Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento

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ISSN 1517-4964
Dezembro, 2003
Passo Fundo, RS
 
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Comportamento de genótipos de canola em Maringá em 2003

Gilberto Omar Tomm1
Márcio Ricardo Pinto Mendes2
José Roberto Gomes3
Greg Buzza4
Bill Swann5
Barry Smallridge5


Introdução

A cultura de canola constitui alternativa de cultivo de safrinha, no inverno, na região norte do Paraná, juntamente com a produção de trigo e de milho. Em anos com invernos mais rigorosos, a maior tolerância a geadas da canola assegura estabilidade ante as perdas que ocorrem em culturas mais sensíveis, como a de milho.

A Advanta Canada/Pacific Seeds disponibilizou para avaliação híbridos não geneticamente modificados, gerados recentemente em seus programas de melhoramento genético no Canadá e na Austrália.

 

Objetivo

O objetivo do experimento foi avaliar o comportamento de novos híbridos, em comparação com o principal híbrido, em cultivo no Paraná, Hyola 401, e com híbridos em uso no Rio Grande do Sul, Hyola 420, Hyola 43 e Hyola 60, além da cultivar de polinização aberta Global, bem como a adaptação desses genótipos no norte do Paraná.

 

Método

A avaliação de quinze genótipos de canola for desenvolvida usando-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. A semeadura foi realizada na Unidade de Demonstração de Maringá, da COCAMAR, em 25/4/03, a emergência ocorreu em 30/4, e a maturação, de 22/8 a 13/9. Tendo em vista a estiagem na época de semeadura (Quadro 1), foi efetuada uma irrigação, logo após a semeadura, para viabilizar a emergência de plantas. As parcelas foram constituídas de seis fileiras de plantas, com espaçamento de 0,40 m entre as linhas e 4,75 m de comprimento, perfazendo área de 11,40 m2.

Como adubação de base, foram aplicados 310 kg/ha da fórmula 8-16-16 + (8% S + 4% Ca + 0,4% Zn). A adubação de cobertura de 266 kg de uréia/ha foi aplicada aos 23 dias após a emergência.

As operações de semeadura e de colheita foram realizadas manualmente. Para a determinação do rendimento de grãos, foram colhidos quatro metros centrais de três fileiras  de plantas, espaçadas  0,4 m, perfazendo 4,8 m2. O rendimento de grãos foi calculado com base em 9% de umidade.

 

Resultados

As condições de deficiência hídrica contribuíram para um elevado coeficiente de variação (Quadro 2), determinando a ausência de diferença estatisticamente significativa para rendimento de grãos de genótipos de canola. Em valores absolutos, o híbrido de canola em cultivo comercial no Paraná, Hyola 401, apresentou o maior rendimento de grãos (1.248 kg/ha), seguido de Y 3005 (1.122 kg/ha), Y 3003 (1.095 kg/ha), H 1480 (1.044 kg/ha) e Y 3002 (1.043 kg/ha). Com exceção de H1480, todos esses genótipos de canola com rendimento de grãos superior a 1.000 kg/ha apresentaram menor ciclo da emergência à maturação e não diferiram estatisticamente entre si em relação ao ciclo.

Em 2002, a COCAMAR avaliou em Maringá, PR, sete genótipos da Bayer Seeds (Aventis #1 a Aventis #7) e genótipos da ADVANTA/Pacific Seeds (Hyola 308, Hyola 43, Hyola 401 e Hyola 420)*. Em razão da baixa precipitação pluvial nos meses de abril a junho, o rendimento de grãos variou entre 159 e 809 kg/ha, tendo todos os genótipos Hyola, em valores absolutos, superado os demais. Da mesma forma, Hyola 401 apresentou o maior rendimento de grãos (809 kg/ha) entre todos os genótipos avaliados.

O número de dias da emergência ao início da floração e da emergência à maturação (ciclo da cultivar) de canola apresentou maior correlação com o rendimento de grãos do que a duração da floração. Geralmente, populações de plantas iniciais mínimas, como as observadas, de 18 plantas/m2, desde que uniformemente distribuídas, não limitam o rendimento de grãos de canola. As condições de deficiência hídrica contribuíram para a redução do número de plantas na colheita. Entretanto, é pouco provável que as densidades de plantas observadas tenham influenciado decisivamente o rendimento de grãos dos genótipos de canola.

A cultivar Global apresentou desenvolvimento, floração e maturação irregulares, em virtude de seu ciclo longo em baixas latitudes e de ser genótipo de polinização aberta.

Não houve incidência de canela-preta, causada pelo fungo Leptosphaeria maculans, o qual tem Phoma lingam (Tode) ex. Shaw. Desm. na forma conidial, em 2003 e anos anteriores, provavelmente pela ausência de condições ambientais adequadas ao desenvolvimento dessa doença na região.

 

Conclusões

Hyola 401 permanece sendo o genótipo de canola conhecido e disponível mais adequado às condições de cultivo no norte do Paraná, para a época em que foi semeado.

A correlação entre rendimento de grãos e número de dias da emergência ao início da floração e da emergência à maturação (ciclo da cultivar) indica que a seleção de materiais para cultivo no norte do Paraná deverá buscar genótipos de canola com precocidade semelhante à de Hyola 401.


1 Engenheiro Agrônomo, Ph.D., Pesquisador da Embrapa Trigo. Rodovia BR 285, km 174, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: tomm@cnpt.embrapa.br
2 Engenheiro Agrônomo, Unidade de Difusão de Tecnologia da COCAMAR - Cooperativa Agroindustrial, CEP 87240-000 Maringá, PR. Fone: (44) 266-8216. E-mail: u-mgademo@cocamar.com.br
3 Engenheiro Agrônomo, Gerente Técnico da COCAMAR - Cooperativa Agroindustrial, CEP 87065-240 Maringá, PR. Fone: (44) 221-3012. E-mail: simone.nobrega@cocamar.com.br
4 Engenheiro Agrônomo, Ph.D., Líder do programa de melhoramento de canola da Advanta Canada, Winnipeg, Canadá. E-mail: GregBuzza@advantacan.com
5 Pacific Seeds, E-mail: Bill.Swann@Pacseeds.com.au e pacseeds6@xtra.co.nz

* Comunicação pessoal do eng. agrôn. Márcio Ricardo Pinto Mendes, da COCAMAR, Maringá, PR, ao eng. agrôn. Gilberto Omar Tomm, pesquisador da Embrapa Trigo, em 9/12/2002.


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