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Dezembro, 2010
Passo Fundo, RS

Introdução

O girassol (Helianthus annuus L.) destaca-se como a quarta oleaginosa em produção de grãos e a quinta em área cultivada no mundo. No Brasil, segundo a Conab, a área cultivada na safra 2008/2009 foi de 75.000 ha com uma produção de 109,4 mil toneladas (CARVALHO, 2010). A cultura apresenta características agronômicas importantes, como maior resistência à seca, ao frio e ao calor que a maioria das espécies normalmente cultivadas no Brasil. Graças a sua característica de ampla adaptabilidade às diferentes condições edafoclimáticas, seu rendimento de grãos é pouco influenciado por latitude, altitude e fotoperíodo, apresenta-se como opção importante de rotação/sucessão de culturas nas regiões produtoras de grãos do Brasil (Tecnologias de Produção..., 2000). Neste sentido, em áreas onde se faz rotação de culturas com o girassol, observa-se um aumento de rendimento de grãos de 10% nas lavouras de soja e entre 15 e 20% nas de milho (CNPSo, 2010). Dentre as vantagens do girassol, cabe destacar a produção, em média, de 400 kg de óleo, de excelente qualidade (para cada tonelada de grão), a produção de 250 kg de casca e 350 kg de torta, (com 45% a 50% de proteína bruta), sendo este subproduto basicamente aproveitado na produção de ração, em misturas com outras fontes de proteína. Outra vantagem é a possibilidade de associação do cultivo do girassol com a apicultura, sendo possível a produção de 20 a 30 kg de mel de excelente qualidade por hectare de girassol cultivado (Tecnologias de Produção..., 2000).

Por meio da geração de informações agronômicas sobre os genótipos disponíveis, torna-se possível selecionar e indicar aqueles genótipos mais adaptados às regiões produtoras. Isso pode aumentar o sucesso do produtor com a cultura, por meio de maiores rendimentos de grãos e retorno econômico. Essas informações são relevantes, pois, a maioria das cultivares utilizadas ou em lançamento foram desenvolvidas em outros países, com características de solo e clima diferentes (PORTO et al., 2009).

A Embrapa Soja vem desenvolvendo, desde 1989, diversas linhas de pesquisa em girassol incluindo o melhoramento genético. São objetivos do programa a obtenção de materiais com elevado potencial de rendimento de grãos, com resistência às principais doenças, com ampla adaptação, com elevado teor de óleo e com diferentes ciclos. Também, a Embrapa tem se preocupado não apenas com a produção de híbridos, mas de variedades produtivas que podem atender a demandas da agricultura familiar (CASTRO et al., 2006).

Sob coordenação da Embrapa Soja, colaboradores e representantes dos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal, vêm sendo conduzida uma rede de ensaios finais de primeiro e segundo ano. As atividades desta rede fazem parte do projeto “Desenvolvimento de híbridos e variedades de girassol adaptados às diferentes condições edafo-climáticas brasileiras e às novas demandas de mercado” que faz parte da programação de pesquisa da Embrapa. O objetivo da Rede Oficial de Avaliação de Genótipos de Girassol é avaliar genótipos de girassol para semeadura nos diferentes estados. Cada genótipo deve ser avaliado por dois anos como segue: Ensaio Final de Primeiro Ano – um ano em, pelo menos, um local por estado; Ensaio Final de Segundo Ano – um ano em, pelo menos, três locais por estado (CARVALHO et al., 2008).

O presente estudo, que integra a Rede Oficial de Avaliação de Genótipos de Girassol, teve por objetivo avaliar o desempenho de genótipos de girassol na região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul na safra 2009/2010.


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