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Novembro, 2010
Passo Fundo, RS

Introdução

A cultura de canola, juntamente com o trigo e o milho safrinha, constitui alternativa de cultivo de inverno na região norte do Paraná. A segurança e a rentabilidade do cultivo da canola tendem a ser mais atraentes em relação ao cultivo de milho safrinha nos anos com invernos mais rigorosos, por ser um cultivo típico de estação fria e pela maior tolerância à geadas que podem ser letais para esse cereal, que é predominantemente cultivado na safra de verão. Além disto, a rotação de cultivos com espécies de famílias distintas, como a canola (crucífera), contribui para a redução de doenças no milho, no trigo e outros cultivos, diminuindo custos associados ao controle fitossanitário e aumentando a eficiência do sistema plantio direto. Entretanto, a ampliação da área cultivada com canola na região depende de aperfeiçoamento do manejo para aumentar o rendimento médio da cultura.

A semeadura de canola no norte do Paraná frequentemente tem sido realizada de fim de abril a início de junho. A semeadura realizada a partir do fim de abril favorece o desempenho de genótipos de ciclo precoce, como a Hyola 401, pois as precipitações em julho e agosto são limitadas, comprometendo mais o rendimento de cultivares de ciclo tardio (Tomm et al., 2003).

O potencial de rendimento de grãos de canola no hemisfério sul tende a decrescer a partir do início do período recomendado. Por exemplo, no noroeste do Rio Grande do Sul os rendimentos tendem a decrescer com o atraso na semeadura após meados de abril. Em geral, na referida região, os híbridos de ciclo médio e tardio tem mostrado maior potencial de rendimento (Tomm et al., 2004). Os genótipos de ciclo médio e tardio tendem ao maior potencial de rendimento por duas razões principais: i) disporem de período mais longo, usufruindo dos recursos ambientais e realizando fotossíntese por maior período, e ii) terem mais tempo para compensar condições que limitam a produção, tendo em vista que estes genótipos possuem período de floração mais longo, o qual permite que as plantas, até certo ponto, compensem prejuízos causados por geadas e estresses hídricos, por meio da emissão de novas flores.

Entretanto, o emprego de cultivares de ciclo mais longo depende de condições ambientais que permitam o uso e também do estabelecimento de sistemas de produção em que isto é vantajoso, não atrasando a semeadura de cultivos que possam propiciar maior retorno econômico pelo uso deste diferencial de tempo, como é o caso da soja. Este trabalho visou a identificar o período mais adequado para a semeadura de canola na região de Maringá, norte do Paraná, e a gerar informações que contribuam para a avaliação da hipótese de que, a combinação de semear mais cedo e empregar híbridos de ciclo médio permite aumentar o potencial de rendimento de grãos de canola na região de Maringá.


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