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Dezembro, 2007
Passo Fundo, RS

Introdução

O crescimento da Agroenergia no Brasil tem levado a busca de culturas capazes de gerar energia e que sejam compatíveis com os sistemas produtivos em uso pelos agricultores. O girassol aparece como uma destas alternativas. Já tradicional no mercado de óleos comestíveis nobres, na confeitaria, na alimentação de pássaros, na produção de silagem, de farelo e de torta para alimentação animal e na produção ornamental (Castro et al., 2006), o girassol está ganhando impulso pela possibilidade de produção de biodiesel. Devido ao elevado teor de óleo, é possível extrair facilmente o óleo e com menor custo.

O girassol é uma oleaginosa que se destaca pela excelente qualidade do óleo e apresenta ampla capacidade de adaptação em diferentes ambientes. Além disso, caracteriza-se pela tolerância a baixas temperaturas na fase inicial de crescimento e pela relativa resistência à seca, quando comparada às demais culturas anuais das principais regiões agrícolas do Brasil (Balla et al., 1997). O rendimento de grãos é pouco influenciado pela altitude e pelo fotoperíodo. Estas características facilitam a introdução do girassol em diferentes condições edafoclimáticas e áreas tradicionais de produção no sul do Brasil. Devido a essas características, essa oleaginosa tem se constituído em opção importante para diversificação de sistemas de rotação e sucessão de culturas em diversas regiões.

Em se tratando de encaixe no sistema de produção, o girassol tem tradicionalmente sido cultivado antecedendo a soja e milho no RS. Cabe salientar, entretanto, que em algumas regiões, seu cultivo pode deslocar o cultivo de milho e de soja para períodos de maior risco climático e também inviabilizar o cultivo de espécies de inverno como trigo, cevada e canola. Nesse sentido, alguns estudos são necessários para a inclusão mais adequada do cultivo do girassol no atual sistema de sucessão de culturas. Algumas iniciativas estão buscando avaliar as possibilidades de cultivo de girassol em safrinha (principalmente após milho), no estado do Rio Grande do Sul.

A Embrapa Soja vem desenvolvendo desde 1989 diversas linhas de pesquisa em girassol incluindo o melhoramento genético. Os objetivos do programa são: a obtenção de materiais com elevado potencial de rendimento, resistência às principais doenças, ampla adaptação, elevado teor de óleo e diferentes ciclos. Além da produção de híbridos, a Embrapa Soja tem lançado variedades produtivas para atender as demandas da agricultura familiar (Castro et al., 2006).

Anualmente, são avaliados híbridos e variedades de girassol, em vários locais do país, em ensaios finais de primeiro e de segundo ano, os quais fazem parte da Rede Oficial de Avaliação de Genótipos de Girassol. Nos ensaios finais, são testados genótipos pertencentes ao programa de melhoramento genético da Embrapa Soja, bem como de outros programas de empresas públicas ou privadas, conduzidos no Brasil ou em outros países. Neste contexto, na safra 2005/2006 foram avaliados vários genótipos de girassol, na região sul do Brasil. O presente estudo, que integra a Rede Oficial de Avaliação de Genótipos de Girassol, teve por objetivo avaliar o comportamento de genótipos de girassol na região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul.



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