Dezembro, 2009 |
116 |
||
Passo Fundo, RS
|
II MOSTRA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA EMBRAPA TRIGO
Resumo
CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA E FLUTUAÇÃO SAZONAL DA POPULAÇÃO DE ISOLADOS VIRAIS ASSOCIADOS AO NANISMO AMARELO DOS CEREAIS NA REGIÃO SUL DO BRASIL
Parizoto, G.1;Lau, D.2*; Schons, J.3
O nanismo amarelo dos cereais é causado por espécies de Barley/Cereal yellow dwarf virus (B/CYDV)(Luteoviridae). Transmitida por várias espécies de afídeos, essa virose acomete cereais de inverno em todo o mundo. Nas condições sul-brasileiras, levantamentos realizados entre 1999 e 2008 apontaram BYDV-PAV como a espécie viral predominante. A fim de determinar as características biológicas que afetam a prevalência de espécies virais na população sul-brasileira e descrever a flutuação sazonal de espécies virais foram realizados dois ensaios. No primeiro, em condições controladas, avaliou-se a capacidade de nove isolados de BYDV-PAV da população de 2007/2008 de infectar dois hospedeiros (Triticum aestivum e Avena strigosa) e a eficiência de transmissão por afídeos vetores (Rhopalosiphum padi, Sitobion avenae, Schizaphis graminum, Metopolophiun dirhodum e Sipha maydis). Foram inoculadas 20 plantas para cada combinação isolado/hospedeiro/vetor (três afídeos/planta e período para aquisição de 48h e período para transmissão de 72h). O diagnóstico de transmissão e infecção positivos foi realizado por avaliação de sintomas aos 15, 30 e 45 dias após a transmissão e DAS-ELISA aos 30 dias. No segundo ensaio, o monitoramento da flutuação temporal da população viral foi realizado por coletas semanais de afídeos vetores e de plantas com sintomas em parcelas de T. aestivum e de A. strigosa localizadas em Coxilha-RS. Os afídeos coletados ao acaso foram transferidos individualmente para plantas de aveia ou trigo (período para a transmissão de 10 dias). Após 30 dias, as plantas foram avaliadas quanto a presença de sintomas e identificação viral, por DAS-ELISA. Para as plantas coletadas a identificação viral foi realizada por DAS-ELISA, 15 dias após a coleta. Para todos os isolados, R. padi apresentou maior eficiência de transmissão (96%), seguido de S. avenae (71%) e M. dirhodum (51%), não havendo diferença entre os hospedeiros. Nenhum dos isolados foi transmitido por S. graminum e S. maydis. A espécie viral predominante no campo foi BYDV-PAV (94% das plantas coletadas). Do total de afídeos coletados, 4% (todos R. padi) foram capazes de transmitir vírus nos ensaios realizados (83% BYDV-PAV e 17% CYDV-RPV). A transmissão por mais de uma espécie vetora (característico de BYDV-PAV), a capacidade de infectar a aveia e o trigo, associada à distribuição de R. padi nestes dois hospedeiros, pode ser fator determinante para prevalência de BYDV-PAV no sul do Brasil.
1 Acadêmico do Programa de Pós-Graduação,
Universidade de Passo Fundo.
2 Pesquisador da Embrapa Trigo, *orientador.
3 Professor da Universidade de Passo Fundo.
Documentos Online Nº 116 Publicações Online
Copyright © 2009, Embrapa Trigo