Dezembro, 2009
115
Passo Fundo, RS

V Mostra de Iniciação Científica Embrapa Trigo

Resumos



Sessão de Fitotecnia, Fitossanidade e Solos

DIVERSIDADE GENÉTICA DO BARLEY E CEREAL YELLOW DWARF VIRUS NO BRASIL**

Mar, T. B1; Lau, D.2*;Nhani Junior, A.2; Schons, J. 3; Yamazaki-Lau, E.2; Pereira, J. F. 4

O nanismo amarelo, uma das principais doenças virais no mundo, pode acometer o trigo e outros cereais. É causada por vírus transmitidos por afídeos de maneira circulativa e limitados ao floema das plantas. A taxonomia dos vírus foi estabelecida através das relações vírus-vetor e atualmente baseia-se em sequências genômicas, com as espécies posicionadas em dois gêneros: Luteovirus (Barley yellow dwarf virus - BYDV) e Polerovirus (Cereal yellow dwarf virus - CYDV) pertencentes a família Luteoviridae. Levantamentos baseados em ELISA apontaram o BYDV-PAV como espécie predominante nas regiões brasileiras produtoras de cereais de inverno. O objetivo desse estudo foi avaliar a diversidade genética de isolados de B/CYDV brasileiros e estudar a sua relação com outros isolados da família Luteoviridae usando dados de sequenciamento do gene da capa protéica (cp). Em 2007 (14) e 2008 (28), 42 isolados da região sul do Brasil (RS - 33, SC - 2 e PR - 7) foram coletados de Avena sp. (26), Triticum aestivum (10), Hordeum vulgare (4), Lolium multiflorum (1) e Zea mays (1). Os isolados virais foram propagados em aveia (Avena sativa) ou trigo (T. aestivum cv. Embrapa 16) usando afídeos (Rhopalosiphum padi ou Sitobion avenae). Após a extração do RNA total das plantas de origem, o cDNA viral foi sintetizado com primers específicos e os produtos da PCR amplificados foram inseridos no vetor pGEM T-easy. Os clones foram sequenciados usando o Kit Big Die Terminator v3.1 Cicle Sequencing da Applied Biosystems e a eletroforese dos produtos da PCR foi realizada no sistema capilar modelo ABI3100. A identidade das seqüências foi verificada através da análise do BLAST com o banco de dados de nucleotídeos do GenBank. As seqüências de nucleotídeos foram alinhadas, analisadas e comparadas com outros isolados virais da família Luteoviridae usando ClustalW. Dos 42 isolados, 3 oriundos de aveias coletadas em 2007 foram identificados como CYDV–RMV (93% a 94% de identidade com o isolado “Illinois"-Z14123). Os outros 39 isolados foram identificados como BYDV–PAV, sendo que as seqüências de nucleotídeos do gene da capa protéica apresentaram identidade acima de 90% com outros isolados de BYDV-PAV. Os isolados brasileiros estabeleceram um conjunto homogêneo (identidade entre 99-100%, independente da localidade, ano e hospedeiro) formando um nó dentro do subgrupo A2 BYDV-PAV. A prevalência do BYDV-PAV na população brasileira, como anteriormente apontado por ELISA, e a baixa variabilidade indicam a prevalência do subgrupo A2 dos BYDV-PAV no Brasil.


** Trabalho previamente submetido ao XX Encontro Nacional de Virologia.
1 Acadêmico do curso de Ciências Biológicas, Universidade de Passo Fundo. Bolsista PIBIC/CNPq.
2 Pesquisador da Embrapa Trigo, *orientador.
3 Professor da Universidade de Passo Fundo.
4 Analista da Embrapa Trigo.

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