Dezembro, 2009
112
Passo Fundo, RS
Resultados por Unidade da Federação - Safra 2006

RIO GRANDE DO SUL

Mapa e avaliação da safra 2006 no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul está dividido em nove zonas tritícolas: I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX (REUNIÃO, 1999). Na Fig. 8 estão representadas as zonas tríticolas com indicação de um município de cada uma dessas zonas, para facilitar a localização. No Anexo 8, são listados os municípios pertencentes às zonas tritícolas do Rio Grande do Sul. O conjunto de dados deste estudo, para a safra 2006, resultou de amostras de nove zonas tritícolas: I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX.

Em 2006, a área de plantio de trigo no estado sofre redução de 17,2% em relação ao ano anterior, passando de 844,4 mil hectares para 699,4 mil hectares. No entanto, as condições climáticas adversas resultaram na perda de 13,2% da área plantada e em prejuízos para a produtividade e a qualidade do grão. A produção de trigo, em função da redução de área plantada e da queda de produtividade, teve redução de 40,8%, totalizando uma quantidade produzida de 823,1 mil toneladas em 2006 (Tabela 20).

Temperaturas atipicamente altas em junho e julho aceleraram o ciclo de desenvolvimento da cultura. Oscilação de temperatura e variação da umidade durante o dia observados na metade do mês de agosto propiciaram condições favoráveis para a proliferação de doenças em algumas lavouras.

A ocorrência de geadas em agosto (20 a 22 de agosto) e, principalmente, em setembro (04 a 06 de setembro), período em que a cultura encontrava-se em fases críticas de floração, fase de “emborrachamento” e início de granação, afetaram diversas regiões do estado, em especial as regiões de Ijuí (Noroeste Colonial e Alto Jacuí), de Santa Rosa (Missões e Fronteira Noroeste), de Santa Maria e de Passo Fundo.

As altas temperaturas aliadas às chuvas ocorridas logo após as fortes geadas propiciaram a incidência de doenças fúngicas (ferrugem), além de pragas, como o pulgão.As informações foram elaboradas a partir dos Informes Conjunturais da EMATER/RS – ASCAR, emitidos semanalmente e disponibilizados no site da instituição (EMATER, 2006).

Dos 340 municípios com registro de cultivo do cereal, 63 deles (18,5%) tiveram perda de área plantada sendo que em 25,4%, as perdas foram superiores a 50% da área plantada. Os municípios de maior perda de área em termos absolutos foram Giruá (16,5 mil ha), São Luiz Gonzaga (7,8 mil ha), Espumoso (6,0 mil ha), Condor (5,5 mil ha), São Miguel das Missões e Ibirubá (ambos 4,0 mil ha).

O final do ciclo foi marcado por tempo mais seco, o que beneficiou o processo de maturação das lavouras de trigo que escaparam das geadas de setembro, além de permitir uma colheita e retirada mais rápida do produto.

Os melhores resultados nesta safra foram obtidos pelos produtores dos municípios do quadrante nordeste do estado, onde tradicionalmente planta-se mais tarde e onde a ocorrência das geadas atingiu a maioria das lavouras quando estas se encontravam ainda na fase de perfilhamento.

As regiões triticolas III e IV responderam por 38,3% e 37,2%, respectivamente, da área colhida e por 43,0% e 20,0%, respectivamente, da quantidade produzida de trigo no estado.

A produtividade média estadual de 1.355 kg/ha ficou abaixo do inicialmente previsto pela Emater/RS (1.722 kg/ha). A maior produtividade média por zona tritícola foi de 2.944 kg/ha, observada na zona tritícola II, e o menor foi de 728 kg/ha, observado na zona tritícola IV, uma das principais regiões produtoras.

O município de Muitos Capões apresentou a maior área de trigo colhida (20,0 mil ha) e a maior quantidade produzida (54,0 mil toneladas). As maiores produtividades médios municipais observados foram os dos municípios de Guabiju (3.600 kg/ha), Lagoa Vermelha e Capão Bonito do Sul (3.200 kg/ha). A menor produtividade média do estado foi 210 kg/ha registrado no município de Tucunduva. A Tabela 21 apresenta a relação dos dez municípios que apresentaram maior área colhida, quantidade produzida e produtividade no estado do Rio Grande do Sul no ano de 2006.

Em 2006, foram produzidas no estado do Rio Grande do Sul, 86,8 mil toneladas de semente atestada de trigo. Do total de sementes atestadas, 61,6 % correspondeu a cultivares indicadas como da classe comercial Trigo Brando e 36,9 %, a cultivares da classe Trigo Pão (Tabela 22). As cultivares com maior registro de comercialização de semente atestada no RS foram (em ordem decrescente): Ônix – Trigo Pão (14,0%), Safira – Trigo Pão (11,9%), Pampeano – Trigo Brando (10,8%), Fundacep Nova Era – Trigo Brando (10,7%), BRS 194 - Trigo Brando (7,2%) e Fundacep 30 – Trigo Brando (5,2%). O Anexo 9 detalha a quantidade e o percentual de participação na disponibilidade de semente atestada produzida no RS, por cultivar.

Qualidade comercial de trigo no Rio Grande do Sul – safra 2006

No mapa do Estado do Rio Grande do Sul, são apresentados o valor médio e os limites inferior e superior do conjunto de dados obtidos para as zonas tritícolas, I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX. Para cada zona tritícola, são apresentados gráficos com frequências relativas de dados por intervalos de variação de parâmetro de qualidade tecnológica de trigo.


 

Documentos Online Nº 112 Publicações OnlinePublicações Online