maturação
desuniforme e maiores perdas na colheita do que os híbridos. - Emprego de cultivares inadequadas. |
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Empregar sementes híbridas, as quais apresentam potencial
de rendimento até 32% superior em relação as
cultivares de polinização aberta. - Escolher híbridos testados e recomendados pela pesquisa, com resistência à canela preta. |
Espaçamento | - 45 a 51 cm entre as linhas de semeadura | - Com 17 cm entrelinhas, o rendimento de grãos tem sido superior em todas as pesquisas e observações de lavoura. O rendimento decresce linearmente até 56 kg/ha para cada cm a mais no espaçamento entrelinhas. |
Estande | - Desuniformidade na distribuição de plantas ou baixa densidade de plantas/ha | - Semear de forma a obter 40 plantas/m2 na emergência e no mínimo 20 plantas/m2 na maturação. |
Profundidade de semeadura | - Desuniformidade na deposição de sementes, sem compactadores adequados ou regulados. | - Ajustar a semeadora, especialmente através de rodas limitadoras de profundidade, de maneira que a profundidade de semeadura seja de 2 cm e o mais uniforme possível. Ajuste das rodas compactadoras para que a emergência seja uniforme. |
Seleção e ajustes de semeadoras | - As semeadoras de soja, que permitem o espaçamento mínimo de 40 cm entrelinhas são as mais empregadas. Geralmente se emprega o sistema de abertura de sulco do tipo duplo-disco. | - O uso de sulcador (facão) na linha de semeadura, rompe camadas compactadas e viabiliza a deposição de fertilizantes a profundidades de 10 cm ou mais, elementos que favorecem o aprofundamento das raízes e diminuem o impacto de estiagens. |
Época de semeadura | - 15 de abril a 30 de junho | - A semeadura no início do período recomendado reduz o risco de perdas por geadas durante o estabelecimento. Emprego das indicações do zoneamento de risco para cada município. |
Controle de insetos-praga iniciais | - Controle inadequado de formigas, corós e insetos que migram das lavouras vizinhas | - Tratamento de
sementes com inseticidas com efeito residual que protege as
plântulas por até 25 dias após a semeadura. - Aplicação de inseticida no início da emergência da canola ao ocorrerem insetos-praga em nível de dano econômico. |
Controle adequado de insetos-praga | - Ausência ou
atraso no controle. - Aplicação de defensivos em horas impróprias, matando insetos polinizadores e comprometendo o rendimento de grãos da canola em até 15% - Emprego de defensivos pouco seletivos ou pouco eficientes para a praga existente na lavoura e eliminando inimigos naturais dos insetos-praga. |
- Monitorar a
presença e nível populacional de insetos pragas e
realizar o controle adequadamente. - Aplicar inseticidas antes e após as horas mais quentes do dia, quando as abelhas e outros polinizadores não estão atuando na canola. - Consultar especialistas sobre as alternativas mais adequadas para evitar a re-infestação e reduzir o impacto ambiental e perdas por amassamento da lavoura. |
Dessecação da canola para colheita | - Perdas de rendimento por amassamento de plantas, incompleto enchimento de grãos por dessecação prematura, aumento de perdas por desgrane e risco de resíduos de metabólitos de dessecantes nos grãos. | - Evitar a dessecação e se possível realizar o corte-enleirado |
Corte-enleiramento | - Colheita direta | - O emprego do corte-enleiramento reduz o risco de perdas por desgrane natural decorrente de vendavais e chuvas torrenciais. |
Colheita | - Colheita realizada muito cedo ou muito tarde | - A determinação do ponto adequado para a realização da colheita evita que se perca rendimento de grãos em função das plantas não terem completado o enchimento de grãos ou o desgrane decorrente de intempéries pelo atraso na colheita. |
Efeito alelopático | - Semeadura de soja ou milho em data inferior a 20 dias após a colheita da canola | - Risco de redução de rendimento nos cultivos subsequentes. |
Aplicação de fungicidas a partir da floração | -Poucos resultados de
pesquisa. -Perdas superiores a 30% pela ocorrência de doenças que ocasionam causam desgrane antes da colheita (como Alternaria spp) ou reduzem o potencial de rendimento de grãos. |
- Possibilidade de aumento do rendimento de grãos colhidos de zero a mais de 30% pelo controle de doenças fúngicas. |
Documentos Online Nº 118 Publicações Online
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