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Dezembro, 2010
Passo Fundo, RS

Resultados e discussão

Na Figura 1, é apresentado um dos géis obtidos com a aplicação de amostras extraídas por cada um dos métodos descritos.

As gliadinas são proteínas monoméricas, solúveis em álcool e com massa molecular de 30 a 60 kDa. Gliadinas das classes alfa, beta e gama têm ligações dissulfídicas intra-moleculares, e algumas das gliadinas-gama podem se ligar a subunidades de gluteninas (Köhler et al., 1993 citado por Branlard et al., 2001).

As gluteninas por sua vez, são proteínas poliméricas, ligadas por pontes dissulfídicas. O protocolo B, baseado em Singh et al. (1991), baseia-se na extração sequencial de proteínas de reserva, contando com eliminação inicial das gliadinas. Com emprego do protocolo A, as gliadinas ainda são visualizadas (Figura 1 – amostras de 9 a 14), interferindo na identificação de bandas de LMW-GS.

No protocolo B, pelo uso de DTT e vinylpyridina-4 é promovida a redução das proteínas e a alquilação dos grupos sulfidrila na obtenção do extrato de gluteninas. A boa definição de bandas, tanto de HMW-GS quanto de LMW-GS, ficou evidente em amostras obtidas com o protocolo B (Figura 1 – amostras de 1 a 8 e de 15 a 18). Já com o protocolo A, no que se refere às LMW-GS, observam-se blocos de cor mais escura, indicando complexos protéicos, e não propriamente bandas de proteínas individualizadas.

Apesar do método A ser bastante rápido e, praticamente, não oferecer restrição quanto ao número de amostras por análise, ele não permite a obtenção de perfis protéicos com alta resolução. Já o método B demanda a dedicação de uma pessoa, nas condições do Laboratório de Biotecnologia da Embrapa Trigo e um período de quatro horas para a extração de 24 amostras. Este número foi definido pela capacidade de trabalho da centrífuga. Porém, considerando-se a qualidade dos perfis obtidos e a obtenção de extratos de qualidade, tanto de HMW-GS quanto de LMW-GS, a partir do mesmo método de extração, o método de extração B demonstrou ser mais eficaz e efetivo na caracterização dos perfis protéicos de gluteninas das linhagens e cultivares analisadas no Laboratório de Biotecnologia/Área de proteínas da Embrapa Trigo.

Esta adaptação do protocolo de Singh et al. (1991), passou a ser executada como rotina no laboratório de Biotecnologia da Embrapa Trigo, desde a realização deste trabalho comparativo, no início de 2007.


 

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