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Dezembro, 2007
Passo Fundo, RS

Resultados e discussão

A obtenção de rendimentos elevados em girassol está associada à interação genótipo/ambiente e ao uso de tecnologia adequada. A escolha de genótipos com elevado potencial produtivo não surtirá o efeito desejado se não forem respeitadas as exigências nutricionais e hídricas da cultura (Oliveira, 2007). Segundo Castro & Farias (2005), 400 a 500 mm de precipitação pluvial, bem distribuídos durante o ciclo do girassol, resultam em rendimentos próximos ao potencial máximo. Na safra 2005/2006 estas necessidades foram atendidas, com o volume de chuvas superando 900 mm durante o período de agosto de 2005 a janeiro de 2006 (Tabela 1). A precipitação ocorreu de forma bem distribuída, com exceção dos meses de outubro e dezembro que registraram a maior e menor precipitação do período, respectivamente.

Houve diferença significativa (P <0,05) para rendimento de grãos, teor de óleo, rendimento de óleo, peso de mil aquênios, altura de planta, diâmetro de capítulo e curvatura do caule (Tabelas 2, 3 e 4).

As cultivares de girassol MG 50, MG 52, Agrobel 959 e VDH 487 foram semelhantes a uma das testemunhas (M 734) para rendimento de grãos e superiores a outra testemunha (AGROBEL 960) e às cultivares BRHS 09, V 03005 e Embrapa 122. O rendimento médio de grãos foi de 1.956 kg.ha-1, com máximo de 2.468 kg.ha-1 e mínimo de 1.101 kg.ha-1 (Tabela 2). Segundo Oliveira (2007), dados experimentais e de unidades de observação conduzidas no Rio Grande do Sul mostraram que o potencial produtivo da cultura na semeadura em época preferencial (agosto/setembro) pode chegar a mais de 3.000 kg.ha-1 de grãos e em semeadura de safrinha (janeiro) a 1.500 kg.ha-1.

O teor de óleo na média das cultivares foi de 43,2% com variação de 37,2% (BRHS 08) a 48,8% (VDH 487). Esta variação, associada ao rendimento de grãos das cultivares, propiciou a obtenção de 850 kg.ha-1 de óleo, sendo MG 52 a cultivar que apresentou maior rendimento de óleo (1136 kg.ha-1) não diferindo de MG 50, AGROBEL 959 e VDH 478. O menor rendimento de óleo foi verificado em Embrapa 122, consequência, principalmente, do baixo rendimento de grãos apresentado (Tabela 2).

Para o peso de 1.000 aquênios, nenhuma cultivar em estudo superou as testemunhas (Tabela 3). Para população final de plantas m-2, houve diferença estatística entre cultivares. Apesar dessa diferença, a associação entre rendimento de grãos e população final de plantas foi baixa.

O ciclo dos materiais variou de 115 dias (Embrapa 122) a 145 dias (MG 52), estando diretamente relacionado ao rendimento de grãos (Fig. 1). Nas condições de cultivo do Planalto Médio do RS, o ciclo é fator fundamental para o encaixe de culturas em sucessão (principalmente soja e trigo). No caso dos materiais estudados, os genótipos que apresentaram ciclo precoce não foram os mais produtivos. Assim, ficou demonstrado que o encaixe das culturas de verão ainda dentro da época indicada para a região, deve levar em conta a penalização no rendimento de grãos de girassol em função da necessidade de cultivares precoces.

Quanto às características relacionadas à colheita, a cultivar MG 52 mostrou maior altura de plantas, em relação às demais cultivares em estudo (Tabela 4). Entretanto, a maior altura desta cultivar não se refletiu em maior nível de acamamento ou quebramento de colmo. Para estas características, BRHS 08 e Embrapa 122 apresentaram maior acamamento, da ordem de 2,3% e 2,8%, respectivamente; e somente VDH 478 e Embrapa 122 demonstraram 1,3% e 3,4% de quebramento de colmo, respectivamente. Vários genótipos apresentaram curvatura do caule acentuada (MG 52, AGROBEL 959, M 734, VDH 487, e AGROBEL 960). Esta característica não foi considerada como limitante à colheita mecânica.

O diâmetro de capítulo, na maioria das cultivares estudadas, foi semelhante à testemunha M 734 (Tabela 4), variando de 14,4 cm a 18,1 cm.



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