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Novembro, 2004
Passo Fundo, RS

Introdução

A soja é atualmente a cultura produtora de grãos que apresenta a maior área anual cultivada no Brasil, em torno de 20 milhões de hectares.

Além da criação de novas cultivares, é crescente a preocupação de técnicos e pesquisadores com as práticas de manejo, de fertilização e de proteção de plantas.

Nesse contexto, observa-se tendência de redução na população de plantas e de incremento no uso de protetores de planta e de micronutrientes via semente, associados à usual prática de inoculação com rizóbio.

Reunião (2000) e Embrapa Soja (2000) recomendam, para a cultura de soja, população de 40 plantas m-2, podendo esse número variar em até 25%, para mais ou para menos. Para novas cultivares de soja desenvolvidas pela Embrapa Trigo, Bonato & Bertagnolli (2000) recomendam população de 30 plantas m-2.

Reunião (2000) cita que, em alguns casos, a aplicação de Molibdênio (Mo) pode proporcionar incremento no rendimento de grãos da cultura de soja na Região Sul do Brasil. Segundo Embrapa Soja (2000), a deficiência de micronutrientes, principalmente nos solos do Cerrado, afeta drasticamente as espécies cultivadas. Nessa região, respostas significativas no rendimento de grãos de soja têm sido verificadas com a aplicação de micronutrientes, especialmente Molibdênio (Mo) e Cobalto (Co).

A tendência de redução na população de plantas de soja, associada ao uso combinado de vários produtos no tratamento de sementes, pode interferir negativamente no processo de semeadura. A indiscriminada adição de produtos às sementes pode acarretar alterações consideráveis na vazão de sementes dos mecanismos dosadores de semeadoras, decorrentes de mudança no ângulo de repouso de sementes ou de aderência de produtos a órgãos ativos dos dosadores.

Segundo a Enciclopédia Agrícola Brasileira, citada por Milan & Gadanha Júnior (1996), materiais com ângulos de repouso menores que 40 graus apresentam características de escoamento que facilitam a aplicação pelas máquinas agrícolas.

O tratamento de sementes em soja é relativamente recente. Estudos relacionados ao comportamento da vazão de sementes, previamente tratadas, em mecanismos dosadores de semeadoras são pouco difundidos. Praticamente todos os estudos de vazão de sementes em dosadores de precisão foram realizados com sementes não tratadas. Delafosse (1986) relata estudos realizados com dosificação de sementes, não tratadas, de grãos graúdos (soja, milho, girassol e feijão), através de mecanismo dosador tipo disco alveolado, discutindo fatores operacionais e mecânicos que interferem na vazão de sementes nesses mecanismos. Segundo esse autor, incrementos desnecessários na velocidade de semeadura determinam perdas no grau de precisão de distribuição.

Trabalhos de Portella et al. (1998), de Fey et al. (2000), de Tesouro et al. (2000ab) e de Rosales (2000), estudando a vazão de sementes não tratadas, em mecanismos dosadores de semeadoras, apontam resultados similares aos descritos por Delafosse (1986).

O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do tratamento de sementes de soja na vazão destas, através de mecanismo dosador tipo disco alveolado horizontal.


Circular Técnica Online Nº 16

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