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Novembro, 2004
Passo Fundo, RS

Resultados e Discussão

No presente estudo, a maior uniformidade de vazão de sementes é representada pelos menores coeficientes de variação obtidos.

Os resultados deste estudo representam o desempenho do dosador testado, para a faixa de 17 RPM a 33 RPM. Assim, para associar esses resultados às velocidades de deslocamento da semeadora, obrigatoriamente, deve-se considerar a regulagem da razão de distribuição de sementes (sementes por metro linear) de acordo com a Tabela 1.

Na análise conjunta dos dados, observou-se coeficiente de variação (CV) de apenas 0,89%, o que indica excelente uniformidade dos dados. Esse baixo CV faz com que valores numéricos muito próximos sejam considerados diferentes estatisticamente. Na Tabela 2, são apresentados as médias da vazão de sementes (gramas para 50 m de deslocamento) e os respectivos CVs, para cada tratamento testado dentro de cada velocidade testada, bem como as médias gerais para tratamento e para velocidades.

Pode–se observar, na Tabela 2, que, apesar das diferenças numéricas pequenas, o aumento na velocidade de rotação do dosador resultou em redução na vazão de sementes, para todos os tratamentos testados, porém os coeficientes de variação diminuíram, significando que a uniformidade de vazão melhorou.

Analisando as médias de vazão para cada velocidade, observa-se que os tratamentos cujas sementes receberam adição de produtos químicos apresentaram vazão superior à do tratamento testemunha (semente não tratada), em todas as velocidades testadas. Essa maior vazão está relacionada ao aumento do ângulo de repouso das sementes, causado pela adição de produtos a estas.

O aumento do ângulo de repouso diminui a fluidez dos produtos, e, no caso do tipo de mecanismo dosador testado, o aumento no ângulo de repouso traduz-se em maior dificuldade para o mecanismo raspador de sementes remover o excesso de sementes alojadas nos orifícios dosadores. Quando as sementes não são iguais em forma e tamanho, a menor fluidez de sementes resulta em aumento do número de sementes duplas dosadas. Na média geral, as vazões das sementes tratadas com os produtos BASFOLIAR COMOL não diferiram entre si.

Na Tabela 3, são apresentados os valores numéricos, para deslocamento de 50 metros, de vazão média, vazão mínima, vazão máxima, amplitude, vazões percentuais relativas ao tratamento testemunha (na vertical) e vazões percentuais relativas à menor velocidade de rotação do mecanismo dosador (na horizontal), para os quatro tratamentos e velocidades testados.

Nas tabelas 3 e 4, pode-se visualizar, ainda, em termos percentuais, a redução de vazão, para todos os tratamentos, com o aumento da velocidade de rotação do mecanismo dosador.

Na análise de distribuição de freqüência, estabeleceu-se uma faixa com amplitude de 20% da média geral, para todos os tratamentos e velocidades testados, usando-se como centro de classe a respectiva média.

Nesse tipo de análise, observou-se que 100% dos dados de cada tratamento, em cada velocidade, enquadraram-se nessa classe, o que confirma a baixa variabilidade dos dados experimentais, ou seja, os baixos coeficientes de variação e as baixas amplitudes registradas.

Quando se efetuou a distribuição de freqüência para todos os dados do experimento (576 coletas), estes também se enquadraram em uma única classe, confirmando o baixo coeficiente de variação geral.

Convém ressaltar que a amplitude definida, para as faixas de distribuição de freqüência usadas neste estudo, é menor que a aceitável nas recomendações técnicas oficiais para a cultura de soja, que estabelece uma variação de até 25 %, para mais ou para menos, na densidade de semeadura, sem prejuízo para a produtividade da cultura.

Tecendo-se um paralelo entre as distribuições de freqüências obtidas e as indicações técnicas para a cultura de soja, pode-se afirmar que nenhum dos tratamentos empregados neste estudo afetou a vazão de sementes.

Na Tabela 5, são apresentados os dados médios do nível de dano mecânico visual nas sementes, registrado após passagem destas pelo mecanismo dosador. Observa-se que o nível de dano registrado foi baixo, não atingindo 1% na média geral. O maior nível de dano registrado foi para o tratamento de sementes com BASFOLIAR COMOL HC CERRADO na velocidade V1=17 RPM, 1,7%; no entanto, não é diferente estatisticamente do tratamento TESTEMUNHA. A única diferença estatística registrada foi para as médias, em que o nível de dano registrado para a testemunha foi menor que para os tratamentos com adição do BASFOLIAR. Ressalta-se, porém, que em termos práticos a diferença não é expressiva, pois passa de 0,4%, na testemunha, para, no máximo, 1,2%, no BASFOLIAR COMOL HC CERRADO.

Analisando o efeito da altura do nível de sementes no reservatório, não se observou influência deste sobre a vazão de sementes. Para todos os tratamentos e velocidades testados, a vazão de sementes foi uniforme, desde o início (reservatório cheio) até o nível 2/12 de altura de sementes no reservatório.

Durante a execução dos testes, não foi verificado nenhum problema de aderência de produtos a órgãos ativos do dosador de sementes, nem deposição destes no fundo do reservatório.


Circular Técnica Online Nº 16

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